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segunda-feira, 28 de março de 2022

A QUEM INTERESSA O ENVELHECIMENTO DA POLÍCIA CIVIL ACREANA? (Histórias, memórias e dificuldades no serviço após a meia-idade?

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE - UFAC

CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS - CFCH

CURSO DE BACHARELADO EM HISTÓRIA – CBH

 

 

 

KELTON MISAEL SILVA NOGUEIRA

                                                                                             

 

 

A QUEM INTERESSA O ENVELHECIMENTO DA POLÍCIA CIVIL ACREANA? (Histórias, memórias e dificuldades no serviço após a meia-idade?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rio Branco-Acre 2021

KELTON MISAEL SILVA NOGUEIRA

 

 

 

 

 

 

 

A QUEM INTERESSA O ENVELHECIMENTO DA POLÍCIA CIVIL ACREANA? (Histórias, memórias e dificuldades no serviço após a meia-idade?

 

 

 

 

 

Projeto de pesquisa para elaboração de monografia de conclusão de curso apresentado ao professor José Dourado de Souza, como requisito para aprovação da disciplina CFCH 121 – Seminário de Pesquisa II e crédito para matricula em Seminário de Pesquisa III, do Curso de Bacharelado em História da UFAC. Rio Branco-Acre 2021

 

 

 

 

 

Rio Branco-Acre

2019

SUMÁRIO

1.             APRESENTAÇÃO, 04

2.             . 2. INTRODUÇÃO, 04-09.

3.             JUSTIFICATIVA, 09-11.

4.             QUESTÕES DE ESTUDO, 11.

5.             OBJETIVOS, 11-12.

5.1. OBJETIVO GERAL, 11.

5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS, 12.

6.             REFERENCIAL TEÓRICO/METODOLOGIA, 12-13.

7.             CRONOGRAMA, 13.

8.             REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA , 14

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

gg Civil, que deixou e ser um trabalho feito de modo precário para uma formalização por meio da garantia de direitos e benefícios para um serviço público, agora com uma emblemática da Reforma da Previdência. Além, de leitura de uma larga bibliografia correlacionada.

Não querendo apossar-se inteiramente de um discurso midiático, que coloca os que estão para se aposentar no setor policial e administrativo, como uma classe de pessoas que é usurpada e depois jogada “fora” no “ralo previdenciário”, como as propostas iniciais do governo acerca da condição da seguridade social demonstram com iniciativas que acabam cortando benefícios e garantias de valorização profissional, mas que a instituição pública se envolva garantido com apelo do Estado, o assistencialismo e programas de saúdes. Mas dentro de uma perspectiva da crítica imposta ao Estado da qual nenhum pesquisador ao tratar este tema conseguirá fugir por completo, feita por Foucault e outros pensadores.

Além do fato de que são pessoas que tem o prazer no seu cotidiano de policial, as suas memorias e seu papel da sociedade frente a sua proteção e o cumprimento do dever da lei, com suas memórias e representações, mas que tem sua luta de cada dia, com um respaldo do papel da historicidade oral, inspirada na Escola de Franskus, Esperamos que com esse trabalho possamos responder sobre o dever do Estado e a sociedade civil com esses envelhecidos e suas histórias.

Também, no aspecto metodológico, o estudo se situa numa abordagem qualitativa, que tem como instrumento principal a entrevista e questionários. A investigação só será possível mediante a utilização de instrumentos de coleta de dados, tipo gravador digital. Temos que visar que teremos que ter uma vivência no ambiente, observando diretamente no cotidiano policial e dos aposentados, registrando no diário de campo como procedimento etnográfico do pesquisador, a análise documental dos prontuários dos internos e a aplicação de entrevista semi-estruturada, junto aos sujeitos da pesquisa.

Enfim, sabemos que poderemos enveredar por vários caminhos nessa instigante viagem que é a pesquisa, podemos inclusive mudar de rota; mas jamais teremos a pretensão de sermos portadores de uma verdade absoluta. Aqui, tem-se um roteiro flexível, um início de uma discussão a ser feita. Pois, críticas são muitas vezes construtivas; assim, ouso a questionar Instituições de forma responsável. Assim, como continuo a sonhar com mundo melhor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


O que que você quer ser quando você crescer?  (Raul Seixas)  

O que que você quer ser quando você crescer                              Alguns amigos da mesma repartição
Durante o fim-de-semana
Se vai mais tarde pra cama
Quando você crescer
E no subúrbio, com flores na sua janela
Você sorri para ela
E dando um beijo lhe diz
Felicidade
É uma casa pequenina
E amar uma menina
E não ligar pro que se diz
Belo casal que paga as contas direito
Bem comportado no leito
Mesmo que doa no peito
Sim
Quando você crescer
E o futebol te faz pensar que no jogo
Você é muito importante
Pois o gol é o seu grande instante
Quando você crescer
Um cafezinho mostrando o filho pra vó
Sentindo o apoio dos pais
Achando que não está, só
[...]
Alguma coisa importante
Um cara muito brilhante
Quando você crescer
Não adianta, perguntas não valem nada
É sempre a mesma jogada
Um emprego e uma namorada
Quando você crescer
 

Pedro (Raul Seixas)

[...]        vai pro seu trabalho, todo dia, sem saber se é bom ou se é ruim ... Pedro as coisas não são bem assim [...] Mas tudo acaba, onde começou...


 

CAPÍTULO I: BREVE HISTÓRICA DA POLÍCIA CIVIL NO  BRASIL E ACRE

          A Evolução da Formação da polícia Civil Acreana: O Contexto Histórico....................................................................................................................00

 

 

A polícia no Brasil enquanto instituição surgiu um pouco antes da independência, mais precisamente a partir da chegada da família real portuguesa em 10 de maio de 1808. Dentro do aparato repressivo do Estado deu-se uma divisão e logo criou-se a Secretaria de Políciaem03 de dezembro de 1841 e esta foi o germe da Polícia Civil. Desde cedo esta polícia aproximou-se do Judiciário, com o intuito de facilitar a justiça, ao passo que a polícia militar agia como uma extensão do exército, tanto que até hoje, um pouco dessas tradições são mantidas.

A princípio houve uma dificuldade para esta instituição manter-se, pois no começo não haviam profissionais de carreira, apenas funções e atribuições dadas a certas pessoas distintas.

 

“A estrutura da Polícia Civil na década de 1830 paz que tinham autoridade de polícia e ampla responsabilidade pela englobava os juízes de vigilância em seus distritos para prevenir crimes e investigar os crimes cometidos.” (BARRETO E ASSUNÇÃO, p.30, 2008).

 

“A par da polícia preventiva, ostensiva, que se empenha vigilantemente em proteger a sociedade e seus membros, assegurando direitos, evitando prejuízos, prevenindo delitos e mantendo a ordem e paz pública, nasceu uma nova modalidade de polícia – a Judiciária – com finalidade de descobrir e perseguir criminosos que não foram contidos pelo policiamento ostensivo, colher provas, proceder a inquirir pessoas, tudo concorrendo para que a Justiça possa atuar” (FREYSSLEBEM, p.46, 1993).

 

Somente após algumas reformas, sobretudo as de 1841 e 1871, é que podemos dizer que essa Polícia se “libertou” do sistema judiciário, onde os cargos de chefe de polícia, delegado e subdelegado se tornaram incompatíveis com o exercício de qualquer função judicial. A partir, de então, todos esses policiais dos mais simples ao de mais alto escalão passaram a profissionais efetivados, carreiristas, especialistas. Com a reforma de 1871:

 

[...] houve a separação das funções policiais e judiciais possibilitando assim a especialização das funções de polícia. Os delegados e subdelegados, cargos para os quais cargo para os quais nunca se exigiu formação superior em direito, passaram a dedicar-se com exclusividade a funções estritamente policiais, além de supervisionar o pessoal e administrar as delegacias. (BARRETO E ASSUNÇÃO, pg.56)

 

Assim se deu a evolução da Polícia Civil, sendo que em 1988 a Constituição, em seu artigo 144, vai de fato impor a importância dessa instituição para o zelo da ordem pública e auxílio do poder Judiciário, do Ministério Público e de outras instituições.

Com relação ao Acre, admite-se que a Polícia Civil acreana tenha surgido quando em meio a Revolução Acreana, Gálvez Rodriguez de Arias criou, pela primeira vez, estruturas parecidas com esta instituição. Porém, bem sabemos que nos primórdios dos seringais os seringalistas já contratavam espécies de “capatazes” para mandar prender alguns “Zé da onça” ou seja, pessoas que agiam com banditismo. Com Galvez temos então os primórdios desta e de outras instituições:

 

Em meio ao conflito entre brasileiros e bolivianos por este pedaço de solo, houve a necessidade de se criar um modelo de policiamento que, embora não tivesse a mesma estrutura da Polícia Civil, desempenhava função semelhante, com um quadro de “funcionários” (delegados e agentes), cuja principal função era manter a ordem e auxiliar as demais instituições que Galvez criou como o Judiciário. (200 anos da Polícia Civil Brasileira, 2008)

 

Muitas eram as atribuições da Polícia na época, atribuições que fugiam a questão de policiamento. Mas os Departamentos ou Municípios ao nomearem seus Juízes de Paz exigiamos grande esforço da Polícia Judiciária, a qual já apurava e fazia seus flagrantes e inquéritos. Porém imaginemos as muitas dificuldades que tinham nessa época. Assim só podemos pensar que eram terríveis “as condições precárias em que os pioneiros da Polícia Civil acreana trabalhavam, além de atestar a coragem e a força destes policiais que ajudaram a criar este belo estado chamado Acre.

Segundo consta, em um breve histórico em folheto panfletário (Revista Polícia em revista, nº. 001, ano 1, edição 2009, Rio Branco -Acre. 11p.), a criação da Polícia Civil do Estado do Acre ocorreu somente após 1985. Antes disso, quem exercia o serviço de guarnecimento era a Ex-Guarda Territorial. Embora, já existente na Constituição estadual, desde o ano de 1963, com os seguintes artigos abaixo:

 

“Art. 133. A Polícia Civil, instituição permanente do Poder Público, dirigida por Delegado de Polícia de Carreira e organizada de acordo com. os princípios da hierarquia e da disciplina, incumbe, ressalvada a competência da União, as funções de Polícia Judiciária e a apuração das infrações penais em todo o território do Estado, exceto as militares, sendo-lhe privativas as atividades pertinentes a:

I - polícia técnico-científica;

II - processamento e arquivo de identificação civil e criminal;

III-registro e licenciamento de veículos automotores e a habilitação de seus condutores;

IV - licenciamento de porte de armas.

Art. 134. A Polícia Civil é estruturada em carreira, verificando-se as promoções pelo critério alternado de antiguidade e merecimento.

§ 1º 0 ingresso na Polícia Civil dar-se-á na classe inicial das carreiras, mediante concurso público de provas e títulos, realizadopela Polícia Civil, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases.

§ 2º 0 exercício dos cargos policiais civis - privativo dos integrantes das respectivas carreiras.

§ 3º Os cargos da carreira de Delegado de Polícia serão providos por concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Acre, em todas as suas fases, dentre bacharéis em direito que possuam bons antecedentes e gozem de conceito social incontestável.”

 

A formação do quadro de pessoal da polícia judiciária ocorre no Governo de Jorge Kalumeno ano de 1985, por contrato e sem concurso. A regulamentação da Profissão aconteceu por meio da Lei Nº 841/85, “- São dois os Tribunais de Alçada: um Cível e um Criminal.”

Sabemos que houve em anos posteriores, leis regulamentando o ingresso para o exercício das funções de agente de polícia, escrivão e papilóscopista, exigindo ensino médio, alei complementar nº 7/2012 . Para Delegado foi exigido curso superior em Direito. Aos peritos e médicos legistas eram exigidos cursosrequisito para o ingresso na carreira.

O outro ponto refere-se a criação da Polícia Judiciária Acreana, tocando em seus atrasos e avanços. Percebe-se que esta polícia vem se modernizando, e sendo composta por novos quadros comum melhor grau de eficiência no que se diz respeito a eficiência nas prisões e têm demonstrado um maior interesse na buscar de criminosos. E zeloso dever de garantir o cumprimento da ordem e da lei. E como diria Foucault(1999)é aparelho do Estado eficaz no disciplinamento punitivo, conjuntamente com outras instituições repressoras. Isto é, aplicar a lei e tornar dóceis os avessos à moral da polícia, ao comportamento, valores e regras instituídas na sociedade.

Conforme relata José Elias Chaul, um policial aposentado da Instituição, que passou por quase todas a funções- agente de polícia, delegado, corregedor diretor-geral, de Polícia e secretário de segurança Pública.Quanto às dificuldades iniciais da sua carreira, ressaltando que:

Atuar na polícia de antigamente era muito difícil, primeiro por que tudo era incipiente. O quadro de material humano era muito pequeno e tinha treinamento. A gente trabalhava mais com a raça do que mesmo com a técnica. Não tinha perícia, não nada, a gente saia para uma diligência, por exemplo e não tinha como a família justiçar e se morreu, morreu no trabalho, né. (p. 128. Brava Gente acreana: reimpressão. –Brasília: Senado Federal, Gabinete do Senador Geraldo Mesquita Junior. Volume I.)

 

Com relação ao passado, o ex-policial aposentado Elias Chaul exprime sua opinião e passos que a Polícia Civil deu para uma maior qualidade, citando e elogiando a gestão do governador Rui Lino e a gestão atual: “O Zé Rui Lino foi um bom governador para a área de Segurança Pública. Ele adquiriu equipamentos, viaturas, pouca coisa, mas que serviu muito. E outro, foi Jorge Viana, que olhou com bons olhos, com carinho para as duas polícias do Estado, a Polícia Militar e a Polícia civil.”(Brava Gente acreana: reimpressão. –Brasília: Senado Federal, Gabinete do Senador Geraldo Mesquita Junior. Volume I. p.128)

De fato, pode-se observar que a Polícia Civil vem se desenvolvendo, destacando a reposição salarial, Plano Bresser, PCCR, isto já na década de 1990, e entrando em outro milênio (2001), é criado a Lei Orgânica da categoria, ou das categorias, mas muita coisa ficou a desejar.

Logo em seguida, na gestão do governador Arnóbio Marques(2007-2010)tem-se a criação da Secretária de Estado da Polícia Civil, e conseqüentemente maior autonomia na gestão dos próprios recursos. Contudo, ainda são tão poucas para uma instituição que visa se modernizar diante da dinâmica crescente do crime.

O Cotidiano da Polícia Civil está marcado por conflitos e contradições de seus sujeitos, onde o Estado deixa a desejar, a partir do momento em que mostra ser omissos quando ocorrem corrupções dentro da Polícia Civil, para aqueles que prendem e custodiam por obrigação, e mais ainda, para quem é preso, no caso os menores.

Nos exercícios de suas funções sociais bem definidas, e eficazes, quanto às estratégias de ação contra a violência; na medida em que não se combate, em primeira instância, com cordialidade, um mal que tanto nos ameaça e nos amedronta, pois o crime não é apenas um aspecto da violência nas cidades, mas o de grande importância negativa. Pois, em quase todas sociedades a vida, a tranqüilidade, a paz entre diversas necessidades para uma vida digna são bens de maior grandeza.

A princípio temos os dados da delegacia na atualidade misturando com a história antiga, marcada pela vivência de pessoas que ali trabalham alguns por mais de duas décadas. São muitos processos, documentos, muitas audiências, muitos casos, envolvidos com choro e desesperos de muitos mais diante na infiltração dos filhos no mundo do crime. Muitos foram os colaboradores para a elaboração deste documento/pesquisa: Os seguintes policiais: Humberto Brígido Ramirêz, Francisco Januário Fagundes, Antônio Ferreira de Souza (Quinturinha) Maurício Rodrigues Buriti- ex-presidente do SINPOL, e Francisco Almeida Nogueira.

Conta Almeida que passaram alguns delegados de destaque na fase inicial, tal como: Dra. Neném, Herculano Barbosa e Cabo Dico todos (inmemorian), no qual destaco Cabo Dico, este já veio atuar em outro endereço, não mais no “porão”, porém ficou no Conjunto Esperança até 1994, na Gestão do Secretário de Segurança Pública, Américo Carneiro Paes, quando houve transferência para o local atual.

Os documentos da delegacia mostram os agentes, sendo chamados de Comissários. Muitos desses agentes de 1994 a anos antecedentes, Estão aposentados ou não estão mais vivos. No entanto, percebe-se que sempre existiram problemas área de recursos humanos. Quanto ao material utilizado pela Polícia, não se difere muito do utilizado atualmente. Os veículos eram cedidos pela Secretaria de Bem Estar Social, um fusca preto e branco, chamado de “Manduquinha” e outros veículo sem prestados(...): uma Kombi de cor branca. Não se fazia uso de armas de fogo, pois era proibido.

Tal como acontecem hoje, a maioria dos casos, também eram resolvidos através do diálogo, se fosse bem grave o delito encaminhava-se, após ouvir os infratores, o processo para o Ministério Público.

Por conhecer a insitutição, decidiu-se que esta poderia ser um ótimo objeto de estudo para a pesquisa de término de curso. A vida cotidiana não está “fora” da história. Mas no “centro” do acontecer histórico: é a verdadeira essência da substância social.”(HELLER). O cotidiano de uma delegacia, é marcado por conflitos, trabalho e esforço que atuam os agentes de polícia, determina as funções e atividades a serem cumpridas, demonstrando pouco cuidado com o envelhecimento e aposentação futura dos profissionais.

A Delegacia de Polícia Civil, embora bem estruturada com os governos anteriores, podemos dizer que não é uma legítima delegacia, pois para isso falta se equipar, acrescido do fato de ocorrências e demandas serem muitos. Esta delegacia não consegue atender, conforme preceitua a legislação em vigor, os policiais que devem ter serviços de apoio no trabalho, tanto no equipamento de como na assistencial, com o quadro melhor de psicólogos e psiquiatras para acompanhamento ajudando na sua vida, além do cenário nada promissor da previdência, cortando gastos e empreendimentos, reduzindo suas chances de melhorar em sua carreira e não como são tratados como um maquinário para ser aproveitado e depois descartado, como é demonstrado por o atual governo. O que é comum, seus familiares deveriam serem melhor colhidos pelos especialistas e assistentes sociais existentes na aludida delegacia, o que contribuiria para amenizar vários problemas, tais como o de falta de segurança e ausência de assistência e auxilio para os menores em infração à lei e seus familiares, além de mais conforto ao público e funcionários.

            Para quem trabalha em meio ao desconforto psicológico, E numa delegacia cheia de problemas, o nível de estresse pode ser grande, provocando doenças, o que de fato ocorrem. No Núcleo de Apoio Psicológico (NAP), com aproximadamente 10 anos de existência, há quase 400 pacientes. Em algumas delegacias são registrados, em média de 25 a 30 Boletins de Ocorrências e diversos procedimentos cartoriais, inclusive muitos flagrantes. Além de entregas de documentos diversos, que em cada procedimento são gerados. Observemos, também que a DEPCA tem por competência somente a investigação e apuração de atos infracionais praticados por meliantes, tendo a responsabilidade de apurar os ilícitos de menores infratores ou custodiá-los, até estes serem entregue ao Promotor ou ao Centro Sócio Educativo.

O cotidiano muitas vezes traz concepções pluralizantes ou relativas, tal como: a vida é uma guerra, o que torna a guerra natural e aceita no trabalho, em casa, nas ruas, no país e no mundo. Na Instituição Policial, há esse conflito. Todo dia há um movimento dos policiais, a maioria entre 30 a 55 anos, sejam eles responsáveis pela comissão e atividades administrativas, ou profissionais da linha de frente, onde convivem com potencial ofensivo ou de maior gravidade, participando em conflitos não só com a lei e criminosos, de qualquer forma é onde policiais ficam com “nervos à flor da pele”, chegam muitas vezes, a maltratá-los.  As famílias destes menores infratores são intimadas e circulam angustiadas por seus familiares trabalharem na delegacia. Enfim, a sociedade que é afetada pelas ações destes agentes de polícia bem como os órgãos Públicos da Justiça, e o último conflito se dá pela objeção da atuação e o seu trabalho.

 

Observa-se que grandes são as violações aos direitos dos profissionais policiais. São abusos diversos no Brasil, como a reforma protocolada pelo Gabinete do Senado, para cortar gastos com o setor de Segurança, reduzindo com alguns benefícios da aposentação. No Estado do Acre, a realidade não é diferente. Até que ponto existe uma relação entre ambiente civil e os policiais civis? Vários destes agentes não tem a valorização necessária, ficam ao léu, sem futuro, no contexto das delegacias mais precárias existentes na cidade de Rio Branco.

A Delegacia PC-AC não cumpre as suas competências no que se diz respeito ao    exercício do trabalho dos policiais, que não são bem acomodados devido à falta de estruturas. As carências desta Unidade em especial, localizada ao lado da Secretária da Policia Civil são muitas, para que esta se torne de fato, uma Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Um modelo no atendimento à Sociedade e seus membros em situação de conflito com a Lei. Neste sentido, o Estado deixa muito a desejar. É necessário se fazer e reverter este quadro e os estigmas que recaem sob estes profissionais, alguns em envelhecimento ativo na espreitada da aposentadoria fomentada diariamente no trabalho, sempre buscando alguma valorização.

Em se tratando dos policiais, eles não podem fazer sempre tarefas mecânicas e subordinadas, pois isso desmerece o trabalho do policial que deve ser democrático, cidadão e comunitário. Assim, a Delegacia poderia ajudar de forma integrada formular políticas públicas direcionadas para os policiais

Deve- se fazer mudanças no funcionamento das delegacias, sobretudo na Delegacia PC-AC, abordada e inferida no trabalho, a começar pela criação de cursos de profissionalização para essa carreira, principalmente, com  aqueles de 20 anos de contribuição ou mais de atendimentos e serviços prestados em sua totualidade ativa ou não, buscando também uma melhoria salarial, tornado o ambiente mais significativo e com a valorização e oportunidade de crescimento frente a sua aposentação, onde deve entrar os projetos e emendas que garantam benefícios e auxilio-financeiro. Entendemos que deveria ser estruturado um setor composto por profissionais de psicologia, assistentes sociais ou comunicação, bem como deveria ter a sala de atendimento social. Dessa forma:

 

1)“Preparo psicológico do policial devido ao alto índice de stress do trabalho” ; 2)“Melhor qualidade de vida ao Policial (casa própria, material de trabalho e recursos)”; 3) “Investimento na qualificação dos profissionais tanto em relação à qualificação profissional, quanto pessoal”; 4)“Respeito ao Policial, a família do policial civil, remuneração adequadamente e dado o tratamento para que possa exercer sua função com qualidade”; 5) “A administração tem que vir para a Regional ver as dificuldades dos Policiais. Os Policiais do interior trabalham mais do que os Policiais da capital, já que tiram plantão corrido “24hs” e trabalham no expediente”; 6) “O policial deve ser bem remunerado e incentivado a se instruir; o conhecimento deve ser um diferencial para que o policial possa ascender hierarquicamente. Atualmente os policiais não se instruem porque têm dificuldades financeiras. Não podem arcar com os custos da educação e tem que ocupar seu tempo com trabalhos informais para complementar sua renda”; 7) “Remuneração digna ao policial civil”; 8) “Respeito ao Policial, a família do policial civil, remuneração adequadamente e dado tratamento para que possa exercer sua função com qualidade”; 9) “Deveria ser aplicada a norma de “40hs” de trabalho ao Policial Civil, pois no interior ele trabalha em plantões e no expediente”; 10) “Uma reciclagem  para quem teve na CADEPOL(Sic)”; 11) “Nós Policiais, deveríamos ter uma orientação maior com relação a padronização dos serviços prestados por uma unidade policial”; 12) “O Policial estar satisfeito com a vida Policial (...) com Chefia, acreditando que alguém se interessa pela Polícia.” ( MORAIS, 2007, p. 74-79)

 

    Outro fato triste são as condições de estrutura física do prédio. Com alguns resquícios do passado e salas mal ventiladas, setores de trabalho sem recursos fundamentais e com grande demanda de colaboradores na área administrativa, exigindo o desvio da função de trabalho dos funcionários e seus cargos, logística lenta e mal –distribuída que causa monotonia nos policiais e além da falta de apoio de assistentes sociais e iniciativas de combate a depressão e o projeto “Vive mais” que garante muito mais padronização da sua aposentadoria. Infelizmente as delegacias em grande parte estão sucateadas. Não existe autonomia de recursos para as delegacias, por isso, é de costume faltar recursos materiais que afetam a segurança e o desempenho de um atendimento de qualidade. Ato este que fere a legislação do policial, pois as unidades são inadequadas.

            Das 07(Sete) entrevistas que realizamos com os funcionários da referida delegacia, estes foram quase unânimes, em destacar a falta qualidade de vida, a necessidade de valorização do trabalho que realizam e as precárias condições trabalho. Alguns pediram apoio a Polícia Civil na luta por um Plano de Cargo PCCR –que garanta dignidade ao policial.

              Hoje, de certa forma, os policiais encontram-se desanimados com o Governo Federal, enaltecia com o Presidente Jair Messias Bolsonaro a pronta legitimação dessas ações para a efetiva valorização do trabalhos dos policiais, mas que se mostrou um grande fracasso, por essa iniciativa da PEC  colaborada pelos políticos e entidades ministeriais da aprovação dessa emenda constitucional, mostrando-se uma “flagelação” para esses profissionais que lutam diariamente e convivem com as mais diversas situações que prejudicam no seu desenvolvimento pessoal, social e familiar. Nesta “selva de pedra” que é o mundo globalizado, centrado no Estado mínimo do Neoliberalismo, nos âmbitos econômico e social prevalece-se o dever do indivíduo para consigo mesmo. É nessa crise se identidade, que as identidades coletivas se perderam, bem como as relações afetivas, e a violência cresce cada dia mais.

            Michael Foucault, na obra: “Vigiar e Punir” nos coloca, diante de algumas situações da vida moderna, que contribuíram para explicar o ciclo de vida dos policiais. A vida destes agentes permanece na Delegacia, ou seja o sair e entrar para a seu ambiente. Outro fato que trabalha é que vivemos numa sociedade interdisciplinar, e todas as instituições vigiam e punem, como forma de regeneração. Isto, então, faz parte do controle social reinante na sociedade atual evoluindo para a “sociedade de controle”, que não é diferente do que se encontra na Instituição Policial, pois traz consigo o dever de regular a sociedade e garantia da lei, por isso a falta de apoio institucional e governamental gera pressão sobre o funcionalismo policial que no processo de envelhecimento se acentua com aparecimento de doenças crônicas promovidas pelo stress:

(...) o estresse no ambiente de trabalho geralmente está relacionado com a organização das tarefas. As principais causas são: o excesso de trabalho, a execução de tarefas sob pressão, a ausência de decisões no processo produtivo, as condições ambientais insatisfatórias, a interferência da empresa na vida particular, a falta de conhecimento no processo de avaliação de desempenho e promoção e a falta de interesse na atividade profissional desempenhada”. (RODRIGURES, p. 31)

            Os dispositivos de poder numa visão foucualtiana, ou seja, os constituintes do poder, vão compor as formas de controle social, atuando nos espaços visíveis ou não, por meio de mecanismos coercitivos que controlam até os supostamente “loucos” ou “marginais”, ou seja: reprimindo qualquer desvio de conduta. Destarte, a polícia e demais instituições de controle social estabelecem os sujeitos que compõem o negativo da ordem. São estes órgãos que controlam, E que muitas vezes adquirem comportamentos “hitleristas” ou “fascistas”, mas, na verdade não passam de proletários a serviço do “status quo”, a esse respeito podemos afirmar algo parecido na citação abaixo:

 

Nesse contexto destacam-se os profissionais de segurança pública, que no exercício de sua profissão, desenvolvem atividades que por si só já consistem em risco iminente para a vida. Aliado a isso, poucas condições de trabalho, cobranças dos superiores ou órgãos subordinados bem como da sociedade, acentuam estes riscos e os tornam candidatos em potencial a serem indivíduos doentes física e psicologicamente. (RODRIGUES, 2008, p. 19-20)

 

            O objetivo é impor a disciplina e transformar pessoas incivilizadas em corpos dóceis. Na realidade são estruturas de adestramentos, e uma delegacia. É parte dessa estrutura, tanto para as pessoas detidas, como para os funcionários que, de maneira nenhuma, querem ter semelhanças em suas identidades, mas têm pela condição social, pela dependência que têm do emprego. Tal qual uma espada colocada em diversas pessoas, uma sobre a outra e todos sob o comando da majestade. Ou seja: como alusão a uma passagem do livro Arte da Guerra de Sun Tzu. Em forma de metáfora esta passagem mostra como disciplinar seus “soldados” ou funcionários.

Por mais que queiramos negar vivemos essa eterna vigilância hierárquica que está disseminada em todas as formas de relações modernas de trabalho, inclusive na esfera técnica -administrativa. Onde toda relação social é de poder.

            Analisando, selecionando, interpretando as entrevistas dos policias aposentados e alguns em processo de aposentadoria, constatamos atos de uma memória oculta que vêm à tona quando perguntados. Essa memória constitui o social, o dia-a-dia de trabalho, o econômico, o cultural, as resistências, as visões de mundo, enfim as representações sociais, tal como uma forma de desabafo destes trabalhadores da área da segurança pública. Nessa ótica:

 

[...] destacam-se os profissionais de segurança pública, que no exercício de sua profissão, desenvolvem atividades que por si só já consistem em risco iminente para a vida. Aliado a isso, poucas condições de trabalho, cobranças dos superiores ou órgãos subordinados bem como da sociedade, acentuam estes riscos e os tornam candidatos em potencial a serem indivíduos doentes física e psicologicamente. (RODRIGUES, 2008, P. 19-20)

           

            Há quem diga que nunca se trabalhou tanto, isto porque a riqueza e frutos inventivos da humanidade têm se multiplicado, mesmo em meio a uma enorme desigualdade econômica e social alarmante. Todavia, a máquina do “progresso” também é a “máquina da demência” gerando ao mesmo tempo uma sociedade patológica, do desconcerto e da inversão de valores, e para a quadro de funcionários em aposentação a necessidade de uma mudança nesse quadro em que estão inseridos é supra necessário e uma aposentadoria policial, tem que ser vista de maneira de garantir o espaço para sua autonomia e estabelecimento de sua condição de vida que é muita reprimida pelo trabalho e sofre com a estigmatização da sua psicopatologia de trabalho

Nesse sentido, o serviço policial é considerado o que proporciona ao profissional um grau avançado de estresse.

 

Daí o fato de a condição fronteiriça vivenciada pelos agentes penitenciários[ou de polícias] torná-los desacreditáveis em alguns contextos extra- muros, nos quais, trazer a público sua condição de custodiado pode torná-los depositários de um estigma, num movimento de deslocamento do estigma que originariamente cerca os presidiários. Em um segundo momento, os agentes penitenciários tornam-se passíveis de outro tipo de estigma decorrente de psicopatologias do trabalho, tais como: insônia, nervosismo, depressão, estresse, paranóia, dependências químicas. Donde passam a ser estigmatizados pelos próprios colegas de profissão, pelos quais passam a ser chamados, pejorativamente, de “xaropes”, “beberrões” ou “gardenal”. (SILVEIRA, 2009, p. 8)

 

Hoje, na prática percebemos que o serviço policial constitui um emprego para as baixas patentes, tendo em vista que a maioria dos seus quadros compõe-se de todas as classes sociais para ocupar posições onde haja mais qualidade de vida. Porém, apesar da grande “barca furada” que seja este emprego tem estabilidade, E se constitui um intermediário entre viver com qualidade de vida ou viver na plena “proletarização”. E tal com Marx fala a respeito do trabalho:

 

“A economia política oculta a alienação na característica do trabalho enquanto não analisa a imediata relação entre o trabalhador (trabalho) e a produção. É evidente, o trabalho produz coisas boas para os ricos, mas produz a escassez para o trabalhador. Produz palácios, mas choupana para o trabalhador. Produz beleza, mas deformidade para o trabalhador. Substitui o trabalho por máquinas, mas encaminha uma parte dos trabalhadores para um trabalho cruel e transforma os outros em máquinas. Produz inteligência, mas também produz estupidez e a cretinice para os trabalhadores (MARX, 2001, p. 113). 

 

O fato é que esses grupos de policiais que trabalhavam e trabalham nesta Delegacia são bastante sobrecarregados, informações adquiridas através de conversas com os agentes, na qual eram obrigados a trabalharem em prédios, onde as salas eram todas abandonadas e nas quais faltavam até mobílias, os profissionais da ativa eram obrigados a trabalharem de modo improvisado detendo de poucos recursos materiais e financeiros para investigações e investidas policiais em situação de conflito.

            Há decepção com o trabalho que desenvolvem devido às más condições existentes. A profissão de policial está entre as primeiras colocadas, quanto ao nível de estresse e risco de vida, ocasionando doenças de trabalho diversas. A remuneração deixa muito a desejar, sendo este um dos pontos mais criticados pelos policiais, pois com esse emprego não dá para morar melhor, alimentar-se dignamente, oferecer uma melhor educação aos filhos, ter melhor lazer. Dessa forma, o trabalho que desenvolvem não propiciam melhores condições de vida. Os profissionais apresentados nas entrevistas estão usando nomes fictícios, com objetivo de garantir sigilo profissional, O aposentado Mauro nas primeiras tentativas da organização do órgão da Policia Civil, fala um pouco sobre sua experiência na Delegacia e o estresse e o risco de vida aonde trabalhava:

 

Vivi muitos sob pressão, era ameaçado de morte pelo pessoal dos bandidos que eu mandava pra cadeia (...) ameaça praticamente todo dia, ameaçava meus filhos e minha esposa, tive que mandar eles estudarem fora, mas aguentei ameaça dos vagabundos(...)”(Mauro, 53 anos)

 

 

            Verificamos pela fala do Policial Mauro, que a questão das tarefas que eram cumpridas, também estava a constância ameaças que os policiais sofriam e tinha que enfrentar, Por isso percebemos a necessidade de estagiárias de psicologias e assistentes sociais e do núcleo de proteção para os seus familiares, pelo menos duas, para acolher esses policiais que atuar diariamente.

            Por outro lado, temos como contraponto a fala da do João, um Comissário-Geral ainda em ativa e espera a aposentadoria para aproveitar e realizar novos projetos sobre sua paixão e o prazer que faz com a profissão, percebemos que a atividade policial é intrinsicamente ligada a sentimentos em prol do cumprimento do dever, não somente como maquinário de uso, como relata a seguir:

 

“Eu sou apaixonado pelo que faço, sou policial com muito orgulho, e sei das condições que se encontram na delegacia que trabalho, que não são das melhores, mas mesmo assim eu gosto de ir por ai e garantir o dever (...) Na aposentadoria vou ir passear, voltar para igreja e assumir amizades(...)”( João, 40 anos)

 

 

            Em relação à qualificação da maioria dos servidores que trabalham na Delegacia, os entrevistados deixaram claro que se faz necessário, a ministração de cursos, realização de seminários, que discutam sobre a melhoria profissional e promovam um ciclo de garantia, estando lotados nesta Delegacia deveriam ser melhor preparados para o exercício de suas funçõesEmbora, na prática, a maioria dos policiais não planejam um crescimento na carreira com vigor, pois as questões previdenciárias para aqueles em aposentação desmotivam boa parte, como é abordado por alguns depoimentos:

 

 

Vou sair daqui com quarenta anos de serviço, levando uma bagagem impressionante de conhecimento e vou levar isso pra onde? O próprio governo não se preocupa com isso, a própria instituição, nosso ministério do planejamento e recursos humanos não se preocupa com as pessoas que adquirem um conhecimento desses, e depois joga na rua normalmente.” (Alberto, 45 anos)

 

 

“ (...)eu tive um pouco dessa experiência e isso me serviu muito para eu poder me preparar profissionalmente, para ter qualificação no me trabalho com isso, então os primeiros dias de aposentadoria não foram ruins, sofri um abalo muito grande, me desanimei (...) porque eu tentei me qualificar e estudei para não ter um pouco de melhora no meu salário? Porque eu vinha me preparando na Segurança Pública pela profissão. Eu só achava estranho quando alguém me perguntava se eu estava aposentado, eu por diversas vezes engoli, desconversava, você ainda fica por algum tempo ainda dizendo que está de licença.” (Gilberto, 46 anos)

 

 

            Por mais que o governo federal tenha investido, por um certo tempo, na capacitação do policial, concedendo oportunidade deste melhorar a remuneração, desde que concluídos alguns cursos por ano pela internet (SENASP), o fato é que o PRONASCI, um programa de bolsa foi suspenso, além do mais, este não conseguia preparar todos os policiais, pelo fato de muitos não terem acesso a esta oportunidade. A este respeito, Fernando José Morais referindo–s eà situação do interesse pelo preparo de policiais na instituição, afirma que:

 

Isso é positivo por dois motivos, primeiro porque esses policiais mais novos já aprenderam o suficiente com os Agentes antigos sobre a forma como a instituição funciona; segundo porque eles (os policiais jovens) significam “renovação”, já que se formaram sob uma nova sistemática jurídica, e por isso, são mais comprometidos com a Instituição. Isso não significa que os Servidores mais antigos não tenham esse compromisso social e jurídico, mas eles se formaram num tempo diferente, cujas perspectivas eram outras, onde a função primordial deles era defender o Estado e não a Sociedade, como ocorre atualmente. (2007,p.31)

 

Num breve panfleto da OAB: Cidadania e Segurança: Superando o Desafio, percebemos que o sistema de Segurança Pública e suas falhas, faz parte de uma insegurança maior existente na sociedade que:

 

Assumindo feições próprias, a insegurança está representada em quadros como: desemprego ou insegurança no emprego; a corrupção generalizada; as grandes injustiças sociais; a impunidade, as fraudes previdenciárias e do sistema financeiro; a falta de acesso aos sistemas de saúde e educação; a inexistência de tempo para lazer; a agressão ao meio ambiente; a desagregação familiar; as políticas governamentais ineficientes de apoio à criança; ao adolescente; ao idoso e demais minorias; as poucas oportunidades de subir na vida pelo trabalho honesto; a iníqua distribuição de renda; a falta de crença popular nas instituições públicas; a taxa de agiotagem praticada por indivíduos e instituições; a prostituição infantil; o trabalho escravo envolvendo menores e adultos; a violência na intimidade diária do lar pelo clic da televisão que super dimenciona o ato do crime; o ato bandido; a ação policial; da morte “necessária”...Contudo, numa leitura semiótica, pode-se constatar que o corpo abatido simboliza a violência ainda codificada como violência nas estatísticas oficiais: a fome, a miséria, a desigualdade na distribuição dos benefícios sociais, a tensão permanente entre governo e sociedade, a decomposição dos valores éticos, morais, culturais e jurídicos que, cada vez mais, tornam-se regras de conduta geral plenamente aceitáveis como ‘normais.

 

Considerando o exposto acima, a questão sobre segurança pública e a relação dela com o menor infrator é bem mais complexa, vai além do que aplicar penas mais duras. A Segurança Pública faz parte de um sistema onde:

[...] as dificuldades de definição de paradigmas para a segurança pública e sua projeção funcional, não se admite além de obscuras quanto à carga de ideologia que encerram, não permitiram um modelo definido que atenda não somente ao Estado, mas também à sociedade. (LEBA, 2001)

 

         Em julho de 1999 foi publicado um breve artigo intitulado: Segurança Urgente! Que começava assim:

Por mais que se tente abafar é notório a insatisfação geral da população de nossa cidade com relação ao sistema de segurança pública. Segurança Urgente! E sem dúvida nenhuma este é clamor da sociedade acreana que se apavora com a crescente onda de violência e criminalidade em nossa capital nos últimos dias.

O Governo por sua vez, juntamente com a Secretaria de Segurança e Justiça do Acre, infelizmente está deixando muito a desejar na tomada de uma solução urgente para o problema que tanto afligem os acreanos. Sabemos que atual quadro da polícia civil e militar existe uma necessidade iminente de renovação, ou seja, é muito grande a defasagem e despreparo de agente de polícias, assim como de servidores. Estes em sua maioria estão poucos qualificados para exercer essas funções de modo satisfatório.

Nas delegacias e, principalmente no Presídio Estadual, as condições de estruturas não oferecem qualidade material e pessoal. Atualmente, os profissionais que estão prestando serviço naquela Unidade de Detenção, (Corpo de Bombeiro e Polícia Militar) são comprovadamente inadequados para prestarem um serviço com qualidade civil-técnica e segurança necessária que proporcione tranquilidade às famílias de detentos que estão cumprindo pena neste Presídio. Além disso, estas pessoas deveriam estar a serviço de toda à população.

Com efeito, são comuns as fugas, as denúncias de truculências nesta Casa de Detenção, como no último caso, que culminou com a morte de detento que teve sua cabeça esfacelada por um tiro de fuzil, quando tentava fugir do presídio. (JORNAL O RIO BRANCO – JULHO/1999).

O trecho deste artigo, acima expresso, demonstrava o estado de desumanidade, pois neste presídio havia sido morto recentemente um preso que teve sua cabeça esfacelada com um tiro de fuzil, quando este tentava fugir do presídio, além de ainda fazer denúncias relacionadas ao caos da segurança, em geral, naquela época.

Portanto não podemos negar os processos de rupturas, por meio de uma tempestuosa série de eventos conflituosos. O cotidiano estabelece os códigos de sustentação do que pode e do que não pode, do que deve e do que não está dentro deste determinado ambiente cultural, sendo dessa forma forjados os conflitos que culminam em violência prisional, nos centros de internações de menores infratores. Assim, mesmo entre os agentes penitenciários, agentes de polícias, policiais militares, muitos conflitos cotidianos e violência. Enfim, a cidade de Rio Branco que há tempo deixou de ser a pacata a “Grécia dos tempos” de Péricles, agora seus moradores têm a violência como o pão de cada dia.

O que podemos abordar nesse trabalho muito alicerce fundamental, servindo como “ancora” é o dilema previdenciário social e a aposentadoria não só está impregnado no nosso Estado, mas no Brasil assim é evidente que o aumento expressivo da população idosa no Acre e Estados produziu um déficit somado com a dificuldade para garantir a contribuição mensal e seguros de Assistência Social, para resolução é posto práticas que colaborem para devida efetivação do apoio previdenciário.

Na instituição da Polícia Civil, em especial na Polícia Judiciária Acreana, dotada de uma história e formação peculiar de lutas, conquistas, de ranço e alguns avanços, existem ricas memórias, histórias ditas honrosas ou algumas vezes truculentas, contadas por seus agentes e endossadas e aumentadas pela própria sociedade.

 

 2. CAPÍTULO I: A CONCEPÇÃO DE ENVELHECIMENTO E METAS MOTIVACIONAIS DOS POLICIAIS CIVIS ACREANOS

2.1 Saúde na Velhice: Utopia ou Possível Realidade?................................................................00

 

          É comum vermos alguns policiais civis acreanos com que entrevistamos e em tempo de se aposentarem temerem tal aposentação, pois muitas são as angustias suas, ou seja, não estar havendo um preparo para a vida pós- trabalho. Outros se amedrontam por verem alguns colegas de profissão morrem ou caírem em degradação física e mental no final de sua vida, logo após suas aposentadorias.

“Temos muitos outros casos de cardiopatia, pressão alta, câncer dos mais diversos, problemas psicológicos, psiquiátricos, depressivos e outros tipos. Desvio de comportamento, então tem muitos outros casos, ... me preocupa com a saúde dos servidores e com essa preparação pra aposentadoria, será que a pessoa vai ta realmente preparada pra aposentadoria, depois desses trinta anos aqui, e a saúde dele como é que ta?..., o que é que a gente percebe: depois que a pessoa aposenta, que achou que passou trinta anos aqui, bem, ele não adoeceu aqui, cinco anos depois, três anos depois, a gente recebe muitos casos de pessoas recém aposentadas com problemas cardíacos seriíssimos ou desenvolvendo câncer, dos mais diversos, isso é muito comum aqui.”(João, 40 anos)

 

        João, como Comissário-Geral destaca sobre as doenças que boa parte dos servidores adquirem, ele não na linha ativa, mas obtém uma visão mais precisa sobre a situação; o entrevistado a seguir é o Agente de Polícia Marcos, ele trabalha na instituição desde quando tinha 20 anos, agora com 43 anos, disse que tem um relato médico extenso, sofreu um colapso nervoso, apresentava comportamento agressivo  isolamento familiar, isso prejudicou no âmbito familiar e de amizade, atualmente, ele toma remédios controlados:

“...hoje eu não bebo por causa dos medicamentos, estava numa fase crítica e tinha me afastado, percebo que preciso controlar minha ansiedade, tinha ataques nervosos constantes, me isolei pra não machucar os mais próximos, e com isso muitas pessoas não entendem que eu estou fazendo isso por problema de saúde, outras acham que eu sou mole demais, acham que dou muito valor a doença...”(Marcos, 43 anos)

       Marcos, também sobre o fato de estar envelhecendo, pretende buscar uma aposentadoria adequada sem exageros, ele achava que estava ficando velho e a previdência seria o atestado de “inútil”, mas hoje ele entende que é um processo natural, pratica exercícios físico e natação, pertence ao quadro de profissionais na área administrativa:

“Hoje, tenho uma visão de que iam aposentar era sinônimo de estar velho. Hoje eu não penso assim,eu acho que aposentadoria é uma outra fase da nossa vida. Eu pretendo me aposentar em breve, cumprindo com o meu dever pelo meu tempo de serviço, se Deus permitir me aposentarei com certa juventude, pratico esportes, é uma fase diferente, pretendo trabalhar ainda mais, a aposentadoria deveria ser um prêmio para muitos, mas a maioria também não cuida da Saúde, fazer o quê (...)”

            A saúde do idoso deve ter aspectos fundamentais sejam ele físico, mental e psíquico; físico: na regulação de atividades físicas corporais, prática de esportes e corridas, manutenção na dieta alimentar voltada para o melhoramento da condição física; mental: atividades motoras que envolvam as práticas de leitura, pintura e outras artes; psíquica: acompanhamento psicológico, rodas de interação entre pessoas, testes preliminares da desenvoltura emocional e etc(...).

            No caso dos policias, embora isso dependa de questões biológicas, parece que estes profissionais adquirem doenças psicossomáticas com bastante frequência, tendo vida útil profissional mais curta e de vida, segundo algumas pesquisas em torno de 53 anos. Enfim, podemos abordar uma série de itens que prejudicam a saúde e qualidade de vida dos policiais, mas o estresse é um ponto em comum para todos os policiais, findando por leva-los ao um sofrimento psicológico contínuo, além de longas jornadas de trabalho, frequente contato com o público e insatisfação da sua remuneração. Tal como se refere o texto abaixo:

“(...) estresse a que são submetidos em seu trabalho, onde esse é entendido como o desequilíbrio entre as demandas do trabalho e a capacidade de resposta dos trabalhadores. Fatores estressores como alta demanda, baixo controle sobre o processo de trabalho, frequente contato com o público, longas jornadas de trabalho, recursos materiais insuficientes, insatisfação com a atividade e a remuneração, dificuldade de ascensão profissional, além da exposição ao sofrimento alheio, a situações perigosas e a problemas familiares, estariam relacionados ao sofrimento ou distúrbios psíquicos nos indivíduos, resultando em afastamentos.” (LIMA & MELATTI, 2010, p 481)

      A qualidade de vida dos servidores na Delegacia, depende dos modos de vida de cada indivíduo, uma boa parte do quadro entrevistado diz ter praticado em algum esporte, mas já parou as atividade físicas se restringem para poucos, talvez por não tempo e o cansaço que seu trabalho faz é massivo, e o impede de ser adequar ao meio da atividade física, boa parte acredita que já é vinculado às “práticas físicas” por esta na parte de “confronto” e “ativa, mas que precisamos abordar é um saúde positiva que envolva um ambiente de menor intensidade para o stress, a Unidade não oferece nada diretamente ligado ao esporte, os clubes do funcionalismo policial são reservados para a minoria e lá são realizados diversas recreações. Marcus, participa de algumas atividades, ele é ativo, diz ter um pouco de ressentimento pelo fato de existirem poucas políticas em prol disso:

“...nunca bebi na minha vida, não sei o gosto de bebida, nunca fumei, sempre fui esportista, sempre joguei bola, sempre pratiquei artes marciais, fiz judô, capoeira, defesa pessoal, caratê e faço isso até hoje. Já pratiquei vôlei e natação, hoje eu tenho jogado vôlei uma vez por semana, faço caminhada todos os dias e faço musculação todos os dias, jogo bola quando vou ao Clube, não posso jogar muito porque já fiz cirurgia nos dois joelhos, já disputei campeonatos pela polícia, mas hoje eu não jogo, já fui boleiro mesmo...” (Marcus, 43 anos)

O Comissário-Geral João, também frequenta o clube e fala dos seus benefícios

“Lá) ... todo mundo brinca, é um alivio para o ambiente estressante que é a delegacia, pena que o governo nunca olhou pra isso, somos robôs, aqui eu pratico esporte e faço atividades físicas e sisso tem melhorado meu rendimento no trabalho e como um descompressor(...)”(João, 40anos

            Mas o acesso é limitado, os funcionários de funções mais ativas, como Gilberto e Alberto disseram nunca ter frequentado, eles relatam que a maioria não sabe lidar muito bem com os problemas do trabalho, do stress e os problemas emocionais, além do fato de alguns terem uma expectativa cada vez mais pessimista da ação do Governo e da própria instituição, existem uma escassez da preocupação da integridade física e mental, e o envelhecimento ativo propicia situações de crises físicas e mentais.

“Nunca nem vi, o governo olhar pra gente, vejo alguns colegas que lidam com o alcoolismo e desestruturação familiar, é tudo bonito no comercial do governo na televisão, mas é muito ruim pra gente (...) um lá dentro entrou em depressão profunda e queria se matar, não existe aqui um acompanhamento médico.” (Gilberto, 46 anos)

 

“Acho que deveria existir politicas publicas que lidem com a gente, precisamos de médicos, psicólogos e proteção, não existe nenhuma forma de lazer para gente, os clubes (...) é pago, como posso fazer? acabar com financeiro pra ter mais saúde...” (Alberto, 45 anos)

 

                É fundamental que a instituição junto com a frente de entidades representantes do governo a montagem de iniciativas que a seguram a classe trabalhadora no aspecto da saúde física e mental, em especial, a em envelhecimento, pois nesse grupo é mais alta as taxas de alcoolismo, depressão e suicídios ocasionando pela pressão de trabalho e o cotidiano de cada dia como um reflexo da má gestão dos recurso humanos e públicos, sendo esses mesmos, base fundamental para o combate ao descaso e falha dos acompanhamentos médicos e o necessário estabelecimento de espaços de lazer, esporte, entretenimento e atividades físicas. Como acontecem em algumas empresas privadas do nosso País, ocasionado em uma correlação entre o rendimento de trabalho e a instalação desses espaços, levando a resultados que demostram um aumento na produção diária, acreditamos que isso possa ser implantado na Unidade, levando a uma melhor quadra de funcionários estruturados e acompanhados prontos para empenhar seus serviços.

             Dentro disso, a aposentadoria policial seguindo esses eixos, torna-se um momento de amadurecimento da pessoa, um pré-momento exclusivo de avaliação dos anos de serviços prestados. Reflexão de foi uma boa caminhada na instituição ou se por acaso sentiu-se usado, embrutecido, estruturado ou (des)estrututurado.  Analisa-se até onde chegou, o caminho que trilhou, se valeu a pena. A etapa seguinte é se as abordagens no aspecto da saúde podem ser aplicadas ou não, o trabalho policial constitui um dos ofícios mais estressantes que existe, tal a qual é mais elevado para as doenças adquiridas, como Transtorno Bipolar, estresse crônico, problemas cardiovasculares, hipertensão arterial e entre tantas, aqui no Acre, em especial, a Delegacia estudada, DPTC, existe programas de atendimento psiquiátrico, mas nós sabemos que só isso, não basta, portanto as propostas devem reiterar o que o governo pode proporcionar Programas de Apoio Médico, em se tratando da população em fase de envelhecimento, atendimentos geriátricos e que envolvam os policiais em reserva e todo aparato médico para o trabalhador-policial, como é detalhado em:

A saúde do trabalhador deve ser avaliada dentro dos aspectos ocupacionais físicos, químicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos, psíquicos e sociais. Além disso, o trabalhador necessita de uma abordagem holística, visto que, para detectar um individuo doente, o especialista precisa atentar para uma serie de características, como a tarefa executada no trabalho, o ambiente de trabalho, as relações interpessoais, os hábitos de sono e alimentares, a aptidão física, entre outros (MENDES E LEITE, 2004)  (RODRIGUES, 2008, p. 35)

 

     Os policiais civis já se mobilizaram e pretendem ações mais amplas, vários representantes em Câmaras Municipais e Estaduais, se mobilizando em prol de iniciativas mais congruentes e eficientes para efetivação desses direitos, no Acre, não podia ser diferente os agentes se mostram insatisfeitos com as iniciativas do governo do Acre, a falta de priorização da PC-AC, é que deixam mais indignados, boa parte desses funcionários necessitam de algum tipo de assistência, em relação a saúde, o mais necessitado, como retrata a fala dos agentes

 

“O pessoal aqui não quer só uma pintura aqui e ali, precisamos é de um quadro eficiente de saúde e possa ser viabilizados para todos, tenho esperança que isso possa efetivar e acredito em uma valorização da nossa carreira (...)”(Gilberto, 46 anos)

 

“Entendo que é fundamental o acompanhamento psicológico é fundamental, mas precisamos é de médico, alguns policiais precisam enrolar o barraco para conseguri comprar, ve se pode uma coisa dessa” (Alberto, 45 anos)

 

    Nas falas policiais, se encontrar uma certa indignação como de como são tratados em relação ao aspecto do pessoal de assistencial em saúde, em contramão nos anseios de uma manifestação governamental a respeito desses funcionários policiais, pois não há ainda políticas públicas que inserem amparo legal e até mesmo fiscais, a maioria já adquire problemas psíquicos e convivem com condições precárias de trabalho razoáveis, com delegacias lotadas, estruturas sucateadas e a logísticas de serviço feito com maior desqualificação e falta de planejamentos, as entidades governamentais precisam  é devem fornecer um amplo programa de desenvolvimento profissional e assistência social, os policiais recebendo tratamento com psicólogos especializados no tratamento de doenças pré-adquiridas e medicação dos trabalhadores em situação de stress na área ativa.

 

2.2 Dificuldades e Limitações enfrentadas para os Policiais Civis Acreanos com Saúde e Qualidade de Vida.................... ........................................................................................00

 

 

As dificuldades e limitações que os Policiais enfrentam são diversas, as mais destacadas pelos entrevistados são a falta de políticas públicas mais eficientes acerca da qualidade da vida, muitos trabalhos realizados na Instituição Policial, os prédios possuem salas mal ventiladas, o piso é deteriorado e a paredes apresentam rachaduras, os fios de energia são espalhados e não existe nenhum sinal de assistência técnica e isso somado com a falta de uma logística mais eficiente, a fragmentação das tarefas pode afetar os agentes porque sobrecarregam sem seus serviços e permitem uma defasagem no requisito da organização policial em atividades operacionais e administrativo que pode afeta-lo e a população em que atua

“A fragmentação das tarefas que os transformam em simples elos de uma corrente, não lhes permitem ver o início, o fim, nem a finalidade do que fazem. A simples troca da mão de obra por uma remuneração, torna o serviço público uma atividade alienante e, conseqüentemente, provocadora de diversos problemas de saúde.” (Antunes, p.29, 2014)

A análise da qualidade de vida em um ambiente policial faz-se necessário por vários fatores, sendo o principal desenvolvimento, porque como já abordado reitera as atividades de segurança, levando em conta as pressões e o constante perigo, além do fato da estigmatização que sofrem pela sociedade por serem policiais, diagnosticados com doenças crônicas e sobre suas ações

      Temos como ponto de partida, os respectivos das falas a respeito do trabalho

“Eu trabalho na área de atuação ativa, convivo sempre com a rua, eu às vezes me sinto pressionado, já fui várias vezes ameaçado, quando apreendia os meliantes, sentia o dever cumprido, mas ao logo do tempo fiquei receoso com que poderia comigo e com minha família”(Gilberto, 46 anos)

“Convivo com o ambiente muito desprezado pelos órgãos públicos, a Delegacia aqui é muito pouco estruturada, a gente faz os serviços é mesmo na raça, como era antigamente, é claro que temos apoio mais técnico se comparado com antigamente, mas mesmo assim, eu como funcionário acho minha qualidade de trabalho como pequena”(Alberto, 45 anos)

         Os agentes Gilberto e Alberto, muito embora achem que o local em que trabalham ambos, tenha melhorado gradualmente no aparato técnico, deixa ainda mito a desejar, como profissionais, ainda na ativa, estão constantemente convivendo com a violência e criminalidade, acreditam que existam dificuldade bastante acentuadas a respeito da melhoria nos trabalhos a serem feitos e uma melhor distribuição de funções a cada membro da equipe e mais pessoal de administração.

         Podemos relatar que a qualidade é um conjunto de aspectos sociais e ambientais que se refletem nos indivíduos e como produto dos fatores psíquicos, biológicos e sociais, mas nos policiais existe uma constante tortura psicológica, sobretudo pelas màs condições, fora a demanda de serviço e um salário a quem sem as devidas promoções e estudo do caso da qualidade de vida em cada pessoa para suprir todas as suas necessidades fundamentais.

“Nesse contexto destacam-se os profissionais de segurança pública, que no exercício de sua profissão desenvolvem atividades que por si só já consistem em risco iminente para a vida. Aliado a isso, poucas condições de trabalho, cobranças dos superiores ou órgãos subordinados bem como da sociedade, acentuam estes riscos e os tornam candidatos em potencial a serem indivíduos doentes física e psicologicamente. ” (RODRIGUES, 2008, p. 19-20)

 

      No outro aspecto, está aposentadoria, muitos policiais se queixam por nçao ter uma valorização melhor, esperam e anseiam por programas que promovam a garantia de benefícios e auxílios recorrentes a saúde, nós sabemos das dificuldades enfrentadas pelos Policiais Civis Acreanos nas proximidades da aposentadoria, tendo em vista a força preventiva que o Estado impõe sobre eles, esperamos que possam existir uma mobilização da sua carreira profissional, percebam-se como indivíduos, como relata os agentes Marcos, Alberto e Gilberto

 

 “Necessitamos e precisamos de uma melhor qualidade de vida no trabalho, o Estado necessita ver e entender porque precisamos de apoio, devemos lutar por uma ação mais ampla pro pessoal”(Alberto, 45 anos)

“A Polícia Acreana objetiva acima de tudo, apoio, um objetivo, esse dever alcançado com mais investimento pra gente, fazemos um bom trabalho aqui na Delegacia e em Rio Branco, mas queremos fazer melhor, precisamos, de um quadro maior de gente pra trabalhar, e constante auxilio médico” (Marcos, 43 anos)

“ (...) aguento duro e firme as pressões que a Delegacia nos reserva, precisamos de mais investimentos na área de Segurança Pública, uma grande leva do pessoal está adoecida e enferma de monte de doença, e o Estado não apoia, acaba nisso aí (...) que vemos na cidade. (...)” (Gilberto, 46 anos)

 

           Nas dificuldades a respeito da qualidade de vida enfrentadas pela maioria, precisamos de uma reformulação de soluções para o melhoramento de trabalho e políticas que introduzam nos ambientes uma bagagem de profissionais da área de saúde para combate do padecimento dos trabalhadores policiais, necessitando visão ampla quanto aos transtornos mentais e físicos demonstrando assim a sua importância, além disso precisamos enfatizar que possa valer os programas e espaços para funcionalismo responsável por cuidar da alimentação, do físico e sanidade mental.

 

2.3 Situação Econômica do Idoso e Apoio Familiar....................................................................

 

A situação econômica do idoso, muitas vezes, se encontra em estabilidade, apresentam um razoável rendimento salarial, os entrevistados, ainda se encontram em processo de aposentação, mas eles se demonstram bastante preocupados, visam fazer investimentos em sua carreira e até um aprimoramento melhor em determinadas áreas do conhecimento e isso varia bastante para cada indivíduo que possui seu próprio modo de vida social e financeiro.

 

“A aposentadoria policial é um fenômeno compartilhado pelos trabalhadores, mas pode ser mais bem avaliado com o estudo das configurações subjetivas atuais de cada indivíduo. Esse estudo de caso nos traz reflexões sobre aspectos subjetivos na experiência de um policial aposentado pela PCDF. Faz-se necessário esclarecer que a aposentadoria objetivamente não define as configurações subjetivas, que são desenvolvidas pelo sujeito e que lhe fornecem formas diferenciadas de vivenciar e sentir subjetivamente essa experiência.” (Antunes, p.87, 2014)

 

O aspecto financeiro, pode também está ameaçado, temos que analisar que o endividamento chega ser maior em profissionais e servidores do serviço público, uma vez que obtém a estabilidade e segurança de garantia do seus serviços, abusam do uso desse fato na obtenção créditos e investimentos, a questão aqui não é o salário, mas sim uma educação financeira, mas alguns obtém sucesso nisso, como os agentes Gilberto e Marcos, que se envolvem em rendas extras para arrecadar na renda familiar:

“Tenho uma lojinha de roupa, vendo baby-dolls, roupas e um bocado de coisas que obtenho na revenda de produtos, sou funcionário público, mas só por esse fato, não pretendo abusar da sorte, principalmente, quando chegar a velhice (...)”(Gilberto, 46 anos)

“(...) sempre economizar, sempre, tenho até uma poupança que pretendo usar ao longo do tempo e também penso em investir no ramo de marmita e entrega  de alimentos, é bastante lucrativo”(Marcos, 43 anos)

Diferentemente, de João, Comissário-Geral, que não possui renda extra, ele disse que se garante e vive com uma família pequena, ele diz ter um pouco de capital acumulado, não se preocupa em demasia com a aposentadoria.

“Não me preocupo, sei que posso viver somente do meu trabalho, eu me especializei, foi para isso, para ter somente do trabalho e pretendo uma aposentadoria ideal” (João, 40 anos)”

Gilberto, Marcos e Alberto se contrapõem ao João, porque desde que trabalhavam como policiais, versavam condições de vida para a renda família. Percebe uma atenuação para uma atividade cada vez mais extra-policial, buscando suas próprias idealizações, sem a subordinação estatal, buscando modalidades de atividades que viabilizem ambos na qualidade e eficiência do seu próprio trabalho, amos apresentam um apreço pela sua trajetória e querem construir laços familiares depois da aposentadoria e desligamento da carreira.

3. CAPÍTULO III: POLICIAIS CIVIS IDOSOS: MOMÓRIA, IDENTIDADE E TERRITÓRIO DE EXCLUSÃO

 

3.1 A Construção de ‘Memórias e Representação de Identidades  na Polícia Civil Acrena.................................................................................................................................00

Para todo policial deveria ter um Programa de aposentadoria e Apoio que inclua cuidado com saúde mental e física, bem como o envolvimento com atividades artísticas, de lazer e culturais, seguidas de uma série de reuniões ensinando e abordando temas do bem viver. É o momento de desbrava  as propostas de experiências positivas e descartar  os vícios, hábitos negativos.

“[Após o policial ao] se aposentar, alternativas de enfrentamento deste período, considerando-se a história de trabalho construída e as perspectivas de uma vida saudável pós-aposentadoria, bem como aos já aposentados comentar sobre seus sucessos e fracassos após ter se ausentado da instituição pelo motivo de transferência para [inatividade e], suas experiências positivas ou negativas possam elencar ideias para novas propostas.” (SILVA, p. 11, 2003)

                Muito diferente do que muitos pensam o momento da aposentadoria, pode e deve na maioria das vezes pode ser um movimento de maior engajamento político e social e bastante produtivo, não mais com a mesma intensidade, mais com mais tempo e qualidade. É muito comum pessoas descobrirem grandes habilidades, vocações nessa fase. Com o tempo livre há uma necessidade de participação, de sentir-se útil e verdadeiramente, se bem preparado, isso flui, isso acontece.

 “Preparar para a aposentadoria é também educar para o uso do tempo livre, possibilitando assim a redefinição do sentido da vida. Educar para o uso do tempo livre é levar à descoberta de outros valores que não os do trabalho: valores do lazer, da produção cultural, .do engajamento político, da participação comunitária e do trabalho voluntário.”(SILVA, p. 7, 2003)

Esse preparo não constitui tal somente de um plano de Aposentadoria, dever da Instituição na qual trabalha, para seus funcionários. Mas de uma autoconscientização dos próprios sujeitos entrando na inatividade ou já nela. Precisa de todos os cuidados para não cair logo doentes, sedentários e mente e cognição atrofiadas.

“Para manter-se independente durante a velhice, o ideal é tentar preservar aspectos como locomoção,. visão, audição e cognição. Tudo isso está relacionado a uma postura a ser assumida sobre o próprio bem-estar, o que implica cuidados com a alimentação (menos calorias e mais vitaminas, proteínas e. minerais) e prática de atividades físicas. Sedentarismo e comidas gordurosas constituem meio caminho andado para problemas de saúde futuros. Mesmo na terceira idade, a pessoa tem de ter controle sobre as próprias atividades. Isso engloba desde independência para caminhar até controle da conta bancária, passando por gerenciamento da própria casa. No sentido de preservar a memória e o raciocínio, deve-se "realizar atividades que demandem esforço psicológico e cognitivo, como leitura. jogos. resolução de problemas. A pessoa deve exercitar a mente e não ficar em atitudes unicamente passivas, como ver TV, que · não provoca reflexão nenhuma.” (SILVA, p.8, 2003)

O apoio da família, dos amigos, da vizinhança e o desenvolvimento de toda sociabilidade possível por meios de diversas atividades são essenciais para um projeto dentro da Instituição que tenham por objetivo alongar com mais Qualidade de Vida, a vida dos servidores, a verdadeira preocupação com o ser humano.

 “Durante toda a vida, além de investir na vida profissional [...] também tem de se envolver numa.rede social, que inclui família, amigos ou mesmo a vizinhança. A pessoa que está rodeada por outras que têm estima por ela sente-se muito melhor à medida que os anos passam. Não adianta investir na saúde perfeita e terminar seus anos só. São aspectos simples que podem fazer grande diferença na vida de um{...} que está prestes a se aposentar ou mesmo aos já aposentados. É importante o encaminhamento pela instituição de mecanismos que possam alertar e acompanhar para estes questionamentos visando demonstrar maior preocupação para com o ser humano, que é o nosso maior patrimônio.” (SILVA, p.8, 2003)

 Instituição por meio de um acompanhamento faz o alerta e o rastreamento das vidas dos profissionais antes e depois da aposentadoria. Isso seria valorizar a própria instituição, sua história, memória e criar coesão indenitária.  Cada caso é um caso, a conjuntura estrutural por mais que seja condutora, mas cada vida têm a sua história, seu histórico. No caso de policiais onde o trabalho é prescritivo, real e imprevisível são histórias diversas, marcadas pela violência ou pelo desdobramento desta.

“Evidentemente, a forma pela qual essa passagem vai ser vivida depende de um conjunto de variáveis individuais: a ruptura mais ou menos brusca dos vínculos do trabalho, os sucessos ou insucessos profissionais, o maior ou menor grau de auto-estima, a dinâmica mais ou menos satisfatória da estrutura familiar, a intensidade e a qualidade dos relacionamentos sociais, as condições de saúde, enfim, a história de vida de cada pessoa.” (SILVA, p.9, 2003)

 

“Para quase todos a aposentadoria determina uma série de mudanças significativas: rompimento com a maior parte das relações de amizade e convivência, perda do "status" e do prestígio decorrente do exercício de um papel profissional, dificuldades de. acesso a programas de lazer e educação permanente e, consequentemente, de engajamento a novos grupos sociais; finalmente, a existência de papéis socialmente reconhecidos e valorizados a serem desempenhados na aposentadoria, fato que conduz a um crescente processo de isolamento social.” (SILVA, p.10, 2003).

Ao longo da jornada destes sujeitos sociais existem alegrias, companheirismo no trabalho, decepções com a instituições algumas vezes, e quase sempre a sujeição à doenças psicossomáticas ou doenças do trabalho como são chamadas. Podemos dizer que um coração de um policial tem que ser forte, mais que o corpo e a mente.

“É neste contexto que [...] experimenta alegrias, tristezas, mágoas, frustrações, expectativas, entre outros sentimentos, e que podem contribuir para  inibir a manifestação de determinada moléstia, pois a história de vida de cada um explica em muito uma enfermidade atual.” (SILVA, p.25-26, 2003).

 

Na sociedade contemporânea impulsionada bela ditatura da beleza e pela forte tendência em apreciar somente corpos jovens e sadios, a velhice têm se privatizado, entendida como algo ruim, indesejável e que com pouca coisa a oferecer para a sociedade, existe assim um forte silenciamento do sofrimento e um fardo do envelhecimento.

“Aos idosos que ainda se mantêm independentes do cuidado da família, esta nova gestão da velhice tem como alvo transformá-la em uma responsabilidade individual. Considerada por Debert (2004) como uma forma de reprivatização do envelhecimento, os indivíduos são convencidos a assumir a responsabilidade pelo seu envelhecimento e, consequentemente, pela sua saúde, pela sua aparência e pelo seu isolamento.” (Domingues, pg. 555, 2014)

[....] O envelhecimento, por um lado, é alvo de dispositivos de poder que investem sobre o corpo, individualizando o envelhecer no segmento idoso e submetendo-o a experimentos médicos de contensão da doença, e, por outro, produz uma variedade de dispositivos de intervenção na própria vida enquanto fenômeno coletivo. Tratar o envelhecimento como doença, e esta como um mal, desencadeia uma aversão a se tornar velho. Velho é sempre o outro.” (Domingues, p.556, 2014)

As instituições tal como os indivíduos morrem e declinam, de modo que ambos estão interligados ou se confundem um como os outros. Geralmente, aos personagens simples, pessoas simples não cabem serem lembrados. Em toda história oficial quase sempre não existe história vista de baixo, tais como a memória dos trabalhadores. Daí qualquer história referente a eles, tem por si só uma preciosidade de demonstrar o indivíduo comum e seus feitos que cotidianamente, é a histórias das lutas de classe, mas não somente isso é a história dos modos de viver, das alegrias e das tristeza, das experiências populares, de ranços e avanços de uma categoria de pessoas ou indivíduos..

 

“A associação de uma série de fatores (aumento da população idosa, taxa de desemprego, desigualdade econômica e social, insuficiência da aposentadoria, inovação tecnológica acelerada etc.) vem trazendo um novo desafio ao mundo do trabalho. O afastamento dos trabalhadores antes dos 60 anos, ou mesmo antes do tempo que lhes permita completar o tempo para a aposentadoria coloca-os à margem do processo produtivo formal e do acesso aos já escassos benefícios sociais. Criam-se amplas redes de trabalho informal e de subemprego, insuficientes para garantir os direitos da cidadania e prejudiciais à produção de riqueza nacional. (Neri, 2002, p.8)” (COSTA, AMMR, p.25, 2016)

Podemos dizer que o trabalho é o fazer-se a história no cotidiano, tudo estar centralizado nele. Na matrix do trabalho, numa sociedade de consumo, onde nunca se trabalhou tanto, porém cada vez mais se alarga a desigualdade pelo mundo inteiro, há uma necessidade e ser proativo, competitivo e no segundo quadrante da vida em diante isso vai caindo de frequência. Daí que mais do que nunca precisa-se alerta-se para questão. O trabalho é regulador de tudo: de horários, tempo, contatos sociais, por vez torna através de punições e micro penalidades corpos dóceis por meio do processo de regeneração.

[...] na sociedade contemporânea há uma centralidade da vida no trabalho. Dentro da perspectiva social, o trabalho é o principal ordenador da vida humana, pois regras, horários, atividades específicas e interações sociais são dispostas conforme as exigências que as tarefas do trabalho impõem. O trabalho proporciona uma rotina de horário, exigindo a presença física do trabalhador e estabelecendo contatos sociais com a equipe de trabalho, as quais configuram um cotidiano.” (COSTA, AMMR, p.25, 2016)

                A abordagem da história, memória e identidade dos policiais em fase de envelhecimento e aposentadoria é prova que a história se dá no heterogêneo, no individual, no papel do homem na História  ou seja no Cotidiano: Das paixões, no trabalho, na vida social, política, nas guerras se dão no dia a dia. Sempre foi e sempre vai ser assim.  Onde o herói é o mesmo vilão... é o que luta que chora que sofre e que consegue o sustento e a razão de viver. Por isso, a aposentadoria é tão difícil para muitos.

“[...] a vida cotidiana, tal como seu conteúdo, não é apenas heterogênea, mas igualmente hierárquica. Todavia, diferentemente da circunstância da heterogeneidade, a forma concreta da hierarquia não é eterna e imutável, mas se modifica de modo específico em função das diferentes estruturas econômico-sociais. Assim, por exemplo, nos tempos pré-históricos, o trabalho ocupou um lugar dominante nessa hierarquia; e, para determinadas classes trabalhadoras (para os servos, por exemplo), essa mesma hierarquia se manteve durante ainda muito tempo; toda a vida cotidiana se constituía em torno da organização do trabalho, à qual se subordinavam todas as demais formas de atividade.” (Heller, p.27, 2016)

 

“O homem nasce já inserido em sua cotidianidade. O amadurecimento do homem significa, em qualquer sociedade, que o indivíduo adquire todas as habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade (camada social) em questão. É adulto quem é capaz de viver por si mesmo a sua cotidianidade.” (Heller, p.27, 2016)

 

Em determinada idade mais avançada já é comum à estigma, o preconceito. Para os Policiais existe certo grau de suspeição por parte da sociedade, na medida em que são visto como braço repressor e não como um trabalhador em cumprimento das leis, da democracia e do Estado de Direito. Existe também um preconceito por parte da própria instituição para com os Trabalhadores Subalternos, marcados por micro-penalidades.  Enfim, a Vida Cotidiana dos policiais é marcada por  pressões e preconceitos.

“O preconceito pode ser individual ou social. O homem pode estar tão cheio de preconceitos com relação a uma pessoa ou instituição concreta que não lhe faça absolutamente falta a fonte social do conteúdo do preconceito. Mas a maioria de nossos preconceitos tem um caráter mediata ou imediatamente social. Em outras palavras: costumamos, pura e simplesmente, assimilá-los de nosso ambiente, para depois aplicá-los espontaneamente a casos concretos através de mediações.” (Heller, p.61, 2016)

             Toda classe ou categoria tem uma memória coletiva de lutas por melhorias de vida, de trabalho e condições de vida. Isso gera valores, identidades comuns, ou seja, um companheirismo forjado no dia a dia. Aos policiais civis a melhor forma de resgatar isso deles é através da história oral, de modo que sabemos que tal qual um livro raro de uma biblioteca também espetacular e única assim é um “velho” policial quando se vai ou morrer... Saindo da vida sem deixar sua história relatada.

            Toda geração trás em sim o germe da sua geração ou seja: “uma unidade geracional” marca da por experiências de uma época: “Os aposentados [policiais] podem servir como exemplo dessa unidade geracional, vinculados não só a movimentos, grupos, associações, como também à própria condição de pertencerem à categoria “terceira idade” (Silva & Aparecida Silva, p.124, 2016)

            É claro que, o envelhecimento não pode ser reduzido ao econômico. Envelhecer é um contentar-se descontente, é estar sendo ferido aos poucos o vencedor. Um processo de múltiplas faces. Ninguém do mesmo jeito. O ato de envelhecer não estar diretamente ligado a uma condição de classe social determinada. Envelhecer ou estar aposentado é diferente em várias partes do mundo, além de sofrer mudanças ao longo da história, do tempo e do espaço. Mas a média de expectativa de vida diminui e degrada mais o ser humano trabalhador que tem sua vida encurtada pelo árduo trabalho, seja ele intelectual ou manual. Ou, ainda, dura-leve-ergométrico, como o trabalho policial geralmente num barril de pólvora como uma delegacia ou qualquer desdobramento da violência cotidianamente.

O trabalho no serviço público, especificamente o policial, não é menos excludente e alienante como nas fábricas. É importante destacar que a maneira de exclusão se baseia na retirada da autonomia desse trabalhador, por meio de processos legais complexos alicerçados nos princípios da hierarquia e disciplina. Esta perda de autonomia se dá na atividade pública por meio da pouca participação dos servidores nas decisões.” (Antunes, p.28, 2014)

             Da mesma forma que o operário nas fábricas, o trabalho policial é marcado pela disciplina, cansaço, cumprimento de ordens, senso trabalho real e prescritivo. Muitas vezes tem que fazer um “mal” necessário, tal como numa reintegração de posse envolvendo pobres e miseráveis ou desfazer uma manifestação pacífica de pobres trabalhadores com salário em atraso. Tem o mesmo também a mesma necessidade de uma vida mais digna já que está em nome da ordem e da cidadania. O Policial civil na maioria das vezes morre sofrendo com o arrocho salarial e em precárias condições, tal como a autora descreve abaixo como os operários.

O desejo de aumentar seu salário levará todos os seus trabalhadores a fazer observações sobre seus movimentos, sobre a pressão ou tração exercida (...). O operário, remunerado proporcionalmente ao serviço executado e não pelo tempo gasto, trabalha sem perder um instante, durante tantas horas quantas lhe permitam suas forças; ele prolonga sua jornada até o momento em que o repouso lhe é indispensável” (Perrot, p.57, 2017)

 

Devemos deixar claro, também sobre, identidade do trabalhador-policial antes e depois da aposentadoria, por um ponto de vista de Bauman,, é nada mais que a afirmação dos vínculos, promovido pela forma como estão concretizados ao tempo, nesse caso ao tempo de trabalho dos policiais, boa parte deles gera apesar das dificuldades enfrentadas um sentimento de prazer e gosto pela profissão, pois é uma forma de registrar o seu pertencimento, crescimento  e aprimoramento dentro da instituição eles encontram no seu ofício, a função de cumprir seu dever.

O processo de aposentadoria prepara um terreno para a criação de uma identidade de inutilidade consideração aspectos da representação social a respeito do fenômeno. Aposentar-se, é sinônimo de inatividade e velhice. Além disso, temos a emersão de um elemento gerador de tensão na configuração subjetiva da aposentadoria que são as relações familiares. O policial se ver como uma parte dentro do sistema e depois, de maneira dinâmica, como um fluído em mobilidade, se ver fora dele, ele portanto buscar se satisfazer e encontrar um sentido de premiação ou inutiliadade pelo seus anos de trabalho na instituição policial e momentos vividos nela.

 

“Você assume uma identidade num momento, mas muitas outras, ainda não testadas, estão na esquina esperando que você as escolhas. Você nunca saberá ao certo se a identidade que agora exibe é a melhor que pode obter e as que provavelmente lhe trará maior satisfação” (BAUMAN, 2005, p. 91).

 

 

“Tornamo-nos conscientes de que o “pertencimento” e a “identidade” não têm a solidez de uma rocha, não são garantidos para toda a vida, são bastante negociáveis e revogáveis, e de que as decisões que o próprio indivíduo torna os caminhos que percorre, a maneira como age – e a determinação de se manter firme a tudo isso – são fatores cruciais tanto para o “pertencimento” quanto para a “identidade”. (BAUMAN, 2005, p. 17)

 

Assim, retratamos tudo que se implica no envelhecimento e o papel da memória, identidade e a cotidianidade, que a grande fundamentação sobre o envelhecimento, a tal que acreditamos que os policiais e funcionários da Delegacia, são nada mais que peças-chaves de uma revisão histórica da instituição partindo de concepções e inovações das nossas abordagens já estabelecidas, que querendo entender e compreender o alicerce fundamental do envelhecimento e as consequências para o trabalho e a construção de um lugar de memórias.

 

3.2 Relatos de Policiais e Ex-Policiais na sua Rotina Em Meio a Busca de Valorização profissional............................................................................................................00

 

 

A exclusão e o adoecimento que esses profissionais, principalmente de patentes mais baixas é unanime, o ambiente policial oferece intrínsecas condições socioambientais de estresse crônico e condicionamentos para o acometimento   de doenças psicossomáticas envelhecimento e não foram cauteladas por agentes de suade e profissionais da área psiquiátrica, podem ocasionar na deterioração da Delegacia, como relatado abaixo

 

“Já vi alguns amigos com problemas em relação ao alcoolismo e estrutura familiar, eu meso tiver isso, mas graças a Deus, eu fui para o serviço de apoio psciologico, era uma estrutura, mas me ajudou muito no restabelecimento, é bom ter isso serviços” (Gilberto, 46)

“Acredito que se órgão público conseguisse criar programas para associação do policial e seu cuidado até fica velho, ele se tornaria um profissional, e teria mais orgulho de ter cumprido com sua função e tivesse um pouco de gratificação.” (João, 40)

“Em relação a mim, eu tenho que comprar remédio para controlar minha ansiedade, e isso me deixa um pouco sonolento, meus amigos costumavam me chamar de xaroep, mas vou fazer o quê, porque se não tomar posso entrar em estado profundo de depressão.” (Marcos, 43)

“Sei da carência de serviços mais especializados para o quadro de funcionários e acho isso um vergonha para nosso Estado, muito embora ninguém nos der ouvido, tome seu remedinho e pronto, trabalhe (...)”(Alberto, 45)

 

            Apesar das enormes carências das instituições, eles concordam sobre o porquê que escolheram essa profissão, sentem orgulho e expressam um sentimento de estarem representando a lei, sobre o fato que os estudos garantiam ele pode ter um emprego digno que preza pela harmonia e controle do limiar social e seu papel significativo nas diligências e funções a qual são delegadas a fazerem, destacamos aqui o Seu Nonato, policial em estado de reserva, já atuou em várias delegacias especializadas:

 

 

“Atuei na parte ativa, atendendo ocorrências na Delegacia da Mulher e do Menor e servindo apoio na apreensão é (...) tudo que fazia é me dar muio orgulho, porque eu batalhei pra estar aqui, né e (...) também na administrativa, isso quando uma houve regularização da PC-AC e isso me dava mais ânimo no trabalho.” (Nonato, 60 anos)

 

“Tenho uma paixão por tudo que realizei aqui, tive que estudar e consegui esse emprego graças ao meu esforço, tenho uma moto e uma casa boa, por isso me vejo ainda realizado no trabalho, mesmo com as anuências” (Gilberto, 46)

 

“Quando eu me aposentar, sentirei saudades do meu trabalho na gestão principal da administração, não posso esquecer que cresci graças ao meu suor de cada dia” (João,40)

 

“(...) acordo e indo me arrumar pro meu trabalho e vibro com as situações que já presenciei, tenho um entusiasmo, né (...), gosto de aventuras (...)”(Alberto, 45)

 

“O trabalho que faço aqui me dar orgulho o contato direto com o público e a todo o processo para organizar a documentação e lá de administração, me sinto valorizado e sinto a oportunidade de aplicar tudo”. (Marcos, 43)

 

Por fim, os entrevistados exprimem ainda assim um sentimento de esperança, que os policiais civis e seu trabalho fosse mais valorizado, os relatos breves relatam aquilo que é necessário e com ousada empreitada.

“Acredito na instituição policial, porque ela já melhorou e pode melhorar ainda mais e se o governo cooperar, pudemos sair dessa zona de desconforto (...)“ (Alberto,45)

“Toda mudança significativa acontece de modo devagar e lento, mas quem sabe o futuro, né ? Talvez, uns quadros de funcionários mais estimulados e que invistam nos prédios, porque eu já foi sair (...) “(Gilberto, 46)

            Não resta dúvida que os relatos enfatizam uma rede de funcionários mesmo em condições socioambientais e qualidade de vida e trabalho não totalmente devidamente regularizados, mas precisam de investidas em iniciativas públicas para o aparelhamento dos servidores públicos.

 

3.3 Discursos e Estigma dos agentes e ex-agentes policiais perante à Instituição (PC-

 

 

            Os discursos que implicam nesses funcionários, se destacam em relação a postura da Polícia na sociedade, atuando como molde construtivo para uma sociedade em base no autoritarismo, mas isso não é coerente com a PC-AC, temos em conta que depois de 1984, houve uma regulamentação do trabalhador policial, que se tornou ético e baseado na garantia dos direitos humanos, que foi logicamente movido pelo processo de democratização em que o Brasil, estava vivendo como relatado no trecho a seguir:

“(...) as práticas policiais refletem o momento histórico pelo qual a sociedade está passando, as discussões que estão sendo feitas acerca da segurança, o papel da polícia e o que se espera dela. Além disso, acredita-se que não somente o momento histórico, mas também o momento pessoal – as configurações subjetivas influenciam as práticas policiais, pois estas englobam aquelas, no sentido de que as configurações envolvem um cenário, em que o sujeito atual.” (Antunes, p 67, 2014)

 

No Acre, não podia ser diferente, o fato é que Delegacias apresentavam um quadro técnico precário, as diligências eram feitas mais de pelo incentivo dos delegados da época, como relata um pouco sobre ocorria naquela época, havia enquadramentos policiais muitas vezes que envolviam agressões físicas e torturas aos acusados baseado em julgamentos sumários, não há dúvida, que isso ocorreu, mas o com processo de democratização nacional e isso foi diminuindo lentamente. No Estado foi criado a Secretaria de Segurança Pública que regularizava as ação da PC-AC e o recebimento de verbas para construção de novas unidades e de equipamentos somado com as viaturas de apoio, Seu Nonato, fala sobre como os governos anteriores ajudaram:

“Foi no governo de Jorge Viana que a policial judiciaria Acreana recebeu um grande apoio de verbas que auxiliou no combate a criminalidade e um aumento no salários, além de certames seletivos.” (Nonato, 60 anos)

Embora, o discurso do autoritarismo, se trata apenas do curso de casos isolados, e a maior parte termina em severas punições aos agentes de Segurança Pública e destituição do cargo e isso acaba, sendo generalizado o policial é dito como um monstro e só gosta de mandar, o que não condiz com a verdade, os agentes Marcos, Alberto e Gilberto contestam essa falácia de generalização

“A maior parte dos policiais e o pessoal não age de forma agressiva e ostensiva, são pessoa honestas que lutam dia a dia, eu já sofri preconceito por isso, quando estava indo comprar uma mobília, falei que era policial, começaram me olhar torto e alguns até fugiam de mim. ” (Marcos, 43)

“Me chamaram de canastrão, só porque eu estava tentando almoçar e um homem ameaçava-me me roubar e mostrei arma, todos saíram mediamente” (Gilberto, 46)

“O povo não entende? somos gentes que trabalha e sustenta nossa família” (Alberto, 45)

 

                O próximo discurso é sobre a situação da aposentadoria e a carreira policial, não há dúvida as carreiras policiais, em especial a Polícia Civil estejam sofrendo uma grande pressão acerca dos benefícios devido a uma política Neoliberal e que só enfatiza o lucro e que acaba cortando os benefícios para essa classe de trabalhadores, outro ponto que é o fundamento é o envelhecimento policial, Simone Beauvoir destaca em um trecho sobre os processos que a velhice no homem, acreditamos que isso possa mais destacado de policias civis, profissão policial que tem a maior chance de adqurir problemas respiratórios e de coração, caso não exista uma qualidade de vida e trabalho adequado, além do crescimento do sentimento de monotonia e inutilidade:

“A decadência e a desconfiança do velho geram nele não apenas insensibilidade em relação a outrem, mas também hostilidade. Do mesmo modo que a situação da mulher a incita ao ressentimento, a do velho acarreta uma atitude de reivindicação. A idade se abate sobre nós de surpresa, e experimentamos um obscuro sentimento de injustiça: esse sentimento traduz-se numa quantidade de revoltas e de rejeições. A pessoa idosa considera-se vítima do destino, da sociedade, de seus parentes; todos a prejudicaram, não cessam de prejudicá-la. Pode acontecer que desenvolva em si uma cólera que a leve à beira da loucura.” (Beauvoir, p479, 2019)

 

A estigmatização que sociedade é tamanha que atua reiteram apenas para o lucro, a condição de velhice não só admitir o fim, as pessoas envelhecidas apresentam alta capacidade de cognição deve ser valorizada e em perfeito estado de sanidade mental, mas o ambiente pode rotular de maneira diferente, por isso, uma ação a respeito da a população idosa é necessária são pessoas em plena consciência e cidadãos que já exerceram funções e devem respeitados, como é abordado

“Se tudo fosse inutilidade ou embuste, não restaria mais nada, com efeito, a não ser esperar a morte. Mas admitir que a vida não encerre sua própria finalidade não significa que ela não possa voltar-se para fins. Há atividades que servem os homens e há, entre estes, relações nas quais eles se alcançam em sua verdade. Essas atividades e essas relações não alienadas, não mitificadas permanecem quando são banidas as quimeras. Podemos continuar desejando comunicar-nos com os outros através da escrita, mesmo quando as imagens juvenis da celebridade já se dissiparam. Por um curioso paradoxo, muitas vezes é no momento em que, envelhecido, começa a duvidar de sua obra que o homem velho a eleva ao mais alto grau de perfeição.”

 

Acreditamos, na elaboração de projetos que possa viabiliza a necessidade de um balanço previdenciário para os profissionais da Delegacia, que passe a régua e olhe com mais atenção as classes que possam garantir cursos de profissionalização e oportunidades de desenvolvimento técnico somando com as atividades físicas e implantação de associações e espaço de lazer que incluam a questão do envelhecer, esse deve estabelecer algo ainda maior e espera que possa servir como uma critíca construtiva.

 

BARROS, José D’Assunção. O Campo da História: Especialidades e Abordagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. 

______________,  José D’ Assunção. Como fazer um projeto de pesquisa. Ed. Vozes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

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BEAUVOIR, Simone. A velhice. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2018

 

 

A velhice [recurso eletrônico] / Simone de Beauvoir; tradução Maria Helena Franco Martins. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018. recurso digital (Biblioteca áurea)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                              

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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