CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS
HUMANAS - CFCH
CURSO DE BACHARELADO EM HISTÓRIA –
CBH
KELTON MISAEL SILVA NOGUEIRA
SITUAÇÕES HISTÓRICAS E SOCIAIS
SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM RIO BRANCO-ACRE
Rio Branco-Acre
2022
INTRODUÇÃO
Este estudo pretende trabalhar uma
temática mesmo que sem muito aprofundamento, mas trazendo um enfoque sócio
histórico sobre um fenômeno que tende a crescer em nossa sociedade e demonstra
suas facetas, causas, razões motivos e circunstâncias factuais abordando
algumas dimensões/provocações, um pouco fora dos padrões convencionais do
ativismo intensivista do extremado Feminismo.
Falar de questões e conflitos íntimos
dos dois gêneros da humanidade, requer mais do que fazer ciência humana ou
jurídica. Para um homem é quase impossível penetrar e querer sentir a dor, a
alegria e as lutas em busca de melhores dias com mais esperança. Mas na
qualidade de esposo, de pai de “mulher”, irmão, filho, e por ter convivido e
por conviver esse sexo que não tem nada de frágil e indefeso, e que
tranquilamente pode ser heroína ou vilã ao mesmo tempo. Enfim dona do seu
destino, provocadora da paixão, do amor e do ódio e do desejo e de tantas
qualidades dessa espécie espetacular, é que neste trabalho ousamos fazermos uma
breve reflexão de um ponto nefrálgico, histórico e social, comovente e inaceitável
como a violência contra a mulher.
A Violência contra a mulher que nos
referirmos é mais a violência intrafamiliar, aquela que não levou ao femínicidio,
mas que mesmo assim foi grave o suficiente para haver separação, punição legal,
pois acreditamos que: Para todo término, pode haver um recomeço, tal como o
poema abaixo retrata:
Um dia nos casamos, /formamos uma família/Fomos
felizes uns anos.../e de repente tudo muda/sem nos apercebermos, o amor acaba.
/E aí as pessoas murmuram, julgam você. / e no final sentenciam:/′′ fracassaram
no casamento deles "./e não é verdade./Fracassar é brincar de ′′ a família
feliz "./Fracassar é enganar seu parceiro./Fracassar é ficar por
conveniência./Fracassar é viver uma vida cinza./ E o maior dos aplausos para
todos/ os que ainda estão felizes e apaixonados/ depois de tantos anos/ Lute
pelo seu casamento./ mas quando não houver mais por que lutar.../Lute pela sua
felicidade" .(Fonte Casamentos & Vida a dois)
Parodiando um trecho do filme Antes do
Pôr do sol, onde um personagem e escritor nos diz que “ sua vida sempre foi
marcada por drama”, e que “cada um enxerga o mundo pelo buraco da fechadura”,
ou seja: “ com o barro da sua própria existência”. Ou seja, também esse
trabalho faz parte de minhas indagações ao longo da vida, bem como de minhas
vivências.
Também trabalho num setor (Instituto
Médico Legal), onde diariamente recebemos vítimas com lesões corporais
desferidas por seus companheiros ou ex-companheiros, fenômeno que tende a
aumentar, sobretudo com a atual Pandemia que estamos vivendo.
Mesmo como estudante de História,
confesso nosso interesse por assuntos históricos e sociais, sobretudo referente
a temas envolvendo Vulnerabilidade Social, e essas mulheres estão dentro desse
grupo de mulheres que têm “fustigadas” às suas integridades físicas e morais.
No entanto, achamos que entender
somente as mulheres como vítimas, sem resistência, é praticamente um erro, pois
hoje, sabemos que as mulheres aprenderam a buscar seus direitos, pelo menos a
maioria delas, embora saibamos que muito precisa avançar ainda. Mesmo assim,
observamos que as mulheres já dispõem de mecanismos de defesa, mesmo que fora
das diversas faces existentes do feminismo que buscam além da igualdade, dentro
ainda de um patriarcalismo histórico, e que parece que nunca será totalmente
desfeito.
Vale ressaltar que um trabalho como
este visa tratar o Controle Social da Violência, seja ela: Simbólica incrustada
no domínio e no massacre histórico sob o gênero feminino, de modo a perpassar
uma normatização dessa violência e servilidade ao longo História, bem como
vamos retratar e combater a própria Violência Criminal, onde se tem a sua pior
face no feminicídio.
Quanto ao recorte temporal desse
trabalho optamos por escolhermos o espaço de tempo de 2010 a 2015, para não
alongarmos tanto essa monografia, mas sobretudo, porque após uma breve revisão
bibliográfica, constatamos que tal tema a que que escolhemos, foi retratado em
monografia pela então estudante de história Raline Melo até 2010. Daí nos veio
a pergunta: e no lapso de tempo seguinte até 2015, um período também após a Lei
Maria da Penha entrar em vigor (2006)? Como andaram as situações desse Conflito
Intrafamiliar?
Temos por intuito levantar três
relevâncias: acadêmica, social e podemos dizer: também histórico e informativo.
Mas, acreditamos que neste trabalho fazemos uma História Social das Mulheres,
bem como conflito Histórico de Gênero. Para tanto, usamos o Livro História das
Mulheres, de Mary Del Priori e outros.
Posteriormente, pretendemos estudar a
condição das mulheres deste a gêneses nos seringais, demostrando suas
resiliências e resistências, as auguras dos trabalhos, suas condições
sub-humanas nos atos de formar família muitas vezes, e cuidar dos filhos,
convivendo com um machismo intrínseco ao ambiente.
Entender a dinâmica social
da sociedade acreana, suas problemáticas e casos de Delegacia de Mulher nesses
conflitos intrafamiliares, ou a Violência Doméstica como um “Pão de cada dia”,
como um fenômeno crescente em nossa sociedade, mas trazendo toques de contraponto
ao intensivíssimo feminista é uma certa inovação.
Ousaremos ainda, retratar um pouco o processo
em curso de desistitucionalizacao da família tradicional e construção da
multifamília de forma matrifocal. De modo, que percebemos uma tendência de modificação
de cultura e comportamento, onde existem uma espécie de “marxismo cultural” em
evolução permanente, que tende afetar os valores tradicionais da família. Vemos
isso nas letras dessas músicas, vestimentas, liberalidade sexual só enfocam
traições, homossexualismo, bebedeiras, sexo, descompromissada com a formação e
valorização da família. Enfim a revolução pós-moderna traz em seu bojo os
germes dos conflitos intrafamiliares num impulso nunca visto antes. Onde relacionamento se fazem e desfazem como
troca-se de roupa e deixam as delegacias de mulheres cheias cotidianamente.
1. “MULHERES”: UM BREVE “HISTÓRICO” DE SEUS
TRATAMENTOS NO BRASIL, ACRE E RIO
BRANCO
1.1 Mulheres
escravas, pobres, burguesas e violência urbana-rural
Para compreendemos
a situação da mulher na sociedade brasileira, precisamos fazer um arcabouço
histórico com uso de referências básicos relatando a história e suas funções
dentro da família e o ambiente em que vivia, passando pelo Período Colonial até
o Período Republicano vigente. A abordagem histórica, é de extrema relevância
para tecemos os panoramas sobre condição feminina.
Os
antecedentes do período da colonização, devem levar em conta o que estava
acontecendo na Europa, por volta do século XIV e XV, a Baixa Idade Média, foi
um período de grandes mudanças nos cenários econômico, social e geográfico,
onde os burgos floresciam nos muros das cidades semiabertas, as rotas
comerciais expandiam e os anseios da Conquista de Jerusalém, como também, um
período de fome e crises de guerra e pandemias.
Certamente,
foi uma época, onde o misticismo e as crenças do Juízo Final pregoavam nas
mentes dos ocidentais e a procura das razões desses desastres, pela visão da
época, estava nas fontes das Heresias, principalmente, à mulher, por isso a
necessidade da perseguição e a intolerância, justificada pelas suas inclinações
ao mal, sedução, natureza biológica passando até aos seus conhecimentos de
curas e itens medicinais, definido pela Igreja Católica, como bruxaria. Tal
como relata abaixo:
“E, assim, através do pensamento eclesiástico
e da imaginação popular, foi criada uma doutrina angustiante que chega ao topo
no século XV com a demonologia. Através desse conjunto de obras, redigidas pela
Igreja, pretendia-se provar a presença do Diabo na terra, bem como a sua
maldade por meio das bruxas, relacionando diretamente o mal da mulher.”
(GEVENH&DESOUZA, 2014, P.117).
Durante
muito tempo essa foi a condição da mulher, como fonte de todo mal e a
decadência do mundo, mesmo com avanços importantes teremm acontecido na Europa,
com o Renascimento e as Reformas
Protestante, ainda retratavam a mulher como “Eva Pecadora”.
Dentro das
relações familiares, ela era mantida no cuidado da família e no ensino dos
filhos, a violência física acometida contra a mulher, embora acontecesse mesmo
quando casadas e mães de famílias, também era mas expressiva sobre as solteiras
e viúvas, uma vez que era acusadas de prostituição e luxúria, por não em
situação de submissão perante o homem.
Grande parte dessa posição de violência e
desprezo contra o gênero feminino pela Igreja Medieval era justificada não só
pela sua predisposição inata da mulher, como também respaldo nos textos
canônicos e a incansável campanha de mobilização a favor da castidade e
controle dos impulsos sexuais na vida nos mosteiros, com os religiosos e os
chefes de famílias, para fugir das mulheres levianas e sedutoras, que tiravam
da presença de Deus e deturpavam seu papel perante a sociedade.
Na verdade, os clérigos tinham enorme
influência na vida cotidiana dos medievais, apesar da boa parte da população
não saber ler ou escrever, os membros da Igreja insistiam partir de sermões ao
público, reuniões nos monastérios, juntamente com folhetins divulgados pelos
entornos das cidades medievais sobre a valorização da virgindade, renúncia
sexual, negligência da matéria corpórea, sexo apenas como função de procriação,
tudo isso enquadrado dentro da construção familiar com o homem casado, como um
único representante legitimo de Deus, merecendo respeito e autoridade perante
as mulheres e filhos, isso deveria ser valido independentemente da classe
econômica. Tal como relata abaixo:
“Os representantes da Igreja, que, no
Medievo, possuíam a cultura em suas mãos, não economizaram em aumentar as
queixas misóginas herdadas das tradições”. Movidos pelo medo que sentiam das
mulheres, eles foram incansáveis na tarefa de exaltar a virgindade e lançar
acusações contra os atrativos enganadores e demoníacos daquelas que, para eles,
eram tentadoras e sedutoras, ligadas ao pecado. Para alguns pregadores, as
mulheres eram consideradas um “Diabo doméstico”, merecendo, por isso, sofrerem
surras eventuais quando se mostrassem dominadoras. No entanto, o tema predileto
dos sermões era a alegação de que essas criaturas significavam um atrativo
irresistível aos homens para condena-los ao inferno [...]”GEVENH&DESOUZA,
2014, P.118).
Voltando,
agora para começo do século XVI, a Europa, encontrava-se me grande êxtase,
mundo medieval e os “tempos das trevas” haviam deixado há muito tempo, eram
tempos novos, as sociedades europeias eram redigidas em sua maioria por
monarquias absolutistas, nessa época, as primeiras expedições marítimas
aconteciam a todo vapor em buscar de novas rotas comercias e frente as
exigências das coroas europeias relacionada à procura de riquezas,
consequentemente, por volta de 15 de
Abril de 1500, aproximadamente, às 14:00,o descobridor Pedro Alvares de Cabral
chega as Terras das Palmeiras, e fundar umas mais exuberantes e longevas
colônias portuguesas: Brasil.
De
acordo com a Historiadora Maryl Del Priore, a historia das mulheres no Brasil,
começa a partir da colonização e a vinda do homem branco, o choque cultura das
tribos indígenas com o europeu, foi de fato bastante pertinente e intrigante.
Mas no refere à organização familiar, a sociedade indígena causara surpresa nos
seus hábitos e as mulheres usando trajes praticamente nus, levavam ao o
europeu, a sensação de um paraíso, onde o tempo parou e era sua obrigação
ocupa-la e quem saber trazer a justificação da fé e a salvação daquelas almas,
pelos menos era que pensavam os religiosos, em destaque como definido pela
autora, sobre o cotidiano da vida dos tupinambás, povo predominante no litoral
brasileiro. Tal como relata abaixo:
“Nas terras do além-mar, os costumes
heterodoxos eram vistos como indícios de barbarismo e da presença do Diabo; em
compensação, os bons hábitos faziam
parte das leis naturais criadas por Deus. O que os conquistadores fizeram,
então, foi uma comparação das verdades próprias do mundo cristão com a
realidade americana. A cultura indígena foi descrita a partir do paradigma
teológico e do princípio de que os brancos eram os eleitos de Deus, e por isso
superiores aos povos do novo continente.”(DEL PRIORE, 2004, P.12)
Em destaque, percebemos que a vida
das mulheres tupinambá, assim como das tribos que viviam ao longo da costa
brasileira, era inteiramente baseada na subsistência, a organização familiar,
era em sua maioria monogâmica, mas guerreiros experientes e caciques como donos
das tribos podiam ter muitas mulheres e havia consentimento da mulher na
preparação dos filhos e organização do lar.
Entretanto,
nem tudo foi um olhar passível, as tribos tupinambás exibiam praticas
consideradas errôneas aos colonos, como a antropofagia, enterro de filhos vivos
com supostos defeitos e praticas de espoliação de filhos ou parentes do convivo
em troca de produtos. Tais praticam implicavam ainda mais o contraste cultural,
que se intensificaria ao longo do período de 1550, com a exploração do
Pau-Brasil e a invasão de terras indígenas, com geração de conflitos entre o
índio e o branco, mas certamente esse choque quanto às relações familiares nas
tribos refletiam ainda mais importância da catequese e o incentivo da vinda de
colégios jesuítas com os relatos desse tipo fornecido à coroa portuguesa.
Relatado logo abaixo:
“Na América, os índios sofreram alterações na
pele, na linguagem e nos costumes. O canibalismo, a cor escura, a nudez e os
erros demoníacos representavam a segunda degeneração, a segunda queda. A nova
morada tinha acentuado os desvios advindos do pecado original. Os missionários
procuravam, então, direcionar os nativos ao cristianismo, único caminho capaz
de reverter o processo degenerativo. Os religiosos queriam conduzir os índios
para a última etapa da evolução. Para tanto, eles teriam de abandonar os vis
costumes, converter-se e morrer como cristãos. Desse modo, a vida dos selvagens
seria absorvida pela temporalidade cristã, dividida entre passado, presente e
futuro.” (DELPRIORE, 2004, P.41)
Ao
longo do desenvolvimento da colônia, om a criação das primeiras de São Vicente
e a territorialização ao oeste brasileiro, ocorrida pela entrada dos
bandeirantes, foi fundamental na expansão das terras brasileiras, embora a
escravização e exploração do Pau-Brasil com a mão de obra indígena tenha
decaído, agora era fortalecido pela vinda das primeiras levas de escravos
africanos, oriundos das colônias de Angola e Congo com a nova empreitada da produção do açúcar, somado
com a criação das primeiras escolas jesuíticas, foram vitais para a fomentação
da Colônia Brasileira.
Nessa
sociedade açucareira, as relações familiares e o papel da mulher eram bastante
estratificados, uma vez que agora o contingente populacional diversificou
bastante com as esposas e filhas de senhores dos engenhos, religiosas, escravas
e entre outras categorias de mulheres que viviam no Brasil Colônia, muitas
levadas pelos seus maridos ou sozinhas em busca de novas perspectivas nas
terras recém-descobertas.
Na verdade, independente da classe social, as
mulheres em geral, viviam em uma condição voltada somente aos meios uteis,
ajudando em casa e nos trabalhos com o marido. Também eram elencadas na
condição de subordinação ao marido e o senhor do trabalho, que fortalecia ainda
mais o processo de diferenciações quanto comparadas à formação dos meninos com
viés acadêmico e profissional nas classes mais abastadas. Enquanto para as
mulheres restavam somente algumas instruções primárias até os arranjos do
casamento como futuro pretendente na transformação de uma futura Sinhá.
Em
relação às escravas, embora fosse uma situação completamente diferente, era
semelhante, à medida que adicionada à submissão ao marido se somava também ao
dono da terra, portador não só do fruto do trabalho que fazia nos engenhos, mas
também do seu corpo e alma. Nesse processo observamos a condição de
“inferiorização” sobre a mulher que tinha no corpo social brasileiro. Tal como
abordado pelo Sociólogo Gilberto Freyre, logo abaixo:
“A sociedade patriarcal agrária extremava
essa diferenciação, criando um padrão duplo de moralidade, no qual o homem era
livre e a mulher, um instrumento de satisfação sexual. Esse padrão duplo de
moralidade permitia também ao homem desfrutar do convívio social, dava-lhe
oportunidades de iniciativa, enquanto a mulher cuidava da casa, dedicava-se aos
filhos e dava ordens às escravas.” (FREYRE, 1961, p.73).
A
situação das famílias de renda abaixo da miséria e escravas, era bastante
degradante, embora alguns cargos de ofícios de trabalhos fossem disponibilizados,
eram poucos, pois haviam restrições na
montagem de propriedades comerciais pela politica mercantilista vigente na
época. Por conseguinte, era necessária a montagem de algumas estratégias de
sobrevivência pelas famílias da população livre, trabalhando scomo funcionários
de engenhos e auxiliares de armazéns, como também havia o incentivo à
prostituição, muitas vezes incentivadas pelos próprios maridos.
Mesmo com a vinda do Santo Oficio da
Inquisição em 1590, juntamente com a orientação religiosa do jesuítas e a ordem
patriarcal existente, a devassidão e atos de luxúrias das mulheres e homens
eram pertinentes nas vilas, tendo as mulheres e os homens, junto com conjunto
familiar colonial mais pobre, precisavam buscar oportunidades de subsistência,
mesmo que as mais banais possíveis, seja nos prostibulo, plantações em térreas
devolutas, longe das vistas dos coronéis, ou mesmo algumas circunstancias, vendendo
atos ou práticas de bruxarias e curas medicinais, principalmente nas regiões da
Vila Rica, Maranhão e Bahia.
Nessa ótica, é observável que não só a
violência física ou de ordem moral era imposta, mas também a exploração sexual
que se expressava nos conjuntos familiares pobres e as escravas de “aluguel”,
as quais eram obrigadas a trabalhar em nessas atividades degradantes por ordem
de seus senhores e sinhás. Tais ações praticadas eram condenadas pela Igreja
Católica. Tal como é relatado abaixo:
“ A Igreja bem que tentava domar os
pensamentos e os sentimentos, muitas vezes até com algum sucesso, mas nem todo
mundo aceitava passivamente tamanha interferência quando o fogo do desejo ar-
dia pelo corpo ou quando as proibições passavam dos limites aceitáveis em
determinadas circunstâncias. Contudo, parece que o normal era a introjeção, por
parte das próprias mulheres, dos valores misóginos predo minantes no meio
social; introjeção imposta não só pela Igreja e pelo ambiente doméstico, mas
também por diversos mecanismos informais de coerção e sobrevivência, a exemplo
da tagarelice de vizinhos, da aceitação em certos círcuulos, da imagem a ser
mantida neste ou naquele ambiente etc.” (DELPRIORE, 2004, P.53)
Ao longo da História Brasileira, poucos foram
os avanços substanciais no papel que a mulher exercia na sociedade brasileira,
até mesmo com a criação do Império Brasileiro, que figurava a mulher sob o
comando do marido.
Em
destaque, principalmente, os cafeicultores do café, que embora com resistência,
optaram em fornecer uma formação das meninas quase equiparável aos meninos e
com maior autonomia na ordem social, sejam pela instrução primária e o
incentivo de leituras. Relatado logo abaixo:
“Aos poucos, a mulher sai da domesticidade e
integra-se finalmente na sociedade, a princípio como escritora ou professora.
Em fins do século XIX, o Brasil já possui mulheres que sabem ler e escrever,
limitando-se, no entanto, à esfera medíocre do romance francês. No entanto,
apesar da opinião predominante de que as mulheres brasileiras do século XIX
viviam sob um regime patriarcal e limitadas a uma vida doméstica [...] Além
disso, constata que uma das mais relevantes reivindicações dessas mulheres foi
o acesso à instrução, além do fato de elas estarem cientes de seu estado de
subordinação.”(DE OLIVEIRA, 2017, P.4)
Embora, grandes avanços tenham conseguido conquistar,
elas era ainda pequenas, quando comparada à estrutura social da época, onde a
escravidão era persistente, sendo que esses avanços não atenderam às medidas
significativas na entrada do mercado de trabalho estando somente cabível aos
comandos do marido e sua família.
Um
exemplo dessa discrepância quanto foi forma como a mulher era imposta observada
na Constituição Federal de 1824, que proibia a mulher no envolvimento da esfera
pública, tendo-lhe somente com suas obrigações e deveres orientada à esfera
privada e a satisfação do marido, ou seja, era a “sentença” de sua dominação
social
No capitulo “A mulher popular rebelde’, a
historiadora Michelle Perrot, no seu livro “Os excluídos da História”, relata
que mesmo com os avanços nas lutas pela reivindicação do acesso as escolas e a
posição melhor nos trabalhos laboral feito por elas, foi nesse século (século
XIX), que houve a maximização da segregação sexual e desvalorização do gênero
feminino, uma vez que a mobilidade do capital industrial e sua lucratividade
dependia exclusivamente da viridez do homem e a força industrial.
No Brasil, foram as mãos dos homens e o seu
esforço bruto da produção cafeeira que justificou a posição de chefe sobre toda
ordem social, familiar e econômica do século da. Tal como definido logo abaixo:
“O século XIX levou a divisão das tarefas e a
segregação sexual nos espaços ao seu ponto mais alto. Seu racionalismo procurou
definir estritamente o lugar de cada um. Lugar das mulheres: a Maternidade e a
Casa cercam-na por inteiro. A participação feminina no trabalho assalariado é
temporária, cadenciada pelas necessidades da família, a qual comanda,
remunerada com um salário de trocados, confinada às tarefas ditas não
qualificadas e subordinadas.”(PERROT, 2017, P.52)
Todavia,
não era consiste em parte ao cenário em meados da década de 1860, relacionada à
definição da mulher exclusiva como mantedora da maternidade mediada na divisão
de tarefas e funções domésticas, a força da mulher teve papel importante no que
refere a mobilização social na sociedade brasileira, em destaque aos movimentos
abolicionistas e a luta pela igualdade racial e de gênero.
A
participação popular exibida nos movimentos abolicionistas inspirada nas
vanguardas de lutas que aconteciam na Europa em prol dos direitos dos cidadãos
foi fundamental para a construção de uma postura de mobilidade social e
enfrentamento contra as desigualdades sociais pertinentes na sociedade
cafeeira. Os discursos e a influência das mulheres de classes mais alta foram muito importante, como também
incentivos financeiros na criação das sociedades abolicionistas que ressaltava
a importância de prerrogativas na garantia de serviços básicos, combate a
escravidão e acesso gratuito à educação. Tal como é relatado abaixo
“Considerado o primeiro grande movimento
social brasileiro e de autêntica participação popular o abolicionismo foi
responsável por trazer a lume setores da sociedade tradicionalmente alijados da
política, como, por exemplo, as mulheres e os escravos. Neste sentido, o
discurso feminino em prol da liberdade ganhou destaque na sociedade
oitocentista. A presença feminina foi de tal monta no movimento abolicionista,
estabeleceu que o mesmo não podia ser dissociado das identidades de gênero que
fomentou. A participação das mulheres na campanha abolicionista foi, também,
considerada por Lúcia Barros Mott como a primeira experiência de militância
política das mulheres no Brasil. A retórica que endossou e difundiu a inserção
das mulheres no abolicionismo foi marcada por um caráter cristão, moral e pelo
uso das sensibilidades, principalmente a feminina. Neste cenário, houve a
universalização da figura da mãe e dos papéis por parte de homens e mulheres
envolvidos na luta pelo fim do cativeiro no Brasil.”(ROCHA, 2017,P.24)
Com o fim da Monarquia e abolição da
escravatura, houve o inicio da primeira República, em 1889, a nova República
estipulava a Constituição de 1891, que vetava o voto para mulheres, exceto
homens com de 18 anos e alfabetizados, a estrutura familiar das classes sociais
do país, modificava-se à medida que entrava no processo de urbanização depois
do começo da Primeira Guerra Mundial.
A população de classe baixa e ex-escravos
haviam migrado para cortiços nas regiões do morro carioca e montaram zonas
periféricas na cidade de São Paulo e Rio de Janeiro, alguns conseguiram
trabalho com ofícios informais de graxeiros, mecânicos, sapateiros e os núcleos
familiares viviam bastante desregrados, longe do poder publico precisavam lutar
pela vida e buscar condições.
Nessa mesma época, com o inicio do processo
de industrialização era necessário mãos de obras nas etapas de produção
industrial, por isso uma grande quantidade de indivíduos providos dessas
regiões foram alocadas para trabalharem nas fábricas, mas mesmo assim os
serviços do trabalho eram bastante degradantes, além de jornadas exaustivas,
porém ao longo das fábricas foram formados os primeiro bairros proletários.
Geralmente, ocupavam espaços estratégicos na mobilidade urbana e construção de
obras públicas, por isso o governo tomavas bastante cautelares frente a
população quanto ao atendimento das famílias desses trabalhadores e
aprimoramento estrutural essas regiões, nas conhecidas politicas higienistas,
que se intensificariam ao longo da década de 1920. Tal como é citado logo abaixo:
“O estabelecimento dos ideais higienistas,
responsáveis por toda uma ideologia nascente, passará a desenhar uma nova
conduta social, provocando modificações que serão verificadas na organização da
família brasileira com vista ao estabelecimento da saúde psíquica e física que
garantisse filhos saudáveis. No que tange as famílias das classes populares,
trata-se também de garantir uma força de trabalho adequada e disciplinada. O
projeto de moralização da sociedade brasileira nas décadas iniciais do século XX
incluía a formação de uma nova figura do trabalhador: dócil, submisso, mas
economicamente produtivo. Através de múltiplas estratégias de disciplinarização
– exercidas dentro e fora das fábricas – era mister integrar o proletariado e
sua família ao universo dos valores burgueses.”(SANTOS, ,P.05)
O cotidiano feminino das mulheres dos
operários era divido nos afazeres domésticos, juntamente a com nova função de
operárias que exerciam, como forma de ajudar
na renda salarial, embora recebesse salários menores, cerca de 30% a
menos do que os homens, eram fundamentais para manutenção do lar, uma vez que
haviam pouca disponibilidade de tempo livre, a organização doméstica que a
mulher fazia com as rotina diária na indústria fosse amenizada, atribuindo um
das formas de enfrentamento ao trabalho nas fábricas.
Um dos principais fatores para ida ao mercado
de trabalho, foi a desvalorização do salario existe ao trabalho dos homens nas
cidades, pois por haver um grande composição de trabalhadores, a divisão
continua das funções que faziam na indústria contribuído com isso pela sua
inexistente experiência nos trabalhos automotivos, fizeram que a renda do
trabalhador, não havendo alternativa, se não da entrada das mulheres nesses
trabalhos e a mudança significativa no cenário do papel de “dona do lar”, não
só nas classes baixas, como também as classes sociais mais estabilizadas
financeiramente. Tal como definida pelo trecho abaixo:
“Para as mulheres de famílias pobres, que
conviviam com a instabilidade do emprego masculino, um conjunto de ocupações
relacionadas à produção de serviços domésticos estava disponível. O trabalho
feminino foi incorporado, sobretudo nas atividades que anteriormente se
realizava no espaço doméstico, como, por exemplo, a fiação, a tecelagem, a produção
do fumo, de chocolates e de redes. Mas, a indústria têxtil não constituiu o
único reduto das operárias brasileiras, embora fosse esse setor o que mais
empregava mulheres.” (SANTOS, ,P.08)
Após a década de 1940 cresceu a incorporação
da força de trabalho feminina no mercado de trabalho, havendo uma
diversificação do tipo de ocupações assumidas pelas mulheres. Porém, no Brasil,
foi na década de 1970 que a mulher passou a ingressar de forma mais acentuada
no mercado de trabalho. A mulher ainda ocupa as atividades relacionadas aos
serviços de cuidar (nos hospitais, a maioria das mulheres são enfermeiras e
atendentes, são professoras, educadoras em creches), serviços domésticos(ser
doméstica), comerciárias e uma pequena parcela na indústria e na agricultura.
No final dos anos 1970 surgem movimentos
sindicais e movimentos feministas no Brasil. A desigualdade de classe juntou os
dois sexos na luta por melhores condições de vida. O movimento sindical começou
a assumir a luta pelos direitos da mulher. Na década de 1980, quando nasceu a
CUT, a bandeira das mulheres ganhou mais visibilidade dentro do movimento
sindical. Surgiu na década de 1980 a Comissão Nacional da Mulher Trabalhadora,
na CUT.
A luta
pela democratização das relações de gênero persistiu e com a Constituição
Federal de 1988 a mulher conquistou a igualdade jurídica. O homem deixou de ser
o chefe da família e a mulher passou a ser considerada um ser tão capaz quanto
o homem.
1.2 Trajetórias de vida de mulheres acreanas e rio-branquenses que vivenciam
violência doméstica.
O cerne de estudo para uma investigação
monográfica sobre a situação das mulheres nos seringais, é observada
primeiramente no que se refere as relações familiares e o convívio conjugal,
entender como era estrutura básica das famílias nos primeiros aglomerados da
Amazônia Ocidental, é de suma importância para uso de referência histórica .
A natureza do
casamento, na visão popular e acadêmica da época, era vista como um momento
glorioso, onde o homem e a mulher assinalava um pacto de fidelidade e
reciprocidade que objetivava a formação de uma família. No contexto dos
seringais, a situação ainda era mias pedante, uma vez que os primeiros seringueiros
e migrantes nordestinos que chegaram na Região Amazônia, majoritariamente
formada por homens e solteiros, traziam consigo somente sua esperança de voltar
um dia para sua terra.
Entretanto, era evidente a frustração e
desespero frente uma realidade cruel e dominadora provida das relações de poder
existente nas colocações, doenças tropicais, animais selvagens e entre tantos
obstáculos que afastava da possiblidade de “enriquecerem” ou voltar para sua
região de origem, não restava outra escolha, se não procurar fazer suas
“raízes” em terras estranhas.
A
fixação das raízes dos seringueiros era feita eram por meio casamentos
arranjados com mulheres indígenas, forçadas pela matança em série das suas
tribos com as chamasdas “correrias” e logicamente incentivadas pelos próprios
donos dos seringais trazendo mulheres, muitas trazidas de bordeis, objetivando
mais mão de obra por meio da “reprodução” dos seringueiros e as mulheres, ou em
casos a parte, com a vinda da própria família já constituída. Tal como menciona
abaixo o trecho citado:
“[...]estes seringueiros que
ficavam não se conformavam em viver a vida inteira, solteiros e que era comum
que, no período de chuvas, aqueles que conseguiam algum saldo fossem para as
cidades em busca de divertimento nos bordéis ou de tratamento para suas
doenças. Alguns patrões, entretanto, levavam prostitutas para os próprios
seringais para evitar que os seringueiros fossem embora e não voltassem mais.
Mas, conforme esclarece Wollf, aos poucos os seringueiros foram formando suas famílias.
As mulheres eram as filhas daqueles que desde o início foram acompanhados pelas
esposas, muitas vezes meninas ainda muito novas; e ainda, na região era muito
comum o casamento com mulheres índias, trazidas de suas aldeias contra a
vontade, através de expedições de matança chamadas de correrias, em que se
matava quase todo mundo, menos as mulheres jovens.” (MORENO, 2014, P.29)
Posteriormente, ao longo da década
de 1940, iniciou-se um 2 Ciclo da Borracha(1930-1946), agora as migrações eram
incentivadas pelo Governo Federal da época, com a subida de poder com o
Presidente Getúlio Vargas e sua associação com os Estados Unidos na Segunda
Guerra Mundial e a demanda material da produção de borracha, afirmando acordo
com o início do Movimento “Soldados da Borracha”.
A composição dos migrantes eram
bem diversificada, com várias pessoas de diferentes regiões brasileiras,
classes sociais e culturas lubrificadas pela intensiva propaganda de exploração
na Amazônia e enriquecimento rápido na região, como também o apelo nacional de
um possível “Conquista ao Oeste”, em destaque ao reconhecimento das dimensões
territoriais e geográficas.
Nesse interim, as redes de
sociabilidade e as famílias já concentrava em grande quantidade no Acre e
haviam criado um ambiente cotidiano, mesmo com o enfrentamento continuo e as
intempéries no trabalho no Látex. Mas mesmo assim era um ambiente em continua formação
com a criação dos primeiros comércios, carpintarias e restaurantes ao redor,
principalmente na região de Rio Branco e parcialmente em Xapuri. Tal como
definido pelo professor Martinello:
“Enquanto o primeiro movimento migratório havia sido organizado, de
início, à maneira tradicional com os sertanejos (...) este novo contingente
ampliou-se e "enriqueceu-se" com outros elementos regionais
desconhecidos e estranhos ao próprio meio e à história econômica e demográfica
da Amazônia, cariocas do morro e da cidade, fluminenses de Niterói e do
interior do Rio, capixabas de Vitória do Espírito Santo, baianos de Ilhéus e de
Salvador, pernambucanos de Recife, mineiros da capital e das serras. De todas
as classes, cores, profissões e idades. Ferreiros, carpinteiros, engraxates,
choferes de caminhão, operários de fábricas e usinas, cansados das máquinas e
seduzidos pela oportunidade de conhecer, à custa do governo, terras e paisagens
distantes; trabalhadores braçais e agricultores, cujo sedentarismo não podia vencer
a emoção psicológica da aventura há muito recalcada e comprimida, eis a grande
"arca de Noé" que formava esta segunda leva de "soldados da
borracha" “(MARTINELLO, 1985)
No prosseguir, da linha
de estudo, é imensurável importância no que se refere ao tema abordado,
principalmente à pesquisa referente aos conflitos familiares e as divergências
das relações amorosas, uma vez que nem tudo é flor de rosas, podendo nos dar um
melhor entendimento dos papeis exercidos pelo homem e a mulher dentro do trabalho
que exerciam, destacando a formação familiar.
As famílias nos
seringais, era constituída pelo homem, geralmente responsável único na coleta
do látex e constituição da borracha até seu estado de uso repassando para os
funcionários que avaliaram a carga produtiva e repassavam o valor, retirando da
dívida que devia sobre os gastos mensais, muitas vezes de forma que cada
produto que pegavam do armazém até medicamentos, valia quase 200% a mais do
valor real. Em relação a mulher, ela exercia um trabalho doméstico, na limpeza
da casa, orientação dos filhos, fazer a comida e ajudar o marido nas tarefas
referene a entrega da borracha aos barracões.
Até meados 1930, era
estritamente proibido qualquer cultivo de roça, o seringalista tinha como
objetivo fortalecer ainda mais a dependência do seringueiro e sua família com a
fonte dos barracões, qualquer ato de violação era punido de forma truculenta,
muitas vezes gerando até a morte, como forma de demonstrar a virilidade do
poder e opressão que o seringalista tinha sobre os trabalhadores, tornava
explicito a exploração.
A busca por novas formas de enfrentamento,
como a agricultura e a venda de produtos dessas práticas de culturas aos
arredores nos municípios próximos, sendo na maioria das vezes cabível à mulher
do seringueiro, uma vez que o encobrimento desse ato seria maior, constitui uma
das “armas” contra essa opressão foi que tornando cada vez evidente até a crise
e desligamentos dos seringais, mesmo com a oportunidade de produzirem gêneros
alimentícios nas terras, não durou muito tempo frente a expulsão em massa
acometida às famílias com destino à Cidade de Rio Branco. Descrito pela citação
logo abaixo:
“[...]No
entanto esses trabalhadores iram resistir a esse sistema de trabalho, onde
principalmente as mulheres iram ser responsáveis pela produção de outros
gêneros alimentícios a fim de evitar consumir nos barracões. As famílias que
trabalhavam em outros serviços, como por exemplo, os cultivos da roça, acabaram
sofrendo maior repressão por parte dos patrões. Acreditamos que esse controle
tenha perdurado até o pós-guerra, pois conforme a extração da borracha entra em
crise, ocorre um maior empenho do seringalista em manter esse sistema de
dívidas para amarrar o trabalhador ao local.” (BRITO, 2020, P.06)
O universo familiar dos seringueiros e as
seringueiras, apesar das dificuldades e opressão da chegada nos seringais até a
exploração infame dos patrões sobre a coleta e extração da látex, demonstrou
aberta para uma vida cotidiana, em especial, a construção dos papeis da mulher
e o homem no contexto da manutenção da base familiar em um ambiente tão
inóspito, onde a vida floresceu diante dos limites físicos, da dor e a tristeza
provido no processo de estabelecimento até o êxodo rural no final da década de
50, tomou para si elementos do cotidiano do convívio familiar, vizinhança,
moradia e a conjugalidade.
A divisão do trabalho
exercida da mulher do seringueiro em prol da família, começou a se expandir ao
longo das décadas, apesar de estar restrita ao funcionamento dos seringais
relacionada à produção, algumas atividades de sustento tiveram crescimento
graças a inativação gradual dos seringais e saída, somada com a negligencia de
qualquer autoridade pública, as famílias dos seringueiros conseguiram apesar
das dificuldades de ganhar a vida nos municípios maiores, como Rio Branco-Acre,
com estratégias de sobrevivência e tarefas diárias realizadas em conjunto com
núcleo familiar. Tal como abordado por BRITO:
“[...]sobretudo as mulheres e crianças
trataram de trabalhar em outros afazeres, dentre eles os mais presentes são o
roçado, plantio de milho, mandioca, tabaco, coleta de castanha, fabricação de
farinha, defumação da borracha, pesca, coleta de frutas. Uma infinidade de
práticas que eram usadas para ficarem menos dependentes dos barracões. Ainda
que fosse difícil até para os patrões fiscalizar o serviço dos seringueiros, se
ele descobrisse que o trabalhador estava vendendo borracha para os regatões
(que se tratavam de embarcações fluviais que atracavam na beira dos rios, normalmente
de noite para comprar borracha dos seringueiros escondido dos patrões) ele
confiscava toda mercadoria do seringueiro, entre outras práticas mais
violentas.” (BRITO, 2020, P.07)
A relação homem- mulher nos seringais, era em
sua maioria arranjada por meio de acordos domésticos, na verdade, as mulheres
casavam cedo no período de 13 anos à 18 anos. Basicamente, as relações eram
voltadas mais para satisfação do homem e o bem-estar do lar, isso é refletido
na forma como eram criadas, onde as mães responsáveis instruíam no objeto de
capacidade dos fazeres domésticos e cuidado com os futuros filhos, também era
responsáveis pela extração do ouriços da castanha, que eram como combustíveis
que ajudavam no preparo e defumação da borracha.
Apesar dos relacionamentos
amorosos nos seringais serem em sua maioria de profundo respeito mútuo e ajuda
relacionada ao início da vida na cidade, as situações de tensão e embate entre
os sexos eram bastante comuns, não caro, casos das mais variadas brigas
familiares, muitas vezes eram ligadas aos casos de irritação em ambos os sexos,
geralmente alimentados pelas bebidas alcoólicas e os ciúmes. Tal como relatado
pela graduada em História, Talita de Oliveira Moreno, em umas das suas
entrevistas com ex-seringueiras, confirma:
“Dona Maria do Carmo relata, ainda, como era
o tratamento entre o marido e a mulher: A mulher mesmo tendo vontade e gostando
de dançar tinha que ficar quieta. Normalmente as casadas ficavam mais nos
quartos e na cozinha. La fora, no salão as solteiras ficavam sentadas,
esperando o cavalheiro tirá-la para dançar. Era comum ter brigas por ciúmes,
pois muitos homens, já bebidos, teimavam, aqui e acolá, tirar uma mulher casada
para dançar. Isso às vezes dava até morte.” (MORENO, 2014, P.49)
De fato, nas situações amorosas envolvendo
traições, desentendimentos e brigas nas relações conjugais era comum formas de
violência provido do homem, não raros casos de homicídios, especialmente
relacionada ao gênero feminino.
A vinda para a cidade, foi um grande desafio
no deslocamento das famílias, se-encontrava em baixas condições de trabalho,
fome, miséria, que obrigavam a procura de estabilidade e segurança, muitas
sustentada pela falsa sensação de “prazer” na procura de bordeis, uso de
bebidas e a criminalidade. Nesse ambiente da cidade, as famílias deslocadas
encontravam-se em um estado de vulnerabilidade social, a exploração e estresse
diante da nova situação foi porta-abertas
para as situações de violência doméstica. Tal como relata abaixo:
“[...]as barreiras que certos valores
relacionados à domesticidade e a individualidade encontravam no universo da
população mais pobre frente às adversidades de sua condição de renda e
trabalho. Estas condições ajudam a compreender não apenas os arranjos múltiplos
encontrados no universo dessa população, mas também as redes de solidariedade e
parentesco estabelecidas pelas famílias e indivíduos, que permitiam minimizar
os efeitos do deslocamento e das limitações materiais. As naturezas das fontes
aqui pesquisadas remetem a situações de conflito e atrito vividos no universo
intra e interfamiliar. Brigas de casais, muitas vezes, terminam em atitudes de
violência que extremam no homicídio. Trata-se de experiências de vida cotidiana
de famílias e indivíduos recortadas pela tensão e pela crise.”(CANCELA,2006,
P.189)
.
2. ANALISANDO
OS FATORES CAUSADORES DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ( NA FALA DELES E NA FALA FEMINISTA)
2.1 “Eu sustento, eu mando! ”: Da Provisão
socioeconômica da família e desemprego
Recentemente, houve uma polêmica, por conta
de uma jovem casada publicar nas redes sociais, que mesmo indo contra a maré do
pensamento sobre a relação homem e mulher, ela disse que seria muito fácil
agradar um homem. Para tanto, bastaria: alimentá-lo, beijá-lo, namorá-lo, usar
vestido, se não trabalha ou se trabalha, mas ganha bem menos: economizar e
claro, limpar a casa. Isso foi o bastante para receber uma enxurrada de
críticas feita por homens e mulheres. Onde caia a obrigação de trabalhar fora,
estudar e dividir todos os trabalhos domésticos com o eu homem ou quem sabe não
necessitar de homem algum para sobreviver. Daí, vemos o modelo de mulher
empoderada, independente e tão necessária no Século XXI, que dispara na
Terceira Onda do Feminismo.
Numa série denominada
as Mães do Brasil, demostra a vida
difíceis de algumas mães da favela, por meio de relatos, onde elas, na maioria
solteiras, se juntam para sobreviver e superar as auguras da vida. São
histórias de lutas, determinação e superação na medida do possível. Talvez a
maiorias dessas mulheres tenham passado por abusos domésticos, e mesmo em
condições precárias decidem separar dos seus companheiros mesmo em difíceis
condições financeiras.
Sabemos que as
mulheres negras, pardas são as mais pobres, ou seja, as que piores condições
financeiras, mas embora a violência doméstica, se estabeleça em um grande
percentual no campo financeiro e a dependência da vítima sobre o agressor, que
induz a mulher à sua condição de subordinação. No entanto, mesmo mulheres com
autonomia financeira, o espectro da violência demonstra suas facetas contra o
gênero feminino, independentemente da cor ou classe social. Tal como é
abordado, logo abaixo:
“A violência doméstica não
se relaciona somente com a renda e a dependência financeira, já que muitas
mulheres bem-sucedidas profissional e economicamente também estão sujeitas a
esse fenômeno", destaca Ana Carolina Querino, representante interina da
ONU Mulheres Brasil. "Mas a dependência financeira dificulta a quebra do
ciclo de violência doméstica, pois as mulheres, nesse caso, não contam com as
condições materiais para seguir adiante."
A busca e compreensão dos fatores de risco da violência
doméstica, foram muito debatidos e suscitados por abordagens tanto cunho
social, com também histórico e econômicos, tanto pelo viés de curto à logo
prazo, levando em consideração à relevância do papel da mobilização social no
que infere garantir o reconhecimento e combate à toda forma de violação dos
direitos da família juntamente, com a da mulher.
Dentro das políticas públicas de defesa das vítimas de
violência doméstica, observa-se o empenho de garantir os parâmetros de apoio
necessário para mulher, omo também o acolhimento, medidas protetivas e a
denúncia na garantia dos seus direitos à dignidade e vida independente.
Todavia, encontra-se dificuldades pela própria resistência das vítimas quanto
ao ato de prestar “queixas” nas delegacias e centros de apoio psicossocial
especializado no combate e controle da violência nos lares doméstica.
A resistência de denúncia, muitas vezes é justificada pela
sua posição no circulo familiar, onde geralmente, dentro da população de baixa
renda, as mulheres têm baixo ou quase nenhuma influência na renda média da
família e o homem assume grande parte da economia familiar, coagindo a mulher
deixar de procurar emprego ou formação profissional especializada, como também
a responsabilidade dos filhos e o cuidado do lar.
Esse modelo familiar
apresenta potencial no estabelecimento do cenário de conflito e impasse do
posicionamento dos conjunges nas relações familiares, gerador de brigas,
agressões verbais e físicas, muitas vezes agravado devido à presença de
múltiplos fatores (vícios e histórico familiar). Tal como é relatado, logo
abaixo:
“[...}lares violentos contribuem para a
reprodução da desigualdade de gênero a partir de modelos tradicionais fundados
nos estereótipos da força e do poder masculino versus a submissão e docilidade
feminina. Apesar das mudanças sociais ocorridas nas últimas décadas,
impulsionadas pelos avanços dos direitos das mulheres e de sua emancipação
sexual, política e econômica, de forma perniciosa, esses modelos contribuem
para manter ativo um ideário de que as mulheres devem viver subordinadas aos
desejos masculinos de posse e controle sobre sua
autonomia.”(CESQUEIRA&MOURA&PASINATO, 2019, P. 08)
A maioria do conjunto de teorias que englobam
politicas públicas e a analise investigava da violência intrafamiliar é respaldado
relacionando o segmento economia e a proliferação da violação moral e física
contra a mulher e a família nuclear. Os defensores dessa corrente defendem que
a violência domestica só poderá ser reduzida nos quadros populacionais, se
forem investidos em programas de assistência social, emprego e politicas de
integração das mulheres em atividades da esfera publica, com relativa contribuição ao combate as
desigualdades social, mais em especial , ,as desigualdade de gênero e a
subordinação decorrente da dependência financeira.
A
abordagem econômica da problemática reitera para soluções e oportunidades
à redução da taxa da violência
domesticam em curto prazo, devendo a criação de programas de apoio e inserção
da mulher, vitimas de abuso conjugal, no mercado de trabalho, como forma
positiva ao avanço de prerrogativas de seguridade social e legitimidade
populacional, originando uma melhor estabilidade financeira e familiar, em
adição, ao desnivelamento da violência e o conflito conjugal. Tal como é
abordado:
“[...]em geral todos esses trabalhos
consideram que o emprego da mulher no mercado de trabalho, assim como a
possibilidade de obtenção de outras fontes de recursos financeiros por ela, faz
aumentar o seu poder de negociação no casamento, fazendo com que, em equilíbrio,
haja um menor nível de violência doméstica. Um exemplo que caracteriza bem a
abordagem econômica teórica do problema é devido a Aizer (2010), para quem o
casal resolve uma barganha de Nash, em que as escolhas se dão em torno do
consumo e da violência. “
Entretanto,
apesar do cunho teórico acerca da inovação de pesquisa sobre os aspectos
econômicos dos conflitos intrafamiliar, ele encontra obstáculos à aplicação,
pois há ainda um caminho longo a ser percorrido, levando em conta, a herança
sócio histórico do conjunto comportamental do corpo social relacionado às
mulheres, entre os quais se destacam, o fato das mulheres receberem salários
menores que das homens, mesmo exercendo as mesma funções e atribuições do
emprego e a manutenção da ordem dos discurso normativos de valorização da
heteronrmatividade e a subordinação são relacionados a condição biológica e a
histórica.
Foucault em seu
livro Microfísica do Poder retrata que os familiares e de família são um
exemplo da primeira unidade da sociedade, onde existe uma forte relação de
poder, onde a mulher historicamente tem um papel de dominada, submissa, de modo
que isso estar incrustrado na sociedade. Assim, o desenvolvimento de resoluções
no casamento através da violência por parte do homem é um poder quase que
natural.
Os
mecanismos de poder são parte intrínseca de todas essas relações, são
circularmente o efeito e a causa delas, mesmo que, é claro, entre os diferentes
mecanismos de poder que podemos encontrar nas relações de produção, nas
relações familiares, nas relações sexuais, seja possível encontrar coordenações
laterais, subordinações hierárquicas, isomorfismos, identidades ou analogias
técnicas, efeitos encadeados que permitem percorrer de uma maneira ao mesmo
tempo lógica, coerente e válida o conjunto dos mecanismos de poder e
apreendê-los no que podem ter de específico num momento dado, durante um
período dado, num campo dado (FOUCAULT, 2008, p. 4
Percebemos que as mulheres, sobretudo, as que
viveram uma vida de abuso de alguma forma, ou passaram suas vidas cuidando da
casa, dos filhos, e do marido. Chegando a certa idade, ao contrário do homem
que se acomodam nessa fase, elas querem lutar por seus sonhos, trabalhar,
viajar, estudar e pagar pela liberdade. Assim, muitas vezes se separam, mesmo
perdendo a segurança da família em busca da liberdade perdida, e da
independência financeira.
Dentro dessa linha de argumentos, a dominação do
homem sobre a mulher é acentuada à medida que decresce a situação econômica e o
nível escolar, ocasionado a diminuição da possibilidade de crescimento da
mulher na vida profissional, não por que a mesma satisfazer seu desejo de
consumo próprio. Mas busca, acima de todo, a realização de seus objetivos, com a garantia de fornecer melhor
qualidade de vida ao eu filhos e ao próprio marido.
Na sociedade neoliberal vigente que vivemos, é
essencial cada vez o processo de valorização do capital móvel, assim torna-se
imprescindível, a busca por uma mão de obra cada vez mais especializada e versátil frente à demanda das mudanças que
ocorrem dentro do trabalho, com adição, de funções complementares dentro do sus
currículo e atividades extracurriculares, que vão desde pequenas empresas do
setor de serviço terceirizado até órgãos públicos.
Na verdade, nesse processo de “correr para ficar no
mesmo lugar”, encontramos um cenário de exclusão à camadas iniciantes, em
ênfase as mulheres, dentro do trabalho, que possibilita abrir portas para
estratégias de “subsistência ” e empoderamento, com o emprego informal e
microempredimentos comerciais, assim criando barreiras para mulheres que buscam
formas de enfrentamento da sua condição de dependência financeira ao marido,
para garantir melhor posição na relação amorosa e a valorização do seu esforço
e empenho pela família.
Portanto, revela-se a importância de uma abordagem
socioeconômica referente à violência intrafamiliar e a geração de uma rede de
apoio significativo a essas mulheres por meio do financiamento e colaboração
das entidades públicas e instituições privadas. É evidente, no sentido de
fornecer um grande passo para iniciativas que colaborem à autonomia financeira
das vitimas de violência doméstica, apoio às famílias em risco de
vulnerabilidade econômica, mobilidade de diálogos em vista reconciliação
conjugal, pacificação dos conflitos familiares e expressão da restauração
familiar. Tal como relatado abaixo
“Empreende-se num determinado momento, por
necessidade ou oportunidade, a partir de atividades preexistentes (no caso das
mulheres, aquelas já exercidas no âmbito doméstico) ou de atividades a serem
aprendidas, e com suporte desenvolve-se ações empreendedoras num dado contexto
social. Dito de outro modo, reconhecer a importância da autonomia, identificar
vulnerabilidades e potencialidades, buscar suporte na rede criada pelos
programas e políticas sociais, em especial para as mulheres em situação de
violência, inserir-se em atividades específicas de apoio àquelas ações.
Juntamente a essa perspectiva, no âmbito do Programa foram reforçadas as
necessidades de: (i) apreender os significados da atividade empreendedora
articulada às políticas públicas promotoras do desenvolvimento local; (ii)
integrar as políticas públicas locais e estaduais no intuito de ampliar o
alcance junto às mulheres em situação de vulnerabilidade econômica e social por
renda, participantes ou não dos programas de inclusão social”
(COSTA&AZEVEDO, 2012, P.29)
Assim,
compreendemos que microempreendorismo e o trabalho informal às mulheres de
baixa renda e sem escolaridade, constitui ferramental substancial ao combate e
dissolução da relação dependente do homem. Mas o fato é que as circunstancias
econômica não só estão contra a mulher, mas ao homem e os filhos, pois é sabido
que a preocupações de pagamentos, boleto a pagar e a alimentação ao lar
familiar, causa bastante à família, como também serve de alicerce para a
ascensão da tensões conjugai, que é fortalecida por gatilhos provido do uso de
bebidas, que agravam os impasses do casal.
Tem-se
falado muito sobre as mulheres, desde a formação infantil serem ensinadas dar
valor ao homem, como o único capaz de sustentar a casa, cogitando a mulher
apenas ao fazer doméstico. Na verdade, a admissão da mulher ao algum oficia, é
fundamental, para manter a renda familiar estável, o homem tente mostrar
resistente a entrada da mulher do trabalho, muitas vezes porque foi ensinado
culturalmente dos papeis definidos dentro das relações de poder de cunho
patriarcal, isso tem sido fortalecido pela educação familiar. Em adição, a
educação escolar, no quesito de preparar o homem em formação não ser ele somente
o único responsável na questões financeiras, podendo aceita a ajuda da mulher a
orienta-lhe no comando e delimitação de soluções no âmbito financeira a
respeito do pagamento de contas e outro devere a erem cumpridos.
Por
isso, entraremos agora sobre a abordagem feminista/reformista que reitera na
participação da mulher no trabalho, ou seja, a rede apoio da família em
vulnerabilidade econômica, não deve ignorar homem, e focar somente nas vitimas,
mas também no agressor, assim essa perspectiva feminista da violência
financeira e domestica, se diferencia de algumas mais extremas porque elenca a
cultura e a educação relativo ao aspecto econômico,. Como é bem definido, logo
abaixo:
“’Se é verdade que os modelos econômicos
atentam apenas para a decisão dos indivíduos em relação ao tradeoff consumo e
violência, ignorando totalmente os valores sociais e possíveis contratos
relacionais com outros atores sociais que moldam comportamentos, as abordagens
feministas do patriarcado e de gênero, no polo oposto, permitem problematizar
as relações entre homens e mulheres a partir de outros aspectos que não apenas
o econômico, ainda que não coloquem ênfase nas diferenças e valores
individuais” CESQUEIRA&MOURA&PASINATO, 2019, P. 11)
As
relações de subordinação e dominação, se dão por mecanismos de subjetivação e
imposição do poder, a qual são naturalizado pela sociedade, usando-se para isso
da apropriação de estereótipos e marcas culturais para legitimar a posição do
grupo, nesse caso, o ser homem busca a partir da sua herança cultural, provida
da cultura, mídia e a escola, que fabricam a simbologia sobre os papeis do
homem, enquanto responsável financeiro por assegurar a vida familiar.
A
importunação contra a ordem familiar e conjugal deixa de ser marcada pela
agressão física e verbal, mas é imposta pela padronização de comportamentos,
valores e o hábito, conclui-se, que a dependência econômica e a violência
financeira, constituem um arsenal potencial para o homem demonstrar sua
legitimidade frente às situações cotidianas difíceis da pobreza e escassez,
tanto material, como não material, que exigem dele maior posição e firmeza na
tomada de decisões e gerenciamento do casamento.
É
plausível, abordar que a posição de negação do homem do papel mutuo e de
equidade que a mulher exerce também na manutenção familiar, como a renda
salarial e os problemas utilitários, constituem elementos da denominada
violência simbólica intrínseca no contexto socioeconômico das família em risco
de violação intrafamiliar. Tal como bem levantado pela citação:
“A violência simbólica se dá na criação
contínua de crenças no processo de socialização, que leva o indivíduo a se
posicionar no espaço social, seguindo os padrões e costumes do discurso. Devido
a esse conhecimento do discurso dominante, a violência simbólica é manifestação
desse conhecimento através do reconhecimento da legitimidade desse discurso
dominante. Assim, violência simbólica, para ele é o meio de exercício do poder
simbólico. Os condicionamentos materiais e simbólicos agem sobre nós (sociedade
e indivíduos) numa complexa relação de interdependência. Ou seja, a posição
social ou o poder que detemos na sociedade não dependem apenas do volume de
dinheiro que acumulamos ou de uma situação de prestígio que desfrutamos por
possuir escolaridade ou qualquer outra particularidade de destaque, mas está na
articulação de sentidos que esses aspectos podem assumir em cada momento
histórico.” (JUBÉ&CASTRO, 2021, P.04)
Dessa sobreposição, e do excesso de uma possível “força
mandatária” da mulher sobre o homem gera um processo de dissolução dos
casamentos e muitas brigas e conflitos intrafamiliares. A ascensão da mulher em
todas as esferas intimida e ameaça os homens. Acreditamos que está faltando a
muitas mulheres humildade no trato dessa nova composição familiar e arranjo do
mercado de trabalho. Claro, que os homens diante disso, não podem ficar
acomodados, com pouco poder de voz, e se agravando como a situação de
pouca responsabilidade provedora, ou se são ainda os maiores provedores
continuarem a humilhar as mulheres e oprimi-las.
Acerca de tudo que discutimos, é inquestionável que as
diferentes formas de violência, incluindo que percorre no âmbito financeiro deve ser combatida, e o primeiro
passo constitui apreciação dos fatos perante os órgão de policiamento e
judicial, ou a denuncia. Mas isso não é consistente a realidade de negação e
minimização da violência, inclusive pela própria vitima e sua veemência no ato
da denúncia.
De acordo com pesquisa feitas, um dos principais motivos para
a mulher denunciar o agressor, encontra-se na situação socioecononmica, um dos
fatores mais perintems. Se consideramos
opercentual de mulhres e família quem vivem em renda próxima do salário mínimo
ou talvez maior até R$3.000,00, como aponta alguns estudos, o medo do agressor
está preso e não ter trabalho, condiciona ao fator das vitimas de violência,
mantendo sua posição de subordinação pela ilusão de uma possível melhora do
marido ou restauração completa do casamento, atribuindo para isso o valor
religião e falta de apoio do próprio Governo. Tal como é descrito abaixo:
“A pesquisa realizada pelo DataSenado (2013)
evidencia a dependência econômica como um dos principais fatores que leva a
mulher a não denunciar a violência, antecedido apenas pelo medo do agressor. Por
conseguinte, a mulher sem ter para onde ir, sem ter onde deixar os filhos e sem
o apoio do Estado, não encontra outra saída a não ser se submeter a violência.
Lilian Mann (1999) assinala que a questão da violência relacionada com o fator
econômico proporciona que as mulheres se sujeitem a atos violentos de seus
maridos e companheiros. Em concordância com a autora, Safiotte (1999) atenta a
questão de que o homem, enquanto único provedor na maioria das vezes, se for
preso deixa de prover o sustento da família, o que se agrava quando a mulher
tem muitos filhos pequenos, ficando assim impedida de trabalhar fora”.(apud DE
ABREU, 2015, P.51)
Diante desse triste fato, no ano de 2019, a Secretaria
Nacional de Assistência Social, publicou o documento denominado “Parâmetros de atuação
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no sistema de garantia de
direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência doméstica”, o
documento tinha como principal objetivo esclarecer o papel da politica de assistência
social, sobretudo no que diz respeito ao acolhimento e escuta, no contexto de
atendimento das SUAS, de crianças, adolescentes e mulheres, vitimas de
violência doméstica.
Um dos pontos levantados pelo documento definia a escuta especializado
que passaria ser adotados por um grupo de psicólogos, assistentes sociais,
trabalhadores da segurança públicos e representantes da ordem judicial. O
documento tomava como base a lei 8.742/1993 e as inovações no ano de 2004, no
governo do Presidente Lula, afirmava o papel do atendimento à violência no
contexto sociofamliar, a qual a família torna vitima de violência, incluem os
filhos, esposa e parentes sanguíneos ou de solidariedade.
Em um tópico de destaque, o então documento definia o acolhimento da
vitimas e incentivo às campanhas de mobilização da importância dos veículos de
comunicação para da denuncia e depoimento da vitima em centro de apoio social e
delegacias da família. Em caso de requerimento jurídico e prisão judicial do
agressor, caso fosse o único provedor financeiro, seria definido a capacidade
protetiva e benefício salarial até a regularização da condição econômica e
autonomia dos responsáveis maiores. Tal como é definido, logo abaixo:
“A capacidade protetiva das famílias está
diretamente relacionada a aspectos intrafamiliares – como história,
transgeracionalidade e relações estabelecidas entre seus membros – e
extrafamiliares – como redes de apoio e pertencimento, contextos
socioculturais, históricos e econômicos em que estão inseridas, acesso a direitos
e recursos das políticas públicas disponíveis no território onde vivem. Estes
elementos são essenciais para a compreensão contextualizada das situações de
violência e violação de direitos de crianças e de adolescentes e a garantia de
seu superior interesse. Estas situações são multideterminadas, se apresentam
com diferentes configurações, podem implicar violência praticada por agressor
que não pertence ao núcleo familiar e/ou violência intrafamiliar e demandam a
adoção de procedimentos caso a caso para assegurar a proteção das crianças e
dos adolescentes – pois há situações em que é possível assegurar esta proteção
no próprio contexto familiar e situações em que isso não é
possível.”(MINISTÉRIO DA CIDADANIA, 2020, P.17)
Portanto, um olhar dimensão social e a cultural, é essencial
para entendimento melhor da relação existente da participação da mulher no
mundo do trabalho e a autonomia em prol da condição econômica familiar e
equilíbrio na relação conjugal, juntamente, com a questão da dependência financeira
como impulsionador potencial do conflito familiar e subordinação passível do
gênero feminino à agressão física, moral e patrimonial acometida contra a
mulher, provido da abordagem reformista/feminista acerca da violência doméstica
no contexto socioeconômico.
Tal abordagem compreende melhor o dever do estado em relação
à abordagem econômica tradicional de linha neoliberal que acredita no apoio de
força publica e privada voltada à capacitação profissional da mulher e
incentivo ao empreendorismo social às famílias de baixa renda em situação de
vulnerabilidade econômica e a sua correlação com decaimento da taxa de
feminícidios e violência na parcela pobre do país.
Em compensação, ambas as abordagens, de acordo com alguns
estudiosos, esquecem-se de frisar o papel da justiça restaurativa e a mediação
no judiciário. A mediação trata-se categoricamente de uma terceira pessoa
dentro do contexto da pacificação do discurso de ordem de ambos os atores
sociais do conflito, agressor e a vitima. A prática da mediação se encontra
como uma medida cidadã que garante o reconhecimento dos limites e as
consequências negativas trazidas ao entorno familiar. Por fim, traduz o
conteúdo da norma em concretude de comportamento humano superando a visão
dogmática tradicional da justiça. Tal como é definido logo abaixo:
“A Justiça Restaurativa protege os interesses
da vítima, do ofensor e da comunidade, trazendo as partes para o núcleo do
processo, sendo um ideal de modelo que visa a diminuição da população
carcerária, principalmente a diminuição das taxas de reincidências, tendo como
foco a reparação do dano à vítima como um ponto de partida, conferindo
autonomia para a exposição de suas necessidades, ouvindo as partes envolvidas,
mediante o equilíbrio do discurso, de maneira a atuar como um agente
transformador nas relações de conflito[...]” (BARRETO&MACEDO, P.10, 2020)
Assim, a modelagem de programas sociais por
entidades comunitárias, entidades acadêmicas, órgãos públicos e centros
religiosos como a igreja, demostra bastante
eficiência quanto implantados na reabilitação das relações conjugais e
retirada dos paradigmas da vítima e agressor, como também a diminuição do
número de carcerários,
A tutela de proteção familiar e combate à
violação do direitos humanos contra mulher no fortalecimento das ações do
governo referente aos processos e leis punitivas, mas buscando um olhar entre
“as partes”, ou seja, voltada à conciliação familiar e combate à reincidência
dos ciclos de violência doméstica que estão diretamente relacionados ao aspectos
inerentes ao corpo social brasileiro da desigualdade social e os problemas
enfrentados pelos membros cônjuge voltado ao controle emocional, financeiro e
psicológico.
Por fim, as diferentes abordagens foram
destacadas sobre a natureza e o enfretamento da violência ligada à provisão
socioeconômica e a dependência financeira da mulher e a família nuclear, assim
como papeis do desemprego e a vida financeira familiar da população de baixa
renda, é propicio à geração da violência e os conflitos decorridos pela posição
autoritária que homem toma.
Em
contribuição também, à tentativa de enfrentamento da mulher por meio da entrada
no trabalho e a independência financeira, que em parte da família, como um
forma de rivalidade, não obervado a poição de equidade, endo mal interpretada
pelo homem, fortalecendo ainda maia relação de subordinação e o nivelamento do
“ciclo” de violência no relacionamento.
Também a herança sócia histórica da cultura do patriarcado pedante e a forma de violência,
a qual agressão mantida pela manutenção do discurso da ordem machista e dominadora na sociedade, entre quais figuram a
valorização da mão de obra do homem e o papel que exercem na economia familiar
do lar. Nesse, aspecto é uma importância que o Estado,
instituições privada e a sociedade civil na mobilização social e combate à qualquer situação de violação ao direito da mulher e
da família e alicerce à melhoria de programas que visem contribuir à restauração familiar.
2.2 Consumo de Drogas, Álcool e o fenômeno da violência
É
quase certo que ninguém deliberadamente se propõe a transformar-se em um
alcoólatra, mas tudo começa com o primeiro gole, com as primeiras doses.
Primeiramente, a ingestão de bebidas de dá em um grupo de amigos, aos finais de
semanas, o dito: beber socialmente. Mas como sabemos ninguém ou quase ninguém
tem o controle sobre o uso do álcool, o que era pra ser só os finais de
semanas, passa a ficar cada vez mais intercalado em intervalos entre dias cada
vez mais curtos.
Podemos dizer que o álcool é uma das piores
drogas lícitas, pois destrói a vida social, econômica, profissional, física e
familiar da pessoa. E na maioria são homens que enveredam nesse vício. No
Brasil já passam de 11% de alcoólatra,
sendo esse um caminho quase sem volta. Daí resulta em destroços na
família, brigas e violências não que a bebida seja causa exclusiva da
propagação da violência contra as mulheres, haja vida que os que bebem sabem
muito bem das consequências do uso de tal droga.
Fica claro que não dá para existir essa guerra de sexo, mesmo que às
vezes haja casos de amor e ódio, este na maioria das vezes é momentâneo. São
atos de impulso, descontrole, raiva repentina ou movida até por alguma droga,
ou reação de inundação do casamento.
Realmente, segundo o Psicólogo Goleman em seu livro clássico Inteligência Emocional em alguns momentos dentro de um
casamento ambos os parceiros, se tornam inimigos íntimos. Sabemos que os casais
estão se divorciando a cada dia com mais constância, muitas vezes por falta
melhor preparo e inteligência emocional. E isso, vem bastante na formação de
meninos e meninas criados e formado com personalidades distantes.
O que é importante é como o casal discute
esses pontos sensíveis. É suficiente
chegar a um acordo sobre como discordar para garantir a sobrevivência conjugal;
homens e mulheres têm de superar as diferenças de sexo inatas ao abordarem
emoções perigosas. Sem isso, os casais ficam vulneráveis a fissuras emocionais
que acabam fazendo ruir o casamento. Como veremos, é muito mais provável que
essas rachaduras apareçam se um ou os
dois parceiros têm certos déficits de inteligência emocional. ( GOLEMAN, p.
146-14, 1995)
Em se tratando do consumo de entorpecentes
como fonte-primárias dos acontecimentos de conflitos familiares somado com a
realidade familiar que é subjacente em cada família, elas assumem boa parte da
associação do acometimento da violência.
Os
levantamentos populacionais buscam determinar a taxa de consumo de álcool por
individuo, se baseando numa escala, iniciada desde o uso casual até aos casos
mais extremos à total dependência, que provoca o estado de desiquilibro mental,
perda de memória, agressividade e efeitos psicoativos dentro da atividade
motora do individuo alcoólatra e o famoso efeito da “ressaca”.
Nesse
aspecto, cerca de 30% das pessoas, o uso de bebidas alcoólicas é feito de
maneira exagerada e uso contínuo ocasiona situações de constrangimento e
consequências à ordem moral das pessoas do seu quadro, isso se agrava, quando
falamos em relações conjugais e os atos de violação física, moral e sexual
contra o cônjuge. Tal como abordado abaixo:
“Do conjunto de entrevistados, oito apontaram
a embriaguez pelo álcool e/ou pelas drogas como o principal motivo para as suas
respectivas prisões. Segundo os relatos, em quatro desses oitos casos apenas o
homem encontrava-se embriagado; nos outros quatro, tanto o companheiro quanto a
companheira estavam embriagados por álcool e/ou drogas. Assim, por exemplo,
Juliano afirma que a depressão o levou ao alcoolismo. O alcoolismo, por sua
vez, o levou a constantes discussões com a
companheira, culminando com uma ameaça de mortes.”(DE SOUZA, 2017,
P.85-86)
Por
conseguinte, as situações de conflito dentro das famílias, são muitos difíceis
de serem identificadas, até quando os casos são notificados existem muita
resistência das vitimas do alcoólatra, geralmente crianças e esposas.
Embora, seja difícil o rastreamento, ele é
fundamental como a primeira forma de enfrentamento da tensão familiar presente,
tais experiências dolorosas põem em risco, o estado psíquico do entorno
familiar, muitas vezes de forma inconsciente incentivando as crianças e filhos
menores de conciso pela presença de ambientes conflituosa e a negligencia
infantil, que acabam enveredando, quando forem adultas às situações de
dependência de substancias, como o álcool e outras drogas, tendo como efeito, a
continuação dos ciclos de dependência ao álcool ao longo das gerações. Como bem
definido abaixo:
“O uso de substâncias psicoativas pelos pais
pode facilitar a ocorrência de abuso físico e sexual e negligência infantil.
Vários estudos sugerem que homens que abusam de suas esposas podem também
abusar de seus filhos. Crianças que experimentam abandono dos cuidados pelos
pais têm também maior risco de desenvolverem problemas de uso de substâncias,
desta forma perpetuando um continuamente crescente ciclo de
violência/abandono.” (ZILBELMA&BLUME, 2005, p. 54)
Outro aspecto, da utilização do álcool e
entorpecentes, mas não menos importante, é uso de substância psicoativas por
mulheres, vitimas de violência doméstica, geralmente é impulsionada pelo
isolamento e fuga dos ambientes de abuso sexual e violência generalizada que
juntamente com o alcoolismo praticado pelo homem produz efeitos danosos, como o
abandono dos filhos, dependência química, entrada na criminalidade e
hostilidade ao convívio familiar. Tal como é relatado, logo abaixo:
“Os problemas decorrentes do uso de
substâncias são vivenciados principalmente dentro da estrutura e ambiente familiar,
nas relações e vivências do dia a dia. Dessa forma, a família entendida
enquanto fator de risco frente ao uso de substâncias, diz respeito a eventos
desfavoráveis em relação aos seus vínculos familiares. Entre eles, é possível
citar a falta de comunicação entre seus membros; ruptura dos vínculos
relacionais; conflito familiar excessivo; clima familiar negativo, pautado por
estresse, hostilidade, negatividade e rechaço, entre outros.”
(CONZATTI&RODRIGUES, 2016, P.30)
Acerca disso, essas mulheres e homens que
fazem consumo de substâncias psicoativas, como a cocaína, crack, anfetaminas e
as bebidas com alto teor de concentração do álcool, se utilizam como forma de
defesas à morbidade decorrida do consumo de entorpecentes, principalmente, à
violência, depreciação das relações familiares e a negação da responsabilidade
conjugal, em especial os homens, em uma série de argumentos, as quais se
destacam a falta de controle de impulsos, situação econômica e afamiliar,
promessas de mudança e minimização. Tal como abordado abaixo:
“Irons e Schneider ilustram como se parecem
os comportamentos dos perpetradores de violência doméstica aos dos dependentes
de substâncias, incluindo a perda de controle, manutenção do comportamento
apesar das conseqüências adversas (danos físicos e impacto nas relações
familiares), perda de muito tempo, culpabilização dos outros, negação,
minimização e ciclo de progressivo aumento, seguidos por contrição e promessas
de mudança, entre outros. Tanto mulheres como homens consideram uma vítima
intoxicada mais responsável que o perpetrador da violência intoxicado.”(apud
ZILBELMA&BLUME, 2005, p. 52)
Observa-se,
por tudo isso, também que o Estado deixa muito a desejar, nhoque se refere à
reverter esse quadro. Gera-se com isso, uma grande camada de marginalizados.
Solo propício, em meio à exclusão, ao preconceito, à miséria e ao desajuste
familiar, que tudo agregado forma um ambiente fértil para que surja a cultura
da violência, manifestada de várias maneiras em nossa sociedade.
Isto
posta, somos levados a crê que a violência doméstica cresce em função da
miséria, da pobreza e da ineficiência estatal em punir adequadamente. Assim,
para haver pelo mesmo uma maior contenção desse nível de violência, tem-se
necessariamente que bater de frente na questão social.
Tendo
em vista, o descontrole emocional parece de forma acentuada pelo consumo de
drogas e o álcool, juntamente, com a dependência química, como uma
potencialidora das situações de displicência à família, importunação e
violência domestica. Podemos destacar referente à droga, cocaína, que é
considerado o entorpecente mais consumido do mundo e comanda boa parte do
tráfico ilegal de u.
Um
dos motivos que levam ao consumo de drogas, além da influencia parental e do
convivo com uso de drogas dentro da família, podemos destacar a venda e o
comercio ilegal de entorpecentes como estratégia de sobrevivência voltada à
população de renda abaixo do salário mínimo.
Um exemplo histórico são as chamadas feiras do
Crack que no inicio dos anos de 1980 que se concentravam nas periferias e
favelas do entorno paulista e carioca. Onde uma parte das organizações
criminosas incentiva a entrada de jovens e grupos familiares dentro do crime.
Tendo como efeito, à resistência dos familiares quanto ao novo rumo que os seus
membros, a maioria jovens e país de famílias, tomavam e até mesmo impasses com
própria parentela sobre a nova vida do crime do tráfico e venda, mesmo que
aparentemente “satisfeitos” pela suposta condição financeira dada e a inserção
nas facções criminosa no objetivo dar o melhor à sua, à mercê da morte,
criminalidade e desvio de conduta.
Por
conseguinte, gerando cenários de abuso e violência intrafamiliar, embora a
policia da época tentasse combater esse tipo de onda de crimes eram
ineficientes frente à dinâmica e a recente rede de venda de drogas ilícitas que
se instaurava. Tal como abordado, logo abaixo:
“[...] estudos realizados em diferentes momentos
históricos chegaram a conclusões semelhantes: o trabalho junto ao tráfico de
drogas garante proteção e inserção na comunidade local”. A entrada desses
jovens no mundo do consumo lhes confere certo status, fazendo-os “ascender” com
essa atividade, galgando cargos e funções que geram “poder”: “(...) esses
jovens passam a ter mobilidade social e status - antes vetados, devido às
condições econômicas e sociais em que suas famílias viviam (Silva e
Graner-Araújo, 2011, p. 156)”.(apud MÉLLO, 014, P.34)
Portanto,
pode-se concluir que em relação ao consumo de drogas, como a cocaína e outros
derivados sintéticos de alto potencial, parece exerce papel crucial no
deterioramento de relacionamento e as agressões verbais e físicas.
Em
contribuição, também se encontra (consumo de drogas) relacionado à experiência
e trauma vivido na infância de ambos os cônjuge que reflete na formação do
adulto e sua propensão no uso de entorpecentes ilícitos e o fator histórico de
indiligência das entidades governamentais, que embora implantem programas
sociais lutem para garantir a promoção de serviço de atendimento à população há
ainda muito que fazer.
Em adição, é de fundamental importância o
papel das instituições públicas, redes comunitárias, por exemplo, as igrejas e
centros de acolhimento com a colaboração da própria família, amigos, psicólogos
e assistentes sociais. De fato, todos esses elementos constituem ao uma rede de
apoio significativo na orientação e mudança do individuo e membros do núcleo
familiar, como também no tratamento médico e psíquico ao consumo da droga,
sendo peça-chave na restauração familiar e reconciliação conjugal em crise. Tal
como é relatado logo abaixo:
“ As redes sociais como fortes pontos de
apoio são responsáveis, na maioria das vezes, por proporcionar aos componentes
da mesma, experiências positivas e um conjunto de papéis socialmente
recompensados. A caracterização dessas redes também apresenta um sistema
dinâmico e afeto significativo entre os seus membros, e contribuem para a
construção da identidade do indivíduo através da influência que exercem sob o
mesmo. De uma maneira geral, a configuração dessas redes sociais e de apoio,
engloba a “todos os vínculos interpessoais de um sujeito: sua família nuclear,
sua família extensa, as relações de trabalho, de estudo, de vínculos com
serviços de saúde, de alguma inserção comunitária e práticas sociais.”(CONZATTI&RODRIGUES,
2016, P.49)
Diante do exposto referente às drogas
ilícitas, com ênfase na cocaína e seus derivados, passaremos abordar a questão
do uso do álcool na visão dos presidiários encarcerados pela Lei Maria da Penha
e perspectivas sobre o assunto na visão “deles”, usando como fontes, trabalhos
na área, brevemente citados.
Da mesma maneira que tínhamos relatado
anteriormente, a falta de controle dos impulsos e a agressividade gratuita
trazida exagerada pelo álcool pelos portadores, em grande parte homens casados,
constitui um passo importante na mobilidade dos conflitos intrafamiliares e
consequências negativas aos filhos e os cônjuges de forma demasiada. Como
relatado, neste pequeno fragmento:
“No âmbito familiar o alcoolismo é
responsável por desavenças entre casais chegando muitas vezes a agressões
verbais e físicas. Os filhos também geralmente são vítimas dos pais alcoólatras
sofrendo com violência doméstica o que os prejudica no desempenho escolar e
social. O alcoolismo prejudica o indivíduo na sua vida escolar e na vida
profissional fazendo com ele perca o interesse em aprender e abandone os
estudos e o trabalho, o que acarreta a perca de confiança e autoestima e muitas
vezes provocam uma forte depressão no indivíduo.”(DA SILVA, 2014, P.16)
Antes
de tudo, desde o inicio da Civilização Humana, o álcool, sempre esteve presente
principalmente, depois do período neolítico. A própria Bíblia falava sobre os
malefícios do consumo exagerado das bebidas alcoólicas e da excitação
produzida, onde a desgraça, era certa e tirava a ordem moral em que homem
estava, causa consequências para sua geração.
No
contexto moderno, estudos populacionais indicam que cerca de 30% da população
brasileira é adepta ao consumo de álcool, isso é demonstrada pela postura de
crescimento do número de bares e restaurantes, apesar da conveniência do
consumo do álcool em ocasiões sociais, os adeptos dessas bebidas, em sua
maioria já elencam ela dentro do final de semana, em casos a parte, até em dias
úteis o que caracteriza o álcool como persistente dentro do cotidiano que vivem
ao seu redor, aproximando, mais ou mesmo tempo distanciando das pessoas dos
seus ciclos familiares,
Nos
trechos a seguir citados, usaremos de forma breve do Pesquisador Gaspar
Alexandre, a qual comanda entrevistas com presidiários, esses homens embora
repudiem o ato da violência praticado contra a mulher, eles buscam a partir dos
discursos de influencia do meio sobre ele e a escassez de orientação
psicomotora no estado de embriaguez. Tal como é referendado abaixo:
“É, o meu caso foi o uso de drogas e bebidas
envolvidas entre a minha conjugada e eu. Nós, é, ingerimos uma quantidade muito
grande de álcool e drogas e aí um faltou com respeito com o outro e até chegar
ao limite da, da agressão. Mas, contudo, antes da agressão já vinham já
acontecendo algumas coisas que já não taria sendo legais no relacionamento.”
(DE SILVA, 2017, P.87)
Nesse fragmento, o entrevistado relata que
estava em estado de embriaguez com a mulher, ambos entraram em choque, levando
à agressão verbal, o nexo causal foi o desrespeito de sua parte contra a mulher
que levou ao conflito, ele admite que não poderia ter agido assim e concordava
com a existência da lei como forma punitiva.
2.3 O ciúme é um dos maiores
causadores da violência contra a mulher
É
notório, que embora a violência doméstica, possa ser gerada por inúmeros fatores, as quais abordamos ao longo desse capitulo, um
aspecto norteador e fator configurado em inúmeros estudo sobre o tema,
constitui o ciúme. Embora, de certa forma, o ciúme indique um estado psicológico
de afetividade e cuidado ao parceiro, como também uma forma de moral, que deve ser
mantida para manutenção do casamento por uma suposta ameaça e olhar da sociedade,
assim como o respeito e consideração ao outro.
No entanto, o ciúme, por parte de alguns
homens se reveste em agressão, a expressão do descontentamento ao comportamento
e o desvio de conduta pela mulher. Em fito, o ciúme, constitui um mecanismo de
repressão e proibição verbal, a qual o cônjuge impõe sua insatisfação ao descumprimento
das regras matrimoniais, decência e modéstia, nesse caso, se consideramos o histórico
do conflito familiar e memória do passado, tendo como efeito, o desencadeamento
do impasse conjugal. Tal como citado, logo abaixo:
“O ciúme surge quando um relacionamento
diádico valorizado é ameaçado devido à interferência de um rival e pode
envolver sentimentos como medo, suspeição, desconfiança, angústia, ansiedade,
raiva, rejeição, indignação, constrangimento e solidão, dentre outros,
dependendo de cada pessoa.”(CENVETILLE&ALMEIDA, 2007, P.74)
O histórico familiar, memória do passado,
negação, individualimo, parece ser um grande obstáculo somado ao conjunto de situações
de descontrole emocional à resolução da proibição e coerção verbal e não
verbal(ciúme), entre as soluções de combate a esse sentimento, constituem um destaque
referente à negociação do casal, mas com atrito pertinente entre o cônjuge e o bloqueio
de diálogos, tal abordagem parece difícil aos olhos do casal. Por conseguinte, o
ciúme romântico começa se configura como ciúme patológico, o sentimento do
ciúme é renovado pela intimidação repressora, geralmente por dano físico e
moral.
No caso especifico o ciúme patológico, acontece
quando o membro do casal tem convicção total da infidelidade do cônjuge e seu
ato de negligencia familiar, contribuindo-se para aumento da intensidade do
sentimento ao portador, sendo manifestado pelo desprezo ao outro. Independente,
de ser mulher ou homem, o ciumento busca se isolar e afastar da relação
familiar, depois, começa a desconfiança patológica e apreciação das atividades
e lugares onde o acusado esteve, no interrogatório, o acusador busca a partir de
discursos e ameaça induzir a vitima, esclarecer os motivos de saída e entre
fatos que pode ser objeto de identificação do ato da “traição”
O ambiente instável produzido pelo sentimento
de ciúme e o delírio neurótico, contribuem à entrada de mecanismo para
atenuação da dor, como o alcoolismo, prostituição e perseguição baseada em acusações,
algumas infindáveis e a procura de evidencia de infidelidade, a qual não passa
de uma fantasia e superestimação
afetiva, como também cria condições para crime de natureza penal maior. Tal
como bem abordado, logo abaixo:
“O sentimento de ciúme é intenso e
desproporcional em indivíduos muito possessivos e inseguros podendo ser
eventualmente difícil de diferenciar do delírio de ciúme. O ciúme patológico,
nesse sentido, pode ser tanto um verdadeiro delírio ou, em muitos casos, apenas
uma ideia prevalente () com temática de ciúmes. Pode ocorrer em todas as
psicoses, mas é mais característico no alcoolismo crônico e no transtorno
delirante persistente. Pacientes com intensa atividade delirante do tipo ciúme
não raramente cometem violência física ou mesmo homicídio contra o suposto
traidor ou traidora.”
Podemos destacar, ainda sobre a natureza do ciúme e o“ciberespaço”que
com o desenvolvimento de tecnologia de comunicação e a invenção da Internet, no
século XX, proporcionou a rede social, uma nova modalidade de comunicação entre
amigos, ligação entre grupo, acesso à
conteúdo midiático e informações jornalistas. No ultimo ano, o Instagram e o
Facebook, chegaram em seu ápice, onde o
numero de usuário da rede, simplesmente dobrou de tamanho com a
disponibilidade de nova funções.
Nesse
novo cenário tecnológico e da comunicação, o usuário tem sua privacidade e fatos
do cotidiano por meio da publicação de comentários, fotos e vídeos. O casal
precisa tomar medidas e regras quanto ao uso e manter uma relação de dialogo no
estabelecimento do limite da exposição, que pode ser interpretada por uma forma
de expor o corpo ou o cortejo de outros usuários, gerando brigas e intriga. É
claro, que isso essa “profilaxia” e cuidado de ambos na rede social, se limita
a um pequeno percentual de população de casados, a maior parte dos cônjuges,
geralmente tem dificuldade de acesso à postagens um do outro, as relações
virtuais assumem bastante dianteira, previamente justificada pelo trabalho ou
por um adicional da vida de interação.
De maneira alguma, queremos cogitar que o uso
da rede social pode ser o responsável direito do conflito entre o casal ou o
gatilho de coerção e proibição da neurose do ciúme, mas quando associamos ao
ciúme patológico, aquele que implica condições de instabilidade da família, perpetuações
de relações negativas dentro no relacionamento entrem os fatores já discutidos
no capítulo, parece se soma no quadro gerador da violência intrafamiliar, mantida
majoritariamente pela agressão verbal e imposição moral, dificilmente passando
pelo teor físico, mas em alguns casos pode haver sua presença, principalmente
quando se leva em conta o quadro familiar e sua composição ainda ao furor e
dissolução de casamentos e a convencia instável na sociedade atual pelo “germe
da violência”. Como bem definido, logo abaixo;
“Os relacionamentos amorosos trafegam em um
campo de contradições, já que as tendências e valores em voga na sociedade
atual muitas vezes conflitam com os reais anseios humanos. Tais contradições
encontram solo fértil na infinidade de comunidades virtuais que se formam no
ciberespaço, com os mais diversos objetivos, que vão desde unir pessoas com
interesses afins, até prestar ajudas sentimentais àqueles que necessitam de
conselhos ou sentem-se sozinhos.” (BEZERRA&VASCONCELOS, desconhecido,P. 03)
Agnes
Heller, no seu livro “Cotidiano e a História”, busca esclarece como as
atividades cotidianas, situações de trabalho e comportamento da sociedade, estabelecem
dentro das relações do aspecto do corpo social, como inteiro e em sua parte,
que constituem a rede de sociabilidade da família e o circulo privado, a
representação do individuo e uma espeia de caractecitrizaçãode sua conduta eo
indivuduos.
" A vida cotidiana é a vida do homem inteiro;
ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de. Nela,
colocam-se '' em funcionamento'' todos os seus sentidos, todas as suas
capacidades inteletuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões,
idéias, ideologias [...] é, em grande medida, heterogênea; e isso sob vários
aspectos, sobretudo no que se refere ao conteúdo e à significação ou
importância de nosso tipos de atividade. São partes orgânicas de vida
cotidiana: a organização do trabalho e da vida privada, os lazeres e o
descanso, a atividade social sistematizada, o intercãmbio e a purificação.
" (Agnes Heller, 2004,p 18)
No que se destacam as mulheres sob violência,
podermos inferir a partir do pensamento da filosofa húngara, relacionado à vida
cotidiana, trabalho, família e a rede interativa como determinante para
estabelecer critérios e significados sobre o ser-humano. A vida da vitima, de
certa maneira é moldada pela ação e posicionamento do agressor, a qual justifica
seus atos e o ciúme de vertente patológica, pelo fato da mulher exercer atividades
e funções que assumem parte de sua conveniência ao ato da possível “traição” e desrespeitos,
podendo ser ligada às vestimentas, estilos culturais e entre outros aspectos,
que o homem pode considerar como falta de modéstia ou pudor sexual.
Ou seja, não são “punidas” ou “mal-faladas”
em nível maior, como os homens, principalmente quando se leva em conta o âmbito
histórico ao longo dos séculos e a “jurisdição” da ordem patriarcal, a qual o
homem exerce sua posição de detentor do bem estar e único de direto de
autoridade sob os filhos e a mulher, tendo como dever de zelar pela sua
reputação e honra, cabe ao agressor impedir essa acabar com essa situação.
“Em casos de infidelidade feminina ou
simplesmente de ciúme masculino, a violência é justificada pelo fato de a
mulher ter ofendido a reputação masculina, seja na realidade ou na fantasia (do
homem). A agressão é considerada uma maneira de restaurar parte da reputação
masculina e existe uma expectativa de que as mulheres sejam leais quando a
violência está relacionada ao ciúme, aceitando-a. Levandose em consideração os
resultados desta pesquisa, podemos entender que o homem influenciado pela
“cultura da honra” acredita que sua própria honra esteja vinculada à fidelidade
de sua companheira.”(CENTEVILLE&ALMEIDA, 2007, P.79)
Nas sociedades caracterizadas pela “cultura
da honra”, como a brasileira, é comum um sentimento de pertencimento do homem
sobre a mulher, onde muitos desenvolvem ainda ciúmes exagerados pelas suas
esposas. E claro, nessa parte e muitas outras foi positivo o movimento
Feminista, pois desvendou e denunciou o estabelecimento da relação de poder que
existe entre o homem e a mulher, donde vem a maioria da violência doméstica,
como é citado abaixo:
“Por anos considerou-se que a violência
doméstica fosse algo a se resolver entre quatro paredes, como revela a
expressão popular “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, porém,
após muita luta e resistência do movimento feminista, a violência doméstica
começou a deixar de ser um assunto privado, tornando-se público e,
principalmente, uma questão política marcada por assimétricas relações de
poder.” (SAMPAIO, P. 02).
O movimento
Feminista entrara em ação a partir da década de 1970, o cenário brasileiro era
muito diferente do atual, a função da mulher era restrita ao cuidado do lar e
filhos, além da sua formação inteiramente doméstica e voltada ao meio “uteis”.
Apesar do gênero feminino, ter obtido grandes conquistas como o direito ao voto
e a mobilização dos movimentos autônomos de ideário feminista, a posição do
homem, era inquestionável, no que tange ao provedor e chefe de família.
A violência acometida contra a mulher era
espantosa e não só provia fisicamente ou moralmente pelo seu cônjuge, mas pela
própria estrutura social da época seja no âmbito midiático, cultural até
jurídico, que parece ser um contrassenso quando comparado à nossa sociedade
atual. Como bem descrito por Rachel Shoet:
“Autoridades, políticos em geral, juristas,
negaram-se a considerar positivamente suas pretensões [as reivindicações das
mulheres por direitos], respaldando-se na ciência da época, que legitimava, alegando
razões biológicas, tal desigualdade entre homens e mulheres. Por meio de peças
teatrais, de literatura, de crônicas e através de diversas matérias na imprensa
– jornais e periódicos – também se observa oposição ao seu atendimento,
chegando alguns a ridicularizar as militantes, representando-as como
masculinizadas, feias, despeitadas e até mesmo amorais, no que conseguiam
grande repercussão. Não eram poucos os homens comuns que endossavam essas
opiniões, mediante depoimentos e cartas aos jornais.” (SOIHET, 2002:
281).
Todavia, apesar
dos 50 anos de luta da mulher e conquista de leis que fomentaram a condição
cidadã e dignidade feminina, é mensurável os resquícios de uma estrutura social
que nega a condição de mulher e a, isso continua refletido na violência
presente formação familiar brasileira, não somente ocasionado pelo ciúme,
consumo de drogas, alcoolismo ou situação econômica, mas pela constituição da família brasileira e o
espaço privado que elencou a mulher na categoria de subordinação e controle
pelo marido.
A violência
doméstica é detida pela “cumplicidade” do agressor e a vitima sob a possibilidade de as crenças dominantes imporem valores,
hábitos e comportamentos sem recorrer somente à agressão física, criando
situações nas quais a mulher sofre diversas formas de violação de seus
direitos. De mesmo modo, refletindo nas situações de acusações do marido sobre
a mulher, onde buscam comprovar sua insegurança através de julgamentos de
comportamento, premissas falsas, labilidades afetivas e possíveis
triangulações, muitas vezes imaginário e vigilância e controle da vida social,
cotidiana, profissional e familiar da acusada. Assim, é acreditável o
envolvimento da família dos cônjuges como forma de conciliar e buscar esclarecimentos
da situação, se é fundável ou não, a objeção do cônjuge e manifestação do seu
descontrole emocional sobre uma possível perda do cônjuge.
Adicionalmente, o sentimento do ciúme e o individuo
ciumento, torna-se um aparelho de proteção ativa ao cônjuge contra o controle
de outrem e uma tentativa e expressão do descontentamento e rispidez, nos
casos, onde existe algum realmente tipo de traição extraconjugal ou natureza
afetiva por parte da mulher, quando se considera o agressor, sendo o homem.
Pois é sabido que situações desse tipo
envolvem a posição do homem em defesa do seu ego, mesmo para isso impute de
conduta agressiva ou mesmo trazendo consequências trágicas aos atores da
infidelidade conjugal, mas jamais deve ser justificada, quando se considera a
ornamento jurídico, pois como é levando por estudos da área e entrevista feita por
presidiários definem o dialogo e reconhecimento do problema da tração, embora difícil,
é coisa certa a ser fazer, mesmo risco à sua reputação moral. Como definido
pelo Doutor em Sociologia, Gaspar Alexandre Machado, na citação abaixo:
“Discussão” foi o termo lembrado por quatro
entrevistados como algo que estraga o relacionamento, enquanto três deles
citaram o “desrespeito”. “Traição”, “mentira” e “falta de confiança” foram
lembradas por dois entrevistados cada. Urias, por exemplo, de forma
surpreendente, afirma que seu relacionamento acabou em virtude de uma traição
de sua ex-mulher com o seu pai: “Ela me traía. Me traía com meu pai. Meu pai, uma pessoa muito difícil,
muito difícil mesmo. Triste. Aconteceu”. Também foram citados como fatores que
estragam o relacionamento: “filhos de outros relacionamentos”; “infidelidade”;
“falta de amor”; “falta de carinho”; “opinião de outras pessoas” e “amizades
erradas”. Sobre as amizades erradas, que podem estragar o relacionamento,
Murilo afirma: “amizade errada, amiga assim que fala que é amiga e é num é
amiga, que leva pra balada. Se for uma amiga dela mesmo, companheira, tinha que
levar ela pra uma igreja, pra poder buscar a Deus e não buscar festa, farra”.
(DESOUZA, 2017, P. 89)
Frente a tudo, que abordamos nesse tópico abordaremos
brevemente acerca das formas de enfrentamento ao estado emocional do ciúme
dentro do casamento. Embora, os ciúmes patológicos como tínhamos definido possa
ser alimentado por outros vícios e a concentração da violência doméstica, obtém
maior destaque em famílias em risco de vulnerabilidade socioeconômicas, não é
por isso que as classes sociais mais bastardas, estarão livre de perturbações
emocionais e sentimento de proteção elevado ao objeto amado.
Não obstante, se encontram de grande validade
à disponibilidade do casal em conflito os mecanismos de evitação ao contato de
agressão e regressão da dinâmica do ciúme, ou seja, avaliação da conduta do
ciumento, como também a influencia positiva da religião e apoio da parentela, nessa
linha, consulta de psicólogos e o tratamento terapêutico exerce influência na
mobilização do espaço conjugal, de forma para acabar com a insegurança dentro
do casamento. Tal como é afirmado, logo abaixo:
“No lugar de questionar as fantasias do
cliente, o terapeuta terá mais eficácia em investigar para que servem essas
fantasias. Portanto, o cliente visitará a própria experiência e revelará seus
próprios sentidos que levam as suas atitudes ciumentas. A relação entre terapeuta
e cliente é uma possibilidade de reproduzir a ‘forma’ encontrada pelo cliente
para se relacionar com o mundo. Representa um recurso valioso ao processo
terapêutico, na medida em que atenta ao ‘como’ o cliente se ajusta
criativamente por meio de uma conduta ciumenta. Além disso, o cliente poderá
obter uma ressignificação de sua experiência, despertando-o para uma vida com
mais liberdade e contato.” (PINTO, 2013,
P.246)
O fato dos cônjuges terem uma formação
educacional e estabilidade financeira, não é garantia própria para o
desnivelamento completo do ciúme ou enfrentamento do casal, mas pode apresentar
uma abertura de diálogos e mediação sobre o problema vivido, até mesmo em
casos, onde o ato da infidelidade foi consumado, é uma posição de controle e pacificação
das contradições da vida a dois, nesse cenário duvidoso entra em ação,
procedimento terapêutico à resolução conflito e desnivelamento do ciúme.
Apesar da intervenção do conselho
psicossocial, ser uma ferramenta de grande utilidade ao casal, como peça-chave
na resolução dos conflitos, insegurança, depreciação do relacionamento, em
adição, à importunação física contra o cônjuge por meio da violência doméstica
e as consequências negativas ao entorno familiar, que incluem filhos e parente próximos,
existe dificuldades na implantação, principalmente, pela falta de incentivo de órgãos
competentes e baixa divulgação de projetos sobre a área, em destaque, uma
resistência em abordagens que levantem a importância da organização familiar e perpetuação
do casamento, como forma de combate à violência da mulher. Como bem apontado
pela citação abaixo:
“A
falta de divulgação é uma grande desvantagem apresentada, pois não há
informação sobre o procedimento, custos, acesso, confidencialidade e eficiência
da mediação, situação que torna a mediação distante daqueles possíveis
usuários. A falta de conscientização é algo claramente demonstrado também, além
do não conhecimento de como funciona a técnica, existe resistência a sua
utilização por não existir divulgação dos resultados positivos e
satisfatórios.” (BORTOLLI e FUNES,
2017, p. 01)
Consoante,
ao que abordamos o Governo Federal, no ano de 2020, em plena pandemia do
COVID-19 e diante um aumento expressivo do número de casos de violência doméstica
publicou uma cartilha formulada pela
Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM), a Secretaria de Estado
de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres
(SEASDHM) elaborou orientações que podem ajudar mulheres que estão vivenciando
situação de violência durante o período de isolamento social.
Em destaque, a Lei nº 13.984/20, definiu a
obrigatoriedade referente ao agressor, que deve frequentar centro de educação e
reabilitação e fazer acompanhamento psicológico. Ou seja, definiu parâmetros de
inserção de presidiários oriundos dos crimes de deturpação da ordem da mulher e
da família. Também o acesso ao acompanhamento psicológico que constitui um
processo de inserção pequena da justiça restaurativa, que busca ampliar a ressocialização
do agressor e qualificação dos seus atos e melhoria gradual na sua conduta, com
uma analise histórico familiar:
“Já em 2020, a
estabeleceu obrigatoriedade referente ao agressor, que deve frequentar centros
de educação e reabilitação e fazer acompanhamento psicossocial. Neste
ano, foi sancionada a Lei nº 14.188/21, que
incluiu a existência da violência psicológica como item para o afastamento do
lar.”(DIARIO OFICIAL DA UNIÃO, 2020)
Por fim, perdoar uma injustiça é muito difícil e nos perdoar também,
tudo está à flor da pele: é o mal imperdoável, o erro como inaceitável e
julgado com toda veemência passa-se a olhar qualquer insulto, palavra ou
qualquer agressão no calor do sangue quente como configuração mesma do pecado-
é contagioso como a própria peste. Nenhuma agressão pode ser justificada, mas
muitas vezes perdoada, pois uma agressão verbal, pode ser pior ainda. Na
maioria das vezes sabemos que ambas as partes buscam justificativa, mas às
vezes ambos têm culpa.
3. ATUAÇÃO DE ENFRENTAMENTO À
VIOLENCIA CONTRA A MULHER/DEAM-RIO BRANCO-ACRE
3.1.
As formas de enfrentamento à violência a partir da Lei Maria da Penha
No decorrer dos
capítulos, discutimos os fatores potenciais da violência doméstica, como também
possíveis abordagens para resolução desse problema social a qual muitas vezes,
envolve a colaboração de instituições sociais e autoridades governamentais para
delineamento das formas de enfrentamento contra a violação da integralidade
física, psicológica, moral e patrimonial, também foi referendado razões pelas
quais muitas das mulheres tem dificuldade em sair de relações abusivas,
consequentemente, o ciclo da violência.
Diante do levantamento breve que fizemos ao abordar a
atuação de controle e solucionadora no país e a proposição de políticas
públicas relacionado à assistência social e disponibilidade de serviços básicos
de apreciação da vitima de violência, passaremos nosso olhar da situação ao
Estado do Acre, em especial, a cidade de Rio Branco e alguns municípios
próximos, onde as ocorrências e casos de feminícidios se concentram,
juntamente, ligado a etapa de atendimento e imposição de medidas protetivas e
seguradoras do direito à familiar e a mulher.
É sabido, que saída do ciclo da violência, é difícil e
cheio de intempéries, principalmente pela resistência de ambos os cônjuges por
meio de ameaças e deturpação da ordem moral e patrimonial, essa última, é
bastante pertinente quando frisamos que a dependência financeira da vitima e
impedimento do direito de acesso ao emprego e a educação formal e profissional,
como forma de garantia de profissionalização no mercado de trabalho, impondo um
regime de dor, sofrimento e humilhações às vitimas de violência doméstica. De
modo semelhante encontramos uma situação parecida, na recém-lançada minissérie
na plataforma Netflix, ano 2021 chamada “Maid”, onde Alex (Margaret Qualley) é uma jovem mãe lutando para conquistar seu
espaço no mundo e criar sua filha em um ambiente familiar e social
desfavorável.
A série dramática, baseada no livro
autobiográfico de Stephanie Land, trata de temas espinhosos como
gravidez/maternidade não planejada, violência doméstica, ansiedade, alcoolismo,
dilema maternidade/vida profissional e doença mental de forma realista, através
de personagens complexos que vão além de apenas cumprir seu papel de vilã ou
mocinha.
O clima pesado é
amenizado pela brilhante interpretação de Margaret Qualley que traz humor,
ingenuidade e ternura maternal a obra na interação a filha de 2 anos.
A grande virtude de Maid é conseguir retratar de forma honesta um drama
da vida real que parece muito próximo de todos nós.
Distanciando-se de
polemicas e polarizações, a série foca o enredo no universo pessoal de cada
personagem, retratando problemas reais de pessoas reais, construindo, dessa
forma, profunda empatia com o espectador. Maid consegue ser comovente, cômica,
interessante e reflexiva.
Em destaque, Alex e sua filha ficam
sem assistência social, sendo humilhada pelos órgãos de assistência, porque não
existe o apoio necessário dado a essas milheres e nem mecanismos que levem o
amparo legal e conscientização de medidas de prevenção. Trazendo ao contexto
que enfatizaremos no capítulo em diante, aqui no Acre, existe um modelo de casa
de abrigo, apesar de carências nas requisições de mudanças dentro do quadro de
apoio, técnico e atendimento, ainda sim até hoje, exerce um papel responsável
de promover a segurança e acolhimento de instância, chamado Casa Rosa Mulher,
criado em 1994, por meio da agenda municipal do Prefeito Jorge Viana e o
movimento de mulheres na década, foram papeis atuantes na circulação do
primeiro programa social de reintegração familiar na época. Tal como relatado
por Teixeira (2008):
“Nascia dessa forma
o embrião do
Programa Casa Rosa
Mulher e sua
construção foi sendo
realizada gradativamente seguindo
os seguintes passos:
em 1993, demanda
pelo Movimento de
Mulheres, a prefeitura
enviou ao Ministério
do Bem-Estar Social
um pedido de
apoio para a implantação
do Programa de
Reintegração Familiar. Nesse mesmo
ano, foram realizados
encontros públicos e seminários onde participaram entidades ligadas aos
direitos humanos, além do movimento de
mulheres, com o
objetivo de construir
coletivamente uma política
pública de caráter
intersetorial e multidisciplinar com
foco específico no
enfrentamento de questões
relacionadas com as violências física e sexual contra a mulher.
Nesse contexto, nasceu
oficialmente em maio
de 1994, por
reivindicação de diversas
organizações sociais e do movimento das mulheres do Acre e com apoio
decisivo da prefeitura, o Programa
Casa Rosa Mulher.”
O Programa Casa Rosa Mulher, foi
considerado um marco legal com apoio da prefeitura e organizações da época,
localizado em Rio Branco, Acre na efetivação da defesa dos direitos das
mulheres. Referente as atividades do Centro, desde sua criação objetiva o
principio básico da reabilitação da vitima e reitera ao seu empoderamento, como
forma de desafiar a autoridade excessiva do cônjuge e ação em aproveito da
manutenção do núcleo familiar.
A maior das atividades abrange a
geração de oportunidades e opções de crescimento profissional, especialização
através de cursos técnicos e qualificação da educação formal, como forma de
permitir a autonomia financeira. Por tal fato, o maior parte do público de
atendimento são mulheres que vivem em condições de dependência financeira ao
marido, muitas vezes nas classes baixa, com um salário médio na faixa do
salário mínimo até 3.000,0, embora também atenda uma parcela de mulheres em
classes mais abastada,
É notória, a consonância respaldada nas pesquisas e estudos
feitos pelo do Instituto de Pesquisa Economia Aplicada (IPEA) e inferências
feitas por vertentes da abordagem socioeconômica, tanto do viés tradicional
como o reformista, que bem referendamos. Em contribuição, pela existência da
correlação da vulnerabilidade sob as mulheres em situações de violação de
direitos referente ao salario fixo e
contribuição na renda mensal. Na eminencia, o trabalho realizado por esse órgão
de assistência na busca do favorecimento
profissional e financeiro, é peça-chave na
mudança social e sua posição no convívio conjugal aberto ao diálogos,
como também, saída e desfecho de relacionamentos abusivos referente aos casos
mais graves.
Assim, de fato uns dos comprometimentos maiores além do
fornecimento do apoio jurídico, rede de
apoio psicossocial, atividades arte-educação e serviços de saúde que torna
diferencial quanto as outras instituições de apoio e enfrentamento da violência,
é o empoderamento realizado às mulheres alicerçado por um projeto de
empregabilidade que promove qualificação
profissional e encaminhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade ao
mercado formal de trabalho e incentivo ao “microempreendorismo”, oferecendo
cursos de maquiagem, cabelereiro e entre outros. Relatado logo abaixo:
“A
Casa Rosa Mulher tem o objetivo de buscar a autonomia financeira da usuária.
Com isso oferece cursos profissionalizantes, e se tornou o maior atrativo da
Casa. Os cursos mais procurados são: cabeleireiro, manicure, costura, tintura
em tecido e os de culinária. Desses mais desejados, a Casa oferece, hoje,
apenas os cursos de cabeleireiro, salgados e pizzas devido à alagação que
prejudicou a estrutura da Casa, impossibilitando aulas no local. Para
participar de um dos cursos é necessário realizar o cadastro inicial com a
assistente social, e esperar a abertura de vagas num curso disponível. A Casa
dá prioridade à mulher que sofre qualquer tipo de violência doméstica e/ou sofre
com baixa renda, pois há urgência maior no empoderamento da mesma, para que o
ciclo de violência seja cortado mais rapidamente[...]”(JOAZEIRO&SOUZA,
2015, P.19)
Além do trabalho realizado com as
atividades de fortalecimento e ajuda na montagem de empreendimentos das
mulheres, como forma de garantir sua entrada no mundo do trabalho e o ensino
que pode ajudar na sua autoestima e melhoria e resguardo do estado financeiro
próprio e o entorno familiar, que envolve os filhos e outros elementos do
cotidiano das famílias em situações de desemprego e escassez de oportunidades.
Somada
à vulnerabilidade socioeconômica encontrada em algumas famílias em risco de
conflito intrafamiliar, é explicito, o “cerceamento” dos desafios e amparo
insuficiente da comunidade, como também o conhecimento da existência de órgãos públicos no serviço da
conscientização e a importância do registro da denuncia, unidades protetivas e seguradoras do
atendimento psicológico acerca de questões voltadas ao direito da mulher,
processo do divórcio, identificação das formas de violência praticadas à
mulher, apoio da família e incentivo à integração e entre outras informações
disponibizadas nessas oficinas de palestra com as redes comunitárias e as
atividades ao público fornecido pelo CRAS.
As
oficinas de orientação ao público de atendimento do Centro de Referencia à
Mulher, contam com a colaboração de especialistas na área de Segurança Pública
e psicólogos e funcionários da Casa, constitui um ambiente amistoso de troca de
experiências com as mulheres acolhidas pela instituição ao passo que promove
rodas de conversa e abertura ao contato como o “público de fora”, são ainda
ferramentas de uso à compreensão da problemática da violação do corpo feminino
nos aspectos moral, físico, psicológica, patrimonial relacionado à sociedade
civil e grupos da comunidade local.
As
palestras ocorrem através de encontros anuais com a finalidade de sensibilizar
para a questão da violência e seus efeitos, como despertar aos ouvintes para
outras vias e possibilidades de expressão e a composição conjugal, buscando
ainda reflexão sobre o contexto em que há a banalização da violência. Esses
encontros permitem que os participantes criem um espaço de discursão e
esclarecimento voltadas à temática das consequências que o ciclo da violência
traz aos cônjuges e membros do núcleo familiar. Joazeiro&Souza (2015)
define bem o trabalho realizado que toma dianteira referente ao dialógo com a
comunidade, retratado na citação abaixo:
“As
Oficinas são palestras realizadas pelas funcionárias da Casa com intuito de
informar os direitos da mulher vítima de violência. Normalmente, essas
palestras ocorrem sem aviso prévio durante um curso na Casa ou em demais
localidades. Em alguns casos, as oficinas são agendadas. Os tópicos abordados
são: Lei Maria da Penha, Medidas Protetivas, Ciclo da Violência e questões de
gênero, com duração média de 20 a 30 minutos, com eventuais extensões para
esclarecimento de dúvidas e discussões. Os tópicos são aprofundados de modo
simples para fácil entendimento, pois na maior parte das vezes a população é
extremamente carente. A Lei Maria da Penha é descrita cautelosamente através de
slides. Os objetivos da lei são explicitados: “pôr fim à violência de gênero criando
mecanismos para evitar e combater a violência doméstica e familiar contra
mulher. ”. Nesse processo, ocorrem manifestações do público devido a
identificações com os exemplos apresentados.” (JOAZEIRO&SOUZA, 2015,
P.18-19).
Por fim, compreendemos o papel ativo
que esse órgão de assistência em realizar um efetivo de ações responsáveis por
programar uma abordagem conciliadora e possibilidades da habilitação da
condição cidadã da mulher e valorização dos seus direitos. Nesse
desenvolvimento agora ao papel da DEAM-Delegacia Especializada no Atendimento à
Mulher, localizada em Rio Branco, próximo ao Centro da região, com adição de
unidades ao longo dos setes regionais.
As DEAM's, Delegacias Especializadas de
Atendimento à Mulher, são unidades especializadas da Polícia Civil para
atendimento às mulheres em situação de violência. As atividades das DEAM's têm
caráter preventivo e repressivo, devendo realizar ações de prevenção, apuração,
investigação e enquadramento legal, as quais devem ser pautadas no respeito aos
direitos humanos e nos princípios do Estado Democrático de Direito. Com a
promulgação da Lei Maria da Penha, as DEAMs passam a desempenhar novas funções
que incluem, por exemplo, a expedição de medidas protetivas de urgência ao juiz
no prazo máximo de 48 horas.
O Departamento Policial, localizado em Rio
Branco, Acre, tem seu ano de criação datada em 1983, assim como outros órgãos
de assistência voltados ao acolhilmento e como diferencial relacionado ao
comando de requisições em proposituras de ação penal frente ao crime de
agressão, violação e conturbação de violência que estão previstos no Código
Penal. A maior parte da mobilidade de casos varia de classe social, mas
geralmente é discutido a existência de um quadro familiar problemático.
Durante
a pesquisa, observamos que a Delegacia, assim como na maior de suas alocações
em regiões ao longo do país, dispõe de uma infraestrutura média, com alguns
problemas estruturais referente ao sistema de climatização e o circuito
elétrico de lâmpadas e tomadas, contem um espaço lúdico feito às crianças
menores.
Em
existe um setor de triagem às mulheres, atendimento com apoio da assistência
social, espaço privado no registro de ocorrências, serviços de rede e
instauração do inquérito. O quadro de funcionários é constituído por agentes de
policia, majoritariamente, composta com mulheres, uma assistente social, dois
psicólogos, técnicos administrativos e pessoais responsáveis pela limpeza, em
especial, o acompanhamento da delegada e a coordenação na ouvidoria com amparo
legal da Lei Maria da Penha e medidas protetivas prescreve e as funções
delegadas pela instituição.
Silva
& Lacerda (2016), enquadra as funções realizadas dentro da instituição e as
dificuldades no acesso ao órgão, tanto na estrutura interna dos setores
responsáveis e a dinâmica dos papeis exercidos pelos funcionários, tendo isso
em vista, é percepetivel a verossimilhança que apresenta com a realidade
acreana:
“O
acesso a ambas as delegacias é difícil, uma vez que ficam localizadas em regiões
em que o transporte público é limitado, em áreas residenciais, distante de
outros Serviços da Rede, e faltam sinalizações que permitam às pessoas saberem
a localização exata das DEAMs. Dentre as dificuldades encontradas para a coleta
de dados, a maior delas foi o excesso de burocracia e hierarquia do serviço.
Para obter informações básicas, passamos por vários setores e fomos
encaminhadas a diferentes pessoas nas Delegacias, pois há uma definição muito
rígida das atividades que devem ser desempenhadas por cada setor interno:
cartório, delegada, sala de ocorrência, setor psicossocial;4 cada um tem seus
próprios afazeres e funções, o trabalho não é realizado de forma articulada, o
que gera a concentração de informações e provoca a morosidade no atendimento[...](SILVA&LACERDA,
2015, P.194)
O trabalho da DEAM, embora esteja
voltada a tomada de mecanismo de regime protetivo de interesse e as garantias
seguradoras do bem-estar de sua família e o seu entorno de convívio, também
trabalha no objeto de garantir o envolvimento da vitima e seu compromentimeo na
continuação do processo à queixa-crime feita na delegacia e combate ao desfecho
dos tramides das atividades invegativas, por motivos descritos ao longo da
Monografia, entre as quais se destacam, a esperança de mudança por parte do
agressor e a estabilidade da família formada, em adição, ao olhar de
resistência pelo corpo social do cotidiano quanto ao processo de divórico e
dissolução do casamento, nas atividades policiais busca-se a apuração de casos, onde existe um tipo de
deturpação da honra da vitima.
Nessa
etapa, os agentes assumem papel imporante na interlocução da vitima sob
responsabilidade de assegurar o sigilo e proteção á vitima, tendo como efeito
paussivel, a formação da denuncia em totalidade e a colocação dos meios
repreesivos contra o agressor, a qual constitui uma pequena parcela, quando se
levar em conta a enrome demandas e investigações a serem avaliadas.
É observável, a relevância da
colaboração de outros órgãos de apoio, como forma de garantir as capacidades de
empoderamento e habilitação da mulher à compreensão da gravidade da situação e
entre outros fatores, importantes à abertura do dialógoco dos agentes à vitima
e definição de estratégias à capacitação das medidas sob direcionamento dos juizados
especiais. Portanto, a importância treinamento fornecido aos funcionários da
área de Segurança Pública, em ênfase especial relacionado à área Policial Civil
no desenvolvimento da atividade policial referente ao atendimento da mulher.
Esclarecido, logo abaixo:
“No
processo de diálogo que se segue à queixa-denúncia, há sempre a oferta de
informações sobre o significado do ato de vir trazer uma denúncia à delegacia:
a queixa pode ser transformada em acusação de exercício de ato criminoso. Os
efeitos desta informação não dependem apenas do seu conteúdo, mas também da
forma de sua enunciação e entonação. Conforme sua enunciação, e não só seu
conteúdo, esta informação pode propiciar a transformação da queixa em registro
e posterior inquérito policial ou pode desencadear um momento do bloqueio da
queixa, e o registro não é feito.Aconselhamentos e encaminhamentos diversos
podem ou não ser feitos durante ou depois deste desfecho. Assim a interlocução
entre agentes e usuárias é um evento crítico que define o nascimento ou a morte
de um eventual processo de queixa-crime.” (MACHADO. 2002, P.09)
A Delegacia
Especializada no Atendimento à Mulher conta com apoio e capacitação de outras
instituições policiais como Policia Militar, Guarda Municipal e Corpo de
Bombeiros, não só para exercício das atividades e integração operacional com o
apoio do Judiciário, também é feito o levantamento de dados de pesquisas e
inferências estatística e a proposição de parâmetros atuantes para controle do
crescimento da violência. No ano de 2010, foi criado o documento “Norma Técnica
de Padronização: Das delegacias especializadas de atendimento às mulheres”, com o objetivo de aprimorar a atuação das delegacias
especializadas no âmbito da prevenção e da repressão aos crimes de violência
contra as mulheres.
A iniciativa do documento foi necessária também em
decorrência da promulgação da Lei Maria da Penha, que estabeleceu novas
atribuições às DEAMs, ela depois de 11 anos exerce bastante influencia na
reivindicação de ações no Brasil, e ao nosso Estado, tendo como exemplo maior,
o fortaleciomento das Medidas de Urgencia já prevista na Leí que coibiam o afastamento do agressor do lar, proibição
de contato e aproximação com a vítima, suspensão de visitas aos dependentes e
prestação de alimentos provisionais são exemplos das disposições trazidas nos
artigos 22, 23 e 24 da referida lei, que constituem o constituinte básico da
diretriz de prevenção e repressão, quando é imposto a prevenção da liberdade ao
agressor e afastamento do corpo social e o encaminhamento.
Nesse aspecto, é importante a ação do
Escrivão, Delegado e Agentes de Polícia, em conceder medidas protetivas, entra
elas realizadas aqui no Estado do Acre, está a montagem de visitas periódicas,
monitoramento da distancia cautelar que o agressor deve ter da vitima e a
prescrição dos relatórios frisando a importância da mulher prosseguir para
aproveito da comando de agentes das esferas de Defensoria do Estado.
Por último, a Delegacia tem o
comprometimento pela Educação e Cidadania, principalmente referente à montagem
de unidades com objetivo de enfatizar a população sobre a importância e
colaboração com outros órgãos, em adição, ao aprimoramento e especialização dos
profissionais da área de Segurança Pública referente ao cuidado com a vitima,
definições de estratégias para sua acomodação e proteção garantiam de uma rede
de apoio interna pelo setor de Assistência Social, entre outras funções
estabelecidas pela Norma Técnica, que são palco da ação social e alvo de
programas sociais e iniciativas do governo:
“[...]a)
Profissionalização - a modernização da Polícia Civil brasileira exige posturas
altamente profissionalizadas por técnicas de gestão e ação operativa, conforme
a legislação nacional e os tratados internacionais, particularmente no que se
refere ao respeito pelos direitos fundamentais do homem e da mulher; b)
Prevenção - embora a Polícia Civil não tenha, como a Polícia Militar, a função
de prevenção de caráter ostensivo, ela também abarca o sentido final de
prevenir o delito, seja por dissuasão, eficiência e eficácia do método
investigativo, seja pelo papel proativo de interlocução enfrentando a violencia
contra a mulher comunitária[...] c) Educação e Cidadania - Esta vocação social
recomenda franca abertura para os influxos da realidade social, especialmente
pela correta audição do público usuário, o que é premissa para a superação do
papel meramente reativo da atividade investigativa [...] d) Investigação - Por
fim, como a ação investigativa está intimamente inserida na dinâmica
interinstitucional do sistema de justiça criminal, deve-se estimular uma
relação de solidariedade ética e técnica entre as Polícias Civil, Militar e os
demais atores responsáveis.”(MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2010)
Outra instituição que
exerce a função fundamental na configuração de um espaço de convívio e
alojamento às mulheres em casos de saída voluntária ou forçada pelo agressor
com um projeto de incorporação das vitima de segurança e mediação para
proporcionar integridade ao gênero feminino por meio de um regime protetivo com
quadro mínimo de recursos humanos e casa abrigo no Estado do Acre, é chamado,
Casa Mãe da Mata, fundado em 2000, por apoio das entidades governamentais e o
novo plano de politicas públicas referente à vulnerabilidade do gênero contra
violência praticada por homens.
No
começo do ano, o governo da época, fomentou uma série de diretrizes, a qual os
órgãos de assistência, houve o planejamento de parâmetros e divisão dos
diferentes níveis de modalidade do enfrentamento à violência, entre a quais
destacaram a reabilitação da mulher, fortalecimento da medidas de segurança e
combate à qualquer importunação seja de origem física ou psicológica.
Nesse cenário, as
forma de combate á violência havia sido fortificadas,
a fim de construir atuação conjunta no enfrentamento a esse tipo de problema
com a Secretária de Cidadania e Assistência Social, era evidente a necessidade
da elaboração de um atendimento integral e construção de mecanismo de
desmembração dos ciclos da violência, as quais muitas são difíceis de erem
quebrada, devido a presença de uma gama fatores, tais como a dependência
financeira, ameaças às parentes, receio de perde a ligação com os filho.
Portanto, tornava-se cabível a criação de um projeto de acolhimento domiciliar,
relatado pela citação, logo abaixo:
“Em 1999, o
Governo do Acre
criou, no âmbito
da Secretaria de
Cidadania e Assistência
Social3, o Departamento de
Relações Sociais de
Gênero, nomeada posteriormente de
Gerência de Equidade de Gênero, com o objetivo de
promover e garantir a equidade de gênero nas áreas de cidadania e assistência
social, além da criação da
Secretaria Extraordinária da
Mulher do Governo
do Estado do
Acre. Na Gerência de Equidade de Gênero
priorizou-se três áreas
de atuação: saúde da mulher,
geração de emprego e
renda e combate
à violência contra
a mulher, e
nesta área, implementou
o projeto de
criação da Casa Abrigo Mãe da Mata,
representando a incorporação, pelo
Estado, de importante bandeira do Movimento Feminista. .” (PORTO, 2017,
Em
relação, ao funcionamento da instituição possuem um quadro técnico que
desenvolve as atividades relacionadas à assistência domiciliar, juntamente, com
a disponibilidade de refeições diárias, espaço recreativo e dormitório para a
família, em casos de fuga do núcleo familiar, entre o quantitativo, podemos
inferir filhos, sobrinhos e pessoas idosas. No complemento, são realizados
procedimentos terapêuticos e feitura das etapas de apoio psicossocial a serem
pautados, por exemplo, identificação parental e caracterização feminina, ao
passo que fornece uma forma de compreensão e expressão maior das angústias e
desafetos das vitimas.
O Ministério Público do Acre, desde a sua criação, vem
buscando manter uma rede de apoio às mulheres vítimas de violência doméstica,
para conhecer e consolidar os serviços. Esse modelo de casa de abrigo que faz
essa mobilização social da mulher ao seu empoderamento, apesar de inúmeras
dificuldades consta de um aparelho de acolhimento melhor, estruturalmente do
que outras instituições da região. Podemos destacar o material de apoio
psicológico e a intervenção psicológica existente, pelo fato, de haver um
quantitativo elevado de mulheres que sofrem de baixa autoestima , omado ao
adoecimento psicopatológico da família em rico de vulnerabilidade.
Por conseguinte, a unidade protetiva, está elencada nas
competências do Estado no dever de promover, em ênfase, politicas de saúde que efetuem
o acompanhamento da família em risco de conflito e atendida pela CAMM. A equipe
da Casa Mãe da Mata é composta por uma gerente administrativa, uma assitente
social, uma psicóloga e três educadoras que exercem atividade na regulamentação
da rede de parceiros da área social e médica com a atuação de postos de saúde e
a Defensória Pública.
Os
projetos de reinserção da mulher e a família em rico de violação intrafamiliar,
tem o objetivo de garantir um epaço domiciliar e buscam diferentes funções definidas pelas diretrizes dentre as
quais podemos destacar, a mobilização e organização do corpo ocial em quetão
com uma upervião clínica e iniciativa de integração de diversos espaços
existentes no local atrave participação
criativa do acolhido em um leque de opções que viiam melhorar o autoestima,
empoderamento e capacitação pcioemcoiona. Podemo dar como eemplo: a roda de convera, aletra com entidade do ervioço pciologia,
local de laer para a família, ala d leutra, todo ee erviçõe que nortemia ação
funcionário da Caa e orientadore da área de bem etalr e aude coletiva.
Essencialmente, o erviço de Picologia, tem ua relevância,
prinicpalmente ajuda as pessoas porque pode explicar por que as pessoas agem
daquela maneira. Com esse tipo de visão profissional, um psicólogo pode ajudar
as pessoas a melhorar sua tomada de decisão, gerenciamento de estresse e
comportamento com base na compreensão do comportamento passado para melhor
prever o comportamento futuro. Tudo isso pode ajudar as pessoas a terem uma
carreira mais bem-sucedida, melhores relacionamentos, mais autoconfiança e uma
comunicação geral melhor.
No que tange, a quetão da violência domética, é de uam
importância por devolver a condição picológic, embora na prática. Porto (008),
define a atribuições eignificiado nea nova propta de abordagem tinha contruida
no CAMM e inovação em parte por er valer do estabelecimento de encontros
de supervisão, no formato de intercontrole, do Serviço de Psicologia, logo
abaio:
“1.Apoio imediato às abrigadas. Esta atribuição
pressupõe que a intervenção psicológica deve ser emergencial para ser eficaz e
promover a resolução do caso [...]; 2. Suprir as necessidades psicológicas da
equipe. Com base na concepção socio-histórica da Psicologia e nos fundamentos
da psicologia institucional, essa atribuição foi considerada um duplo
equívoco[...]o trabalho de intervenção psicológica a essa mesma equipe e, por
isso mesmo, a intervenção teria como objetivo trabalhar a subjetividade no
sentido de restabelecer o equilíbrio emocional das mulheres abrigadas; 3.
Facilitar o processo de socialização equipe/abrigadas e intermediar as relações
interpessoais [...]; 4. Colaborar com os demais setores. Nesta atribuição fica
explícita a visão do psicólogo como aquele que pode “ajudar em tudo” e “resolver
os problemas” de todos.[...]”(PORTO, 2008, P.372)
De fato, o que foi
discutido, nesse capitulo
é referente a analise geral do histórico e desenvolvimento das formas de enfrentamento da violência doméstica, é interessante notamos que embora tenha havido um avanço significativo, ainda há muito ser feito e proposto, pois é evidente, que a violência doméstica presente proporciona um modelo de deturpação da ordem familiar
e conflitos nas relações conjugais, que afeta diretamente a configuração
das instituições sociais,
dado a importância da família, como a primeira unidade formadora da sociedade, em adição, à desvalorização e
a condição de subordinação
que a mulher enfrenta no corpo social brasileiro.
Todavia, de fato, a violência doméstica se destacar
melhor nas classes sociais baixas e minoritárias no acesso aos
serviços básicos, não podemos
esquecer que a violência está em toda organização estrutural da sociedade e aplicação da Lei da Maria. Apesar de esta em foco em todo projeto de reintegração da
mulher e valorização do empoderamento, existe percalços a serem
superados. Sob essa ótica, a educação assume papel de destaque, por livra-nos do olhar discriminatório que leva ao desprezo
da condição humana, cidadã presente no gênero feminino, perante os resquícios da legitimidade de um discurso, de decisão, de
um agente ou uma instituição, entretanto, as relações de força que originam a
violência simbólica, são desconhecidas.
Portanto, tais ações
e cumprimento de um plano de ação de combate à violência, expressando-se no
Programa Casa Mulher, DEAM e a Casa Mãe da Mata, localizada em Rio Branco-Acre,
representam um dever ao combate árduo e continuo dos vexames e atos de
degradação ao corpo social feminino e sua admoestação. Também é relevante, a
empreita em tornar possível a resolução de problemas inerentes no
relacionamento abusivo, equilíbrio da vida familiar e conjugalidade voltada ao
dever de entender o outro e vencer o ciclo do sofrimento da violência, tal como
a história da vida personagem Alex (Margaret
Qualley) e sua filha, há sempre uma esperança para vencer
o ciclo da violência e o sofrimento.
3.2.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Rio Branco-DEAM
Como base para o
texto a seguir, farem o uso de noticias um em recorte temporal do ano de
2018-2021, esse ultimo ano em, destaque, com os efeito indiretos pela crise
sanitária instaurada pela difusão da doença COVID-19, juntamente, com
entrevistas feita na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e a Casa
Roa Mulher, com funcionárias da área da administrativa, assistência,
e segurança das vitimas.
Primeiramente, abordaremos a DEAM, em
relação aos seus funcionários, utilizando para isso nomes fictícios nas
entrevista, afim de permitir o sigilo de informações. No que tange, a Delegacia
de Mulheres, encontramos um cotidiano, onde existem muitas mulheres policiais
que possuem contato direto com crimes de violência intrafamiliar, os
instrumentos e material de apoio para a ação dos profissionais na Delegacia,
entre as mais citadas por nossas entrevistas são a falta de policiais na
atuação da Delegacia e dificuldade na aplicação da lei.
Nesse aspecto, a Delegada-Coordenadora,
Elenice, 55 anos, com formação em Direito, defende que existe ainda muitas
dificuldades dentro da estrutura de funcionamento da instituição, durante nossa
pesquisa, vemos o sistema de iluminação com falha e a refrigeração nos ambiente
em um estado de relativa deterioração relacionado ao estado do ar-condicionado,
alguns com necessidade de vistoria técnica para realização de consertos e
ajuste no funcionamento das lâmpadas. Mas, em contrapartida, ela observa
inteiramente pela ineficiência de parâmetros de apoio eterno através de politicas
pública e sua aplicação com monitoria da assistência social da DEAM e
fortalecimento do trabalho de analise e tratamento dos casos de ocorrência de
delitos graves na colaboração da apreciação de representante da ordem judicial.
Tal como relatado abaixo:
“Nós
temos muita dificuldade com relação ao nosso efetivo, que é sempre inferior à
demanda. Então, nós precisávamos[...] Nossa maior carência é o efetivo que
fosse maior de forma que fosse possível atender as demandas com facilidade,
essa é nossa maior dificuldade[...]Nossa demanda é sempre muito altas
Ultimamente, nós não estamos tendo constação de crescimento no número de
inquéritos policiais instaurados na Delegacia, mas nós sabemos que existem
muito casos de violência que acabam chegando ao nosso conhecimento. Então, nós
sabemos que de fato o índice de violência doméstica é muito alto{...}E as
medidas de prevenção elas são extremamente necessárias para evitar que o crime
venha ocorrer. Então, a prevenção pode ocorrer com diversos órgãos do Estado e
precisa alcançar essas mulheres.”(Adriana, 55 anos)
Referente a aplicação da Lei Maria
da Penha, a partir no ano de 2013, houve uma guinada substancial no combate a violência
doméstica e redução de percentual, relatada por Adriana, isso se deve a partir
do vigor da Lei do Feminicido (Lei 13.104/15), o assassinato de mulheres por
serem mulheres. A lei considera feminícidio quando o assassinato envolve a
mulher em violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à
condição de mulher da vítima, sendo ressarcida pela existência de componentes
considerados adicionais no ato de transgressão com efeito da vias de fato.
Outro
fator que colaborou para tal queda da taxa de violência, encontra-se na
mobilização das campanhas publicitárias e a atividade desempenhada pelos
centros de referência de atendimento à mulher que visam trazer a
transformação social, mudando a realidade das mulheres, trazendo renda,
dignidade e uma nova oportunidade de vida, com o desenvolvimento de habilidades
necessárias para sua reabilitação.
A importância do trabalho realizado pela DEAM, contribuiu
muito para levantamento e inferem da taxa de redução e número de casos de
violência e agressão, que envolve ameaças, vias de fatos, lesões corporais e
crimes contra a honra. Em relação ao processo de requerimento das denuncias é a
busca de fatores geradores e acumuladores do conflito do homem e a mulher, em
completo, à instauração e expressão do fenômeno da transgressão verbal e
física, relacionado a isso a Delegacia objetiva, além da função repressiva e
legitimadora, busca antes de tudo, a função de conscientização em seus projetos
de exposição por meios das oficinas de palestra e trabalho de divulgação e
informação à sociedade, construindo, peça-chave para o desnivelamento e
eficiência no combate á violência. No trecho abaixo, a Delegada Adriana, relata
os fatore que promoveram a maior efetividade das ações de enfrentamento pela
DEAM e órgãos do Estado, em meados no ano de 2014 até os dias atuais:
“Apesar
de alto, o número de registros vem diminuindo a cada ano desde 2014, Bem no que
consta ao ano 2013, por exemplo, a especializada chegou fechar o ano com quase
4 mil inquéritos de crimes. Em 2019, em menos de sete meses, já tinham sido instaurados 1.038 casos aqui [...]Não podemos o apoio dado por centros de referência,
Polícia Militar e outros setores, até mesmo serviços de saúde, que recebe essa
mulher em situação de violência, tem ali uma equipe forte, fortalecida e bem
capacitada de prestar apoio ás mulheres, ajudou significtivaamente para essa
redução[...] (Adriana, 55 anos).
Apesar da significativa pauta dos órgãos
competentes quanto aos suas atuações especificas à confrontação dos atos de
violação ao gênero feminino, ainda temos o fator da violência muito presente
nas famílias no contexto do Acre, sustentado por uma série de adicionais, já
brevemente falados na Monografia, com o efeito das consequências negativas das
famílias, incluem em destaque o surgimento de doenças psíquicas, problemas
sexuais, introdução de vícios e dificuldades na criação dos filhos.
A presença dos componentes que agregam o
cenário intrafamiliar de persistência da violência, vem justamente pela
aparente falta do suporte informativo e instrução dadas às mulheres sobre sua
condição cidadã e importância do ato da denúncia tem sido elencados em vários
programas na esfera municipal, federal e estadual, referente à assistência
social e garantia dos serviços básicos, dentro dessa linha de raciocino, no ano
de 2021, frente ao crescimento alarmante dos casos de violência durante o
isolamento social permitido e a pretensão de uma inovação dentro da linha de
ação promovida pela rede de proteção à mulher com junção da DEAM, Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE-AC) e o
Tribunal de Justiça do Acre (TJAC).
A solenidade com a presença de
autoridades, acontecida no instantes do Palácio, em Rio Branco, tinha objetivo
de afirmar o comprometimento por intermédio da Segurança Pública na
qualificação de policiais militares e civis durante atendimento as ocorrências
e execução de rondas ostensivas e protetivas especializadas por meio da
Patrulha Maria da Penha, a qual é um programa da Polícia Militar do Acre que acompanha e
fiscaliza as medidas protetivas em defesa dos direitos das mulheres. Os
policiais orientam sobre os procedimentos que as vítimas de violência doméstica
devem tomar, se-fiscalizam os agressores estão cumprindo as medidas impostas
pela Justiça e fiscalização do cumprimento do regimento das medidas de
afastamento do agressor.
Em destaque, no trecho a seguir pela
noticia:
“Criada
em 2019, a Patrulha Maria da Penha é composta por policiais militares
capacitados para atender mulheres com medida protetiva deferida pela Justiça
como forma de prevenção do crime de feminicídio. O acionamento da equipe da
Patrulha Maria da Penha é feito pelo aplicativo Botão da Vida. Por enquanto, o
serviço está disponível somente em Rio Branco[..] Já o aplicativo Botão da Vida é um projeto
inovador e está inserido na área de políticas públicas para mulheres na gestão
Gladson Cameli. Utilizado para a aplicação da lei, em caso de descumprimento
das medidas protetivas, o Botão da Vida é um produto genuinamente acreano em
que ao ser acionado, aparece, imediatamente, o pedido de socorro na tela do
Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), e no perfil do
policial o cadastro da Patrulha Maria da Penha, a foto do agressor, a foto da
vítima, a geolocalização e os dados do processo, https://agencia.ac.gov.br/nos-14-anos-da-lei-maria-da-penha-governo-e-instituicoes-se-unem-no-combate-a-violencia-domestica-contra-a-mulher/ Acessado em_ __ _
Quando
perguntada Porque cresce a violência contra mulher na DEAM-Rio Branco, e se
cresce quais são as alternativas conciliadoras e preventivas que poderiam ser
aplicadas em outros órgãos do estado? Adriana, ressaltou que existe uma
colaboração de grande empenho das instituições seja em permitir a inserção
profissional, promoção da cidadania, acesso ao serviço básicos de atendimento à
saúde mental e física, entre outros, mas lembra a necedade de investimentos em
campanhas e vinculação do apoio de canal de comunicação e aprimoramento no
sistema integrado de prevenção da
violência contra a mulher. Segundo conta, logo abaixo:
“Então, há importância muito grande das outras instituições que atuam
na prevenção, como a polícia milita, como os centros de referência, né. Todos
esses órgãos deveria ter melhores condições de trabalho e efetivo maior[...]De
forma a se aproxima mesmo dessas mulheres e o que acontece é que a mulher só
recorre, só venha na Delegacia pedir ajuda[...] Após, ser vitimada, depoi
muitos e muitos anos, porque ela não foi alcançada pelos órgãos de prevenção e
então o que precisamos de apoio, um veiculo de comunicação e inteivo no
trabalho de divulgação do material de apoio publicitário, né, é isso mesmo que
esses órgãos, centros de referência, Polícia Militar e outros setores, até
mesmo serviços de saúde, que recebe essa mulher em situação de violência.”
(Adriana, 55 anos)
No
interim do desenvolvimento das entrevistas, perguntamos como é desenvolvimento
do processo de mediação entre as partes dentro da relação conjugal e a
afirmação de uma diretriz jurídica, voltada à reconciliação do casal e
diminuição do risco de agravamento do sentimento de depreciação e raiva que
acaba impedindo o processo de busca pelo equilíbrio entre as parte, somado à
uma nova forma de repensar, descontruir e conscientizar acerca das intempéries
e risco de confronto intrafamiliar, em alguns casos, tendo como efeito,
diferentes tipos de violação à integridade do equilíbrio familiar.
A Delegacia Especializada possui um
espaço fechado, onde acontecem os encontros do agressor/vitima, o intermédio da
mediação do diálogo, visa retirar possíveis resistências e impedimentos das
declarações e falas do casal, tendo essa etapa concluída, é função di mediador,
leva o dialogo para um espaço de entendimento e compreensão por ambas partes
das dimensões causadas ao entorno familiar e quanto a i, buscando elencar o
principio da culpalidade, principio da proporcionalidade e a dignidade humana.
Entretanto, é fato que a unidade de
mediação implantada apresenta entre traves na sua função. De acordo, com
Adriana, o processo de dialogo, muitas vezes é feita sob tutela e mediação dos
próprios funcionários, certamente, não especializados o suficiente na
responsabilidade de uma intervenção psicológica suficiente . Tal qual, que a
mesma relatou que a maioria das ocorrências nos casos, onde não há perpetuação
assídua do ciclo de agressão, são ouvidas pela Coordenação-Geral da Delegacia,
contanto com a atividade de uma escrivã policial.
Pois a instituição apresenta somente uma psicóloga e uma
assistência social, que é insuficiente frente às demandas e as dificuldades do
trabalho da ouvidoria de denuncia e a efetivação de uma ação profunda na
analise e investigação dos fatos pertinentes ao fato de agressão ou deturpação
de ordem contra a mulher.
Diante disso, a prática da
reconciliação por meio da transferência de relatos e configuração de uma rede
de intercambio entre os cônjuges e
facilitação da abertura dos fatos da memórias, recordação e opiniões sobre os
motivos que levarem ,é uma atividade essencialmente clinica, a transferência é
um instrumento clinico capaz de revelar conflitos e impasses do casal, também
pode revelar a origem da violência. Os relatos de pacientes, experiências de
trabalho e implicações do método de analise psicológica em associação ao
serviço social e jurídico exercido nessa prática, tem mostrado resultados
bastante satisfatórios.
Portanto, um olhar mais atento pelo Estado
para essa estratégia de intervenção, é vital caso queira assinar uma assinatura
eficaz de controle dos índices e estratégias inovadoras frente a escassez da
atuação das instituições normativas. A superação das resistências é a parte do trabalho que exige mais tempo
e maior esforço.
A
fala da Delegada Adriana abaixo, fomenta a importância do espaço de dialogo na
Delegacia e politicas públicas:
“[...]já
temos o grupo responsável pela ressocialização do casal, é montado por nós
mesmo e alguns estudantes estagiários do serviço social e direito, mas são
temporário, né, existe uma demanda do quadro de profissionais da área de
mediação consciência e pensamentos renováveis, que ´exatamente uma roda de
conversa[...] É uma medida deles (presos), que eles participem, é porque agora
faltou o nome(Mediação) masé u grupo da
DEAM [...]., a qual (agressores) eles pagam a medidas deles dessa forma,
reflexiva Eu não consigo te fala um percentual da ressocialização, de uma
renovação e restauração do casal, porque eu não tenho essa informação, mas eu
consigo te dizer que ela existe, ela está cada vez no TJ, Tribunal de Justiça
em Rio Branco, juntamente com os esforços da desembargadora Evely Evangelista e
entre outros.” (Adriana, 55 anos)
Partiremos, agora ao depoimento da
Agente de Policia, Jaqueline, 41 anos, formada em História, ela disse que
trabalha na Instituição, há 9 anos, e diz ter convivido com as dificuldades do
trabalho e o estresse dentro do ambiente de atendimento. Embora, possa sofrer
consequências que implicam na vida social e intima. Ela admite que apesar do
cotidiano ser estressante, para ela um “pouco de estresse”, não faz mal em
excesso para dar mais sentido às nossas ações e atividades relacionada à
Instituição.
Ela defende que o Estado tem
investido muito em programas externos à prevenção e combate à violência
doméstica, esquecendo de fornecer o amparo suficiente de forma a colaborar com
maior eficiência nos cargos dos funcionários são atribuídos no DEAM, muitas
vezes, necessitando de uma divisão maior das tarefas a serem cumpridas pelas
equipes de agentes de policia e fortalecimento do quadro de suporte
administrativo e equipamentos, como (computadores, câmeras de segurança e
etc...), juntamente, com as iniciativas no oferecimento de cursos técnicos,
qualificação profissional e certames público para contrato de novos
funcionários.
No
prosseguir da entrevista, Jaqueline, lembrou que o Acre, por ser um Estado de
difícil acesso e dependência quase inteiramente das verbas pública vinda da
bancada federal, acaba prejudicando o financiamento e inserção de novas
propostas de intervenção, descrito, logo abaixo:
“Eu
me chamo Jaqueline, tenho 33anos, atuo
de frente com a violência doméstica, e
posso dizer que é estressante e cheio de dificuldades[...] Mas acredito, faz
até bom, traz o animo e vigor[...] Apesar das dversidades da vida de policial
já, principalmente na DEAM, também vejo
bastante carência de olhar para dentro da Instuiçãoão, nós precisávamos, é
maior garantia de segurança e força para nos ajudar com a infraestrutura e
apoio a formação de especialização da gente aqui, acho que uma equipe de
acompanhamento dos policias e garantias de alguns serviços[...] Nossa maior
carência é o efetivo que fosse maior de forma que fosse possível atender as
demandas com facilidade[...]” (Jaqueline, 33 anos)
De fato, a vida policial na DEAM,
descrita por Jaqueline, é o constate enfrentamento da violência com o
fornecimento das medidas protetivas às vitimas, mas quando chegamos vemos um
quadro de policiais de mulheres majoritariamente maior do que os homens. Certamente,
para possibilitar um ambiente acolhedor na chegada da vitima de violência para
o procedimento de registros de ocorrências, tipificação, classificação de risco
e a montagem da monitoria de defesa da mulher.
Aqui em Rio Branco, relaciona isso, é composto
também por visitas periódicas de policias militares por intermédio do Programa
Patrulha Maria da Penha e Unidades Moveis de Atendimento às mulheres com algum
tipo de registro de denúncia ou queixa-crime. Diante disso, dentro dos
procedimentos técnicos realizados pela DEAM, é observável a facilidade das
agentes mulheres em trabalharem na interlocução com vitima e levar ao seu
conhecimento a disponibilidade de serviços a favor de sua integridade civil,
sendo peça-chave para abordagens de ação e prevenção da mulher contra o
agressor.
Ao
que foi exposto, garantir o bem-estar do policial com a oferta de tratamento
psicólogo e valorização do currículo dentro da carreira representa uma forma de
repensar a construção de aparelho interno dentro da Unidade especializada de
Policia Civil, em complemento, com o estabelecimento dos serviços de saúde,
serviço social e agente público dos juizados especiais na Delegacia
Especializada para uso garantido das mulheres.
Pois essa vocação social dada às mulheres, e
claro somente, mas totó corpo de
funcionários que trabalham na DEAM, comentada por Jaqueline, devem ser
investida, para que haja a efetivação plena de controle do retrato da violência
doméstica. Assim o papel da ação policial dentro do contato desse tipo de
violência deve abranger a superação do papel reativo da atividade
investigativa, rompimento dos estigma aos segmentos sociais mais pobres e a
franca abertura para influxos da realidade em entorno.
Na
qualidade de instituição normativa, deve incorporar mudanças na orientação do
suporte administrativo e a infraestrutura, somado os equipamentos de uso da
unidade especializada, frente ao desafio da adequação de sua atuação de
prevenir, registrar, investigar e reprimir os atos ou condutas baseadas no
gênero que se configurem em infrações penais contra a mulher. Tal como consta
dentro do trecho da entrevista, logo abaixo:
“Bem[..]
É necessário, sim, um investimento maior para nós, porque trabalhamos direto
com a vitima, alguns não possuem especialização e qualificação o suficiente,
pois a maior parte venho de transferência de regional para outra g[...] a maior
dos agentes não gostam de trabalhar muito aqui, pois não existe um projeto de
atendimento psicológico e outros benefícios de outras delegacias , claro para
vitima também , mas assumimos o compromisso de estar ao lado dela, por isso,
precisamos estar apto às exigências do trabalho. Talvez cursos ou alguma coisa
do tipo. De forma a se aproxima mesmo dessas mulheres[...]” (Jaqueline, 33
anos)
Dentro
desse âmbito, no ano de 2020, o governo do Acre, assumiu um compromisso da
convocação de novos funcionários da reserva da PC(Policia Civil)i e PM(Policia
Militar), além de fornecer cursos de capacitação, entre quais se destacam:
Curso Operacional Integrado; Oficinas de Sobrevivência Policial;
Curso de Gerenciamento de Crises – Sejusp; Curso de APH em Combate
– Protocolo Marc 1 – Nível Operador – Seopi;II Curso de
Contramedidas – Seopi – Sejusp e o estabelcimento das salas de oferta de
serviços relacionado à à manutenção da saúde mental e física. No DEAM, embora
ineficiente em uma politica de capacitação psicológica e adaptação ao trabalho
com associação junto ao atendimento no Centro
Integrado de Apoio Biopsicossocial, caso queira maior aproveitamento das
atividades de proteção à vitima de violência doméstica e construção de novas
abordagens.
Pois
é sabido que independente do tipo de violência e a qual grupo é imposta,
juntamente, com a caracterização das circunstancias diversas e fatores que
proporcionam o retrato da violência, ela tende a ser de menor potencial
destrutivo e controle por órgãos específicos do Estado, ligado a Segurança
Pública, refletido pelo desenvolvimento do trabalho exercido pelo policial,
ajudando no reconhecimento das suas funções, valorização própria e maior
alcance no ajuda e defesa das mulheres vitimas de violência. Pois a redução de índices de violência está diretamente
ligado às capacitações.
Segundo o trecho da noticia vinculada ao site do Governo retrata as atividades
e cursos ofertados pela SEJUSP nas cidades de Rio Branco e Cruzeiro do Su,
desde o inicio de 2019 até o fechamento em Dezembro de 2021:
“Somente no presente exercício, a
Sejusp alcançou a expressiva marca de 1.708 profissionais capacitados,
contemplando todas as Forças que integram o Sistema Integrado de Segurança
Pública (SISP), com os mais diversos conteúdos de conhecimento[...]Para o
secretário Paulo Cézar Rocha dos Santos (Sejusp), que prestigiou, na última
terça-feira, 14, as atividades do workshop, na cidade de Cruzeiro do Sul, “as
constantes quedas dos índices de violência no estado estão diretamente ligada a
capacitação dadas aos policila e seu preparo para lidar situações complexase a
exigência não só da preparação psiqicoa, mas a de trabalho, desde o início da
gestão do governador Gladson Cameli,”https://agencia.ac.gov.br/capacitacoes-ofertadas-pelo-estado-contemplam-1-708-profissionais-da-seguranca-publica-do-acre-em-2021 Acessado em
Por
fim, é perceptível a relevância que a Delegacia Especializada no Atendimento à
Mulher (DEAM), possui denro do seu plano de ação voltado à prevenção de caráter
ostensivo, ela também abarca o sentido final de prevenir o delito, seja por
dissuasão, eficiência e eficácia do método investigativo, seja pelo papel
proativo da interlocução. Nesse contexto, insere a importância de uma rede da
DEAM ligada a comunidade, também desempenha uma função pedagógica, atuando como
educadora para a cidadania, na media que informa a comunidade sobre técnicas,
procedimentos e atitudes que resultam na efetiva prevenção ao crime.
É
discutível também, a composição das equipes de controle formada por agentes
policiais que trabalham na execução de ações coercitivas e investigas, em caso
de aproveito ilícito das atividades ou violação da integridade física, moral,
patrimonial da mulher, sendo infelizmente muito fraca frente à demanda de novos
servidores na supervisão e atividades relacionados ao atendimento da vitima,
defesa nos conflitos intrafamiliares e a oferta de informações adicionais sobre
o procedimento no inquérito policial.
Somado
as dificuldades da vida policial e trabalho direito com essa violência, sendo
necessárias ações de valorização do trabalho, capacitação técnica, qualificação
técnica e amparo com avaliação diagnóstica e cuidado com a saúde psíquica e
controle emocional, de formar a fornecer os meios necessários para um melhor
desempenho na atividade com contato com à vitima de violência.
Relacionado
ao trabalho de reconciliação e mediação dos conflitos entre a vitima e o
agressor, há ainda uma precariedade no número pequeno de funcionário
direcionados somente e reesposáveis
supervisão psicológica, como fonte de apoio, nos casos de resistências,
negação, omissão, deturpação dos fatos presentes nos diálogos. Tendo como
resultado, situações difíceis de impasses sem solução conjugal e a dissolução
de grande parte do aparelho ressocializador na Delegacia, devido a falta de
procedimentos técnicos, funcionários especializados, intercontrole ressarcido
por amparo de servidores da área de Psicologia, Direito e Serviço Social.
Diante disso, do que foi
discutido a justiça restaurativa no contexto legal e ministrado pela DEAM,
em tese, pode ser um meio eficaz no combate violência doméstica contra a mulher
por apresentar respostas mais eficazes e específicas para esses casos.
Porém, é bastante pertinente a ausência
de experiências com amparo completo do quadro técnico na mediação, dificuldades
da montagem do novo paradigma, visto que requer estudos prévios e a verificação
da satisfação das vítimas e dos ofensores, tendo só agora alguma visibilidade
prática, mas não conclusiva, com a aprovação da Lei 13.984 de 2020, que define
a frequência do agressor a centros de reeducação e de reabilitação,
acompanhamento profissional. Todavia, é evidente o crescimento da perspectiva
da justiça reconciliatória, onde tem sido implantada no contexto do grupo
responsável pela ressocialização montada na DEAM.
3.3 A atuação da Casa Rosa Mulher como
instrumento de resistência e apoio às vítimas de violência
Dentro da mesma linha de estruturação do capitulo
anterior, fazeremos uso de alguns relatos de trabalhadores na Casa Rosa Mulher
e noticias sobre as ações do centro de referência para enfrentamento da
violência doméstica e geração de politicas públicas. Na Casa, observamos um
ambiente propicio à feitura das entrevistas, a equipe que nos atendeu foi bem
respeitosa conosco, lá existe uma sala de triagem, atendimento e a
coordenadoria-responsável pelos projetos de intervenção, a qual a mulher em
busca dos seus direitos, passa por uma avaliação do estado psíquico e é
fornecida informações sobre a garantia do acesso da disponibilidade do serviço
jurídico, psicológico e assistencial. Também optamos pelo uso de nomes
fictícios por motivos de segurança.
Na entrevista, que fizemos dentro da unidade,
Kelen, 48 anos, gerente de Departamento de
Políticas para as Mulheres, primeiramente, fala sobre a condição de existência
da Casa Mulher e o trabalhos realizados e pioneirismo dentro da Cidade de Rio
Branco, com programas que visam as condições necessárias para o empoderamento,
como forma de resistência aos atos de infração e violência exacerbada contra a
mulher, que vitima e trazendo à sua condição de subordinação e o sofrimento
pedante na sua via.
Desse modo, a Casa Rosa Mulher, por possui atividades de recuperação
da autoestima, autonomia e tratamento psicológico, fornecem ferramentas
essenciais para sua saída do ciclo da violência. Tal como abordado no trecho da
entrevista, logo abaixo:
“Então,
a Casa Rosa Mulher, é um centro de referência de apoio à vitima de Violência
doméstica e familiar, [Idem], a Casa Rosa Mulher é responsável por trazer apoio
às mulheres, vitimas de violência em Rio Branco. A Casa funciona desde 2002,
porém com a mudança da gestão, eu estou aqui há 11 meses, desde Janeiro, nos
desenvolvemos um trabalho psicológico, é [...], são técnicas: psicóloga,
advogada e assistência social, também
fazemos cursos profissionalizantes[...]Casa da Mulher trabalha como eu
bem disse de técnico, ressocialização das mulheres inseridas no mercado de
trabalho e resgate da autoestima e por ai vai, o DEAM tem eu papel, o TJ
também[...] seja no empoderamento e cumprimento da Lei Maria Penha.”(Kelen, 43
anos)
No que tange, aos projetos
desenvolvidos, todos objetivam sempre a busca do empoderamento feminino e luta
por vida sem sofrimento e uma condição digna para sua valorização própria e
reabilitação da mulher. O empoderamento é ferramenta que incluem a partir de
ferramentas motivadoras para o empenho da mulher na saída nas relações de
conflito intrafamiliar. A equipe montada na Casa no atendimento busca a acima
de tudo gera a autoconfiança e estimulo ao os cuidados próprios e um olhar
sobre si, sem a indiferença, mas sim o amor próprio. O trabalho do primeiro
acolhimento psicológico da vitima recém-chegada ao centro de referência, busca
fazer um histórico do quadro familiar, profissão, idade e quanto tempo está sob
condição de violência.
Depois de terminada a etapa de
reconhecimento segue a ativação dos mecanismos de defesa e serviços básicos em
prol da sua integridade civil, entre a atuação fundamental da assistência
social no amparo legal e apreciação das atividades, entre os quais se destacam a execução de planos e o cadastramento
de programas e projetos municipais e estaduais para viabilizar os direitos da
população de mulheres em risco de e seu acesso às políticas sociais, como a
saúde, a educação, a habitação, a assistência
social e a cultura.
Kelen, lembra que a qualidade maior do
empoderamento feminino está representada por uma maior expressão da mulher,
caso haja um desajuste dentro da relação conjugal e em capacitar a mulher a
sair do ciclo da violência sem a presença de qualquer tipo de resistência que
leva a mulher a desistir do procedimento da denuncia e finalização da relação
abusiva, entre os motivos já mencionados na monografia, evidencia-se: falta de
condições socioeconômicas para viver sem o companheiro, preocupação com cuidado
com os filhos e entre outros fatores. Segundo consta no trecho da entrevista:
“ [...] a importância da mulher está sempre
empoderada. Então, esse é nosso papel para essas mulheres, apresentar para
essas mulheres o direito que elas tem como mulher[...] Assim, fazendo que elas
se empoderem e não se tornem vitimas da violência doméstica ou familiar que
acontece [...]A assistência social é muito porque incluem nos projetos da Casa
Rosa, objetivam a saída da relação abusiva e a constnate independência e
empoderamento ao agressor, seja física, moral e financeira[...]” (Kelen, 48
anos)
Tais atividades responsáveis pelo
empoderamento feminino, podem ser dividas pela área que atuam na
ressocialização da mulher, entre quais podemos mencionar o suporte psicológico
e o empreendorismo social. Nos últimos anos, principalmente no ano de 2021 e o
isolamento social, houve suspensão das atividades do centro de referencia, que
prejudicou bastante a ampliação das ações dos projetos de empregabilidade e
tratamento psicológico.
Porém com apoio do Governo do Acre e junção da
colaboração do Departamento de Empreendedorismo, Negócios e
Eventos, da Secretária Estadual de Empreendorismo e Turismo e o Programa Casa
Rosa Mulher, conseguiram efetuar pela primeira vez no Estado, a criação da
primeira feira de Empreendorismo Feminino com o quadro de mulheres atendidas
pelos cursos ofertados pela unidade na comercialização de comidas típicas,
artesanato e roupas com barracas montadas nos arredores da Loja Colaborativa
Universo 68.
Nesse
âmbito, a participação coletiva das mulheres nessas iniciativas busca
demonstrar a importância da força feminina no trabalho, que embora muito
desvalorizado no mercado de trabalho, representa uma posição significativa na
renda mensal de muitas familiares, segundo dados do Instituto Brasileiro
Geográfico e Estatístico nos arranjos familiares monoparentais, ou seja único provedor, não podemos que uma
contribuição econômica da mulher.
Em
contribuição, a inserção de empreendimentos pelo gênero feminino, apresenta uma
alternativa eficiente como forma de trazer ao seu cônjuge com conflito intrafamiliar,
um processo de reflexão e uma reavaliação da sua conduta, muitas vezes
distorcida e preconceito contra a mulher dentro do mercado de trabalho. Na
noticia abaixo, retirada da Matéria do G1/Globo, Acre, observamos a
concretização do empoderamento feminino através da participação empreendedora da mulher.
“A
ideia da ação, que também contará com a venda de artigos para decoração,
comidas e peças de artesanato, é de incentivar as mulheres que são assistidas
pelo Centro de Referência para Mulheres em Situação de Violência a produzirem
para vender e ter a própria renda, além de promover o acolhimento e a
valorização dos talentos de cada uma. A diretora de Direitos Humanos da SASDH
Rila Freze informou que a Feira é “uma forma de Promover e Fortalecer às Políticas
Públicas em Combate a Violência Contra às Mulheres, é promover a dignidade
humana às mulheres assistidas pela Casa Rosa Mulher, faz parte do atendimento
emponderar e sobretudo mostrar que são capazes de sair do ciclo de violência
doméstica por meio do empreendedorismo vendendo seus próprios produtos que
fazem no seu cotidianofamiliar[...]”< https://contilnetnoticias.com.br/2021/11/feira-de-empreendedorismo-com-mulheres-vitimas-de-violencia-acontece-nesta-sexta-em-rio-branco/>
O serviço de suporte psicológico ofertado pela unidade
visa garantir maior visibilidade e consciência do problema vivido, muitas vezes
amenizado pela própria vitima, como uma forma de acreditar na mudança do
marido. A intervenção da frente de ´psicólogos, mostra as angorás do ciclo
geracional da violência que permeia dentro das relações conjugais nas
atividades feito pelo quadro de atuação psicológica que trabalha com o diálogo
com a vitima, mas também pode trabalhar com rodas de conversas com apoiadas pela
Casa Rosa Mulher. Em especial, existe um trabalho de informação e oficinas de
palestras feitas anualmente com apoio de outros órgãos de assistência, como a
DEAM, por exemplo, fornecida pela comunidade, geralmente os encontros das
oficinas se localizam nas proximidades do Bairro Cidade Nova, localizado em Rio
Branco-Acre.
Depois de entrevistamos Cristina, ela nos orientou à
outro setor responsável pela resistência da mulher e empoderamento, a qual
tivemos a oportunidade de falamos com Lediane, funcionária há 4 anos no centro
de referência, 37 anos, formada em Serviço Social, é umas das pessoas
responsável pelo atendimento na transferência do setor de triagem e atividades
relacionadas ao acompanhamento psicológico.
O
contato com o psicólogo e o paciente, assim como a relação do policial e a
vitima, busca criar um canal de transferência do sofrimento, memórias do
passado e fatos vividos, o importante é que a vitima esteja confortada o máximo
possível e informada do sigilo individual, aumentando a probabilidade de uma
declaração comprometida com a realidade e o desenvolvimento de tarefas feitas
pelo analista com a mulher, entre as quais mencionadas por Lediane, estão à
medicação e diagnostico avaliativo do estado mental da mulher, muitas vezes
atordoado pela pressão e sofrimento avído pelo convívio da coesão psicológica e
agressão física acometida pelo marido.
Em continuação, concluída a etapa de atendimento
individual, ela é movida ao atendimento coletivo, com outras mulheres atendidas
pela instituição, onde a equipe de psicólogos e assistentes sociais
responsávejz pela construção das tarefas a serem trabalhadas com elas, com o
objetivo de trazer a sensação de apoio e aumento da autoestima, juntamente, ao
estimulo de continuação dentro de projeto de intervenção contra a violência e
qualquer que aflija o corpo social feminino.
A criação dos grupos de troca de experiência é
vital para integração da mulher no regime de conscientização da importância de
preservação dos seus direitos, a funcionária lembrou que as atividades de
palestras e monitorias com ouvidorias especializadas à mulheres no
reconhecimento das formas de violência e informação sobre os serviços e
benefícios garantidos à mulheres que estejam com cadastro no centro de
referência, não só ao publico, mas toda a sociedade. Pois, é a desconstrução
social e retirada do olhar de inferiorização sob a mulher e o trabalho de
serviços de cuidado e valorização da mulher, torna a Casa Rosa da Mulher, um
diferencial no enfrentamento relacionado ao contexto rio-branquese. Tal como
relatado, logo abaixo:
“Com a
vinda da vitima e as monitorias feitas com os psicólogos a favor dela, que tem
uma anlisee investigativa da sua vida familiar e rivada nos transferimos ao grupo de conscientização e pensamentos renováveis, que
é exatamente uma roda de conversa e palestras feita por nós da Casa, para
mostra a visibilidade e valorização da condição mulher [...] É uma medida
delas, e motivar elas a participarem[...] Fazemos um trabalho por meio de
oficinas de palestras na desconstrução
social, a desconstrução cultural, trabalhamos as politicas públicas dentro de
bairros periféricos, politicas públicas dentro das empresas privadas, trabalhar
com politicas públicas de conscientização e a destruição da imagem que lugar da
mulher é no tanque e no fogão, lugar de mulher, é onde ela quiser.” (Lediane,
37 anos)
Nesse aspecto, é bastante evidente o
comprometimento da instituição ao longo dos anos em favorecer o poder feminino
e combate ao comportamento de inferiorizar as mulheres, pois conforme Chauí
(1985), a violência contra as mulheres resulta de uma ideologia que define a
condição “feminina” como inferior à condição “masculina”. Assim, busca acima de
tudo, que diverge de outros órgãos do estado, uma mobilização maior do discurso
feminista que traz um imperativo de mudança na comunidade local, principalmente
quando se elenca uma função educativa através dessas formas de atuação
responsável pela independência financeira da mulher e quebra da sua condição ao
marido agressor ou no suporte assistencial voltado ao quadro pscologico da
mulheres e resistências quanto ao ato da queixa-crime e procedimentos legais
relacionado ao ato de transgressão contra ela.
Mas, como levantado por Lediane, a
Casa Rosa Mulher, não luta pela superioridade da mulher em relação ao homem,
mas pelo principio da equidade e na possibilidade na construção de uma
sociedade igualitária e comprometida aos ideais de valorização do ser mulher,
enquanto mulher e uma apropriação de que é possível gerar uma conjugalidade que
fortalece a relação de forma mutua, não só no aspecto material, mas tudo que
engloba o casamento na atualidade e uma sociedade que luta pela garantias do
ser humano, seja mulher ou homem. Tal como consta:
“[...]O Movimento
Feminista está aberto à todos, existem Movimentos Feministas Extremistas que na
minha opinião, enquanto pessoa e mulher, existe movimentos de mulheres
extremistas que eu não faço parte, eu faço parte e a Casa, também, do movimento
de pessoas que luta pela equidade, não ser acima do homem, eu acredito que os
direitos humanos, quando ele fala direitos humanos, quando ele é constituído,.
Humano não se distingue de ser homem ou ser mulher, então é uma lei igualitária[...]E é dever das mulheres empoderadas também para desconstruir
essa fala machista, que vivemos constantemente entre homens e mulheres[...] E
quando forma essa parte do ganhar pão, muitos homens pensam que a mulher não
pode somar. Na verdade, as mulheres somam com os homens, desde que tenha a
desconstrução das culturas que nós sabemos e das falas machistas, a educação é
o que desconstrói [...]”(Lediane, 37 anos)
Em relação às ações do Governo do Acre, a Secretária de
Assistência Social, dos Direitos Humanos e Políticas Públicas para as mulheres
(SEASDHM) com apoio de instituições civis e filantrópicas, entre elas grupo
técnico do Programa Casa Mulher, junto com a parceria de diversas outras
instituições, como o Tribunal de Justiça do Acre, OAB do Acre e a Santa Casa,
desde 2018, vem realizando a disponibilidade de serviços no mês do Outubro
Rosa, na Cidade do Povo, localizada na capital acreana entre as atividades
realizadas na versão do ano de 2021, esteve a: orientação jurídica, assistência
psicológica, procedimentos terapêuticos com uso de salas para realização do
analise-diagnóstica do estado metal, exames médicos e palestras sobre o
empreendorismo e combate à violência, também se destacou o aconselhamento
pastoral e religiosas de cunho ecumênico. Segundo relata a matéria da Agencia
do Governo do Acre:
“[...]A
Santa Casa realizou atendimentos de saúde, aferindo pressão e hemogramas, além
de dar conselhos e encaminhamentos necessários para as mulheres e crianças da
comunidade. A instituição se declarou à disposição para realizar mais parcerias
como essa no futuro, beneficiando os moradores de Rio Branco. Já a
Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e
Familiar do Tribunal de Justiça do Acre distribuiu folders com informações de
serviços jurídicos que auxiliam a população. Também foi disponibilizada a
psicóloga Eunice Carvalho Guerra, que no local da ação, realizou procedimentos
de auriculoterapia, uma terapia de microssistema, pouco invasiva que traz
inúmeros benefícios para a saúde e pode ser feita com sementes, cristais ou
agulhas[...]”https://agencia.ac.gov.br/mulheres-da-cidade-do-povo-participam-de-atividades-em-comemoracao-ao-outubro-rosa/
Por fim,
o cumprimento dessas atividades representa um avanço significativo e
conhecimento maior de informações dadas às mulheres, diante disso, é observável
a relevância da atuação das entidades governamentais e municipais, quanto a
organização de eventos desse tipo como uma forma de demonstrar o poder público
em produzir ferramenta para inclusão das mulheres, como também o aprimoramento
do setor de serviços às mulheres e as demandas comuns a cada um deles.
Sob essa
visão, visamos empreitar que as unidades de referencia da violência
intrafamiliar e doméstica, necessitar em criar condições favoráveis à possíveis
reconciliações conjugais com um reforço do quadro de servidores especializados
na Psicologia e Serviço Social, mesmo sabendo que a Casa Rosa Mulher, não possui essa função da mediação e
imposição dos métodos da justiça reconciliatória, tendo como efeito, a
diminuição da condição de apenado do agressor, para a reeducando, mas nunca
deixando o seu cumprimento legal da pena.
É
interessante dentro da perspectiva de fortalecimento, a contribuição ainda a
ser considerada de suma importância da atuação da Casa referente às atividades
da assistência social sobre a expressão da qualidade da restauração familiar e
mudança da concepção dos atores da família nuclear, e como a esposa vitima e o marido agressor,
juntamente, com a empreitada do empoderamento e condição de crescimento nos
papeis regulatórios do cotidiano familiar e vida em sociedade.
ALVES, Magda, Como
Escrever teses e Monografia. Rio de Janeiro, Campus, 2003.
ALVES, Carolina Patrícia, Dilemas e Conflitos da Separação Conjugal:
Experiência Social do Serviço Social PMSC. Monografia (Graduação em Serviço
Social). Univerisdade Federal de Santa Catarina: UFSC, 2000.
ARIÈS, Philippe. História
Social da Criança e da Família.
2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
BARROS, José D’Assunção. O
Campo da História: Especialidades e Abordagens. Petrópolis, RJ: Vozes,
2004.
_________,José D'Assunção. O Projeto de Pesquisa em História. Petrópolis: Vozes, 2008.
4ª edição.
BAUMAN, Zygmunt. Amor
líquido: sobre a fragilidade dos
laços humanos. Rio de. Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
BEAUVOIR, Simone.
O Segundo Sexo – a
experiência vivida; tradução de Sérgio Millet. 4 ed. São Paulo: Difusão
Européia do Livro, 1980.
BEZERRA, Maria José,
SILVA, M. Rita Costa da, CAMPO, M. Madalena Guedes. Damas da Noite:
Sexualidade e Prazer como Estratégias de Sobrevivência. Rio Branco:
Globo, 2001.
BOTTOLI, Cristiane, Paternidade e Separação Conjugal: A
Perspectiva Do Pai. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade
Federal de Santa Maria. Rio Grande do Sul: UFSM, 2010.
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria
de Políticas de Saúde. Violência
intrafamiliar: orientações para prática em serviço / Secretaria de Políticas de
Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
BRITO, Agda Lima, Mulheres que trabalharam em áreas de seringais: Cotidiano e trabalho
(1950-1970). Artigo. XV Encontro Estadual de História ANPUH: Histórias e
Resistências. Universidade de Passo Fundo. Universidade de Passo Fundo. Rio
Grande do Sul: UPFM, 2020.
BURKE, Peter (org)
A Escrita da História: novas perspectivas.São Paulo:
Editora. UNESP, 1992.
CANCELA, Cristina Donza, Casamento
e Relações Familiares na Economia da Borracha (Belém- 1870-1920). Tese
(Pós-Graduação em História Econômica). Universidade de São Paulo. São Paulo:
USP, 2008.
DE MELO, Raline Alves, Violência Contra a Mulher na Cidade de Rio
Branco: Uma Análise sobre as Formas de Enfrentamento a Violência Física e
Sexual a partir da Lei Maria Da Penha (2007 a 2010). Monografia (Graduação
em História). Universidade Federal do Acre. Acre: UFAC, 2016.
DE SOUZA&JOAZEIRO, Vinicius Elias;
Isadora Nardi de Pádua, Casa Rosa
Mulher: O Enfrentamento da Violência Contra a Mulher para além dos Muros.
Projeto Final-Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Fundação
Getúlio Vargas. São Paulo: FGV, 2015.
DE
SOUZA&LOPES, Rafael Bellan
Rodrigues; Yara. Artigo, Violência
contra a mulher, machismo e patriarcado no enquadramento jornalístico. Revista Pauta Geral-Estudos em Jornalismo,
Ponta Grossa, vol. 6, n. 2, p. 19-34, Jul/Dez, 2019.
DE
SOUZA, Bruna Tavares, Reflexões sobre os Aspectos Socias da
Violencia Doméstica contra a Mulher. Monografia (Graduação em Serviço
Social). Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro: UFF, 2008.
DE SOUZA, Gaspar Alexandre Machado, Violência Conjugal contra a Mulher na
Perspectiva dos Homens Encarcerados por essa Prática no Complexo Prisional de
Aparecida de Goiânia-Go. Tese (Doutorado em Sociologia). Universidade
Federal de Goiás. Goiás: UFG, 2017.
DEL PRIORE, Mary (org.) &
BASSANEZI, Carla (coord. de textos). História
das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto/Ed. UNESP, 199.
___________. Histórias íntimas: sexualidade e erotismo na história do
Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2011.
DIRETORA DA SECRETARIA DE TRANSPARÊNCIA,
Histórias de amor tóxico: a violência
contra as mulheres. – Brasília : Senado Federal, 2020. 415 p.
DOS SANTOS, Emanoela Maria Freire, Um Olhar Histórico Sobre a Violência Doméstica contra as Mulheres Na
Cidade De Rio Branco – AC. Monografia (Graduação em História). Universidade
Federal do Acre. Acre: UFAC,2016.
FOUCAULT,
Michel . Microfísica do poder. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
___________ Ordem do Discurso. Aula
Inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970.
19.ed. São Paulo: Edições Loyola, 2009a.
FURASTÉ, Pedro Augusto Normas
Técnicas para o Trabalho científico Explicitação das Normas da ABNT. -
15. Ed.- Porto Alegre: s.n., 2011.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a
história. 4.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
LAGE, Mõnica Maria Lopes, Mulher e Seringal: Um Olhar sobre as
Mulheres Nos Seringais Do Amazonas (1880-1920). Dissertação (Mestrado em
História). Universidade Federal do Amazonas. Amazonas: UFA, 2010.
LÓPEZ, Vinicius Farani, Vínculo Conjugal: Entre o Individualismo e a Busca pelo outro: Um
Estudo Qualitativo. Tese (Mestrado em Família Contemporânea). Universidade Católica do Salvador.
Bahia: UCS, 2008.
MORENO, Talita de Oliveira, A Presença da Mulher nos Seringais Acreanos. Monografia (Monografia
em História). Universidade Federal do Acre. Acre: UFAC, 2014.
PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Tradução de Denise Bottmann.
7ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
PINHEIRO, Sandra Eliane Oliveira, Uma Análise da Violência Doméstica e
Familiar e as Igrejas Evangélicas. Monografia (Graduação em Direito).
Universidade do Vale do Taquarí. Rio Grande do Sul: UNIVATES, 2019.
PIRES, Julie Ferreira, O Direito das Mulheres no Cenário
Sociojurídico Brasileiro e o Feminicídio: Quando a Violência Doméstica se Torna
Fatal. Artigo TCC. Pontifica Universidade Católica. Rio Grande
do Sul: PUCRS, 2016.
RODRIGUES, Simone Maria de Melo, Violência Contra a Mulher e Estratégias
para seu Enfrentamento: Uma Revisão Bibliográfica. Monografia (Graduação em
Serviço Social). Universidade Federal do Espirito Santo. Espirito Santo: UFE,
2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário