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sábado, 29 de junho de 2013

Falar de Violência Urbana no campo da História é algo extremamente novo, principalmente, tentar em meio a esse assunto descrever o que é uma Instituição de Segurança como a Polícia Civil acreana. Trabalho este que ninguém até agora, ousou fazer, ou seja, neste trabalho tem um certo ineditismo.
Foi escolhida esta data marco inicial de estudo, pois, foi também a data da fundação em 20 de maio de 1983, onde se criou o sindicato representativo da Polícia Civil no Acre – Sinpol- que sempre representou um agregado dos servidores da Secretaria de Segurança Pública do Acre. Enquanto servidor do quadro, com bem menos anos de integração ao quadro de agentes de polícia civil, também não deixamos de ouvir relatos da história de grandes policiais da Instituição, ou até mesmo, no seio da família sempre ouvi, como neto de ex-policial,  estórias e invenções de policiais que se tornam ícones e mitos, geralmente por suas truculências e brutalidades. Também tem a história da luta do sindicato classista, o qual já tiveram grandes lideranças no comandando, lutando por várias categorias, que ao mesmo tempo  compõe a Segurança.               
A propósito, para sabermos mais sobre esta Instituição, citemos a passagem de Jurídica de Márcio, onde conceitua esta Polícia que existe no Brasil, há aproximadamente quase 200 anos, sendo esta uma instituição, segundo o autor, política, histórica, jurídica e eclética: “A par da polícia preventiva, ostensiva, que se empenha vigilantemente em proteger a sociedade e seus membros, assegurando direitos, evitando prejuízos, prevenindo delitos e mantendo a ordem e paz pública, nasceu uma nova modalidade de polícia – a Judiciária – com finalidade de descobrir e perseguir criminosos que não foram contidos pelo policiamento ostensivo, colher provas, proceder a inquirir pessoas, tudo concorrendo para que a Justiça possa atuar” (p. 41).
A Polícia Judiciária funciona, à medida que trabalha com o inquérito policial,  primeira parte do processo judicial, atua como órgão auxiliar da Justiça. Esta, pondo-se como neutra diante de situações conflitantes do arranjo social. Para Foucault, “a justiça não mais assume publicamente à parte de violência que está ligada a seu exercício. O fato de ela matar ou ferir já não é mais a glorificação de sua força, mas um elemento intrínseco a ela que é obrigada a tolerar e muito lhe custa ter que impor” (p. 15). O que queremos dizer é que a Polícia e a Justiça outrora executora e propagadora de martírios em nome do Estado e da soberania, mudou-se agora sua faceta, como diz Foucault, com as prisões modernas. Se bem que, ainda são comuns estes órgãos, ao invés de serem os ditos “protetores”, inveterem-se sendo os causadores do maior volume de violência.
Foucault também em seu livro Microfísica do Poder, nos cita uma passagem referente ao Júri Popular, ou melhor, critica toda sua estrutura de funcionamento como sendo uma estrutura de manutenção do poder capitalista: “No caso de uma justiça popular, não há três elementos; há massas, quando reconhecem em alguém um inimigo, quando decidem castigar esse inimigo – reeducá-lo – não se referem a uma própria  idéias universais abstrata de justiça, referem-se somente à sua própria experiência, à dos danos que sofreram, da maneira como foram levadas, como foram oprimidas” (p. 45).
De forma nenhuma querendo desprestigiar Instituições, com sua função social bem definida, e eficaz no ponto de estratégia de ação contra a violência; na medida que não se combate, em primeira instância, com “flores”, um mal que tanto nos ameaça e nos amedronta, pois o crime não é apenas um aspecto da violência  nas cidades; mas se a vida é um bem de quase maior grandeza, pelo menos deveria ser, é o aspecto da maior importância.
Mesmo assim, pretendo trabalhar esse contra-ponto entre a Violência Urbana como produto pobreza e do caos das cidades, que saiu de um espaço amigável e tão sonhado por Péricles na Grécia Antiga, ou mais especificamente saiu em menos de três décadas de nossa pacata cidade Rio-branquense, para a subversão de uma feroz urbanização capitalista, onde o homem degrada-se a si mesmo, oprime-se e devora-se, ceifando vidas a quase todo momento, sem contar outras espoliações criminosas.
Imagens de violência nas cidades

O outro ponto refere-se a critica  ao aparelho repressor do Estado (no caso a Polícia Judiciária Acreana), tocando em seus ranços e avanços. É notório que esta polícia vem se modernizando, e sendo composta por novos quadros, e um melhor grau de eficiência em seu zeloso dever de garantir o cumprimento da ordem e da lei. E como diria Foucault é aparelho do Estado eficaz no disciplinamento punitivo, conjuntamente com outras instituições repressoras. Isto é, aplicar a lei e tornar dócieis os avessos à moral, ao comportamento, valores e regras da nossa sociedade.
Conforme relata José Elias Chaul, um policial aposentado da Instituição, que passou por quase todas funções, sendo agente de polícia, delegado, corregedor, diretor-geral, de Polícia e secretário de segurança Pública. Conta-nos às dificuldades iniciais da sua carreira: “Atuar na polícia de antigamente era muito difícil, primeiro por que tudo era incipiente. O quadro de material humano era muito pequeno e tinha treinamento. A gente trabalhava mais com a raça do que mesmo com a técnica. Não tinha perícia, não nada, a gente saia para uma diligência, por exemplo e não tinha como a família justiçar e se morreu, morreu no trabalho, né”
Com relação ao passado certamente a Polícia Civil deu passos de qualidades, como também observa o ex-policial aposentado Elias Chaul, citando e elogiando a gestão do governador Rui Lino e a gestão atual: “O Zé Rui Lino foi um bom governador para a área de Segurança Pública. Ele adquiriu equipamentos, viaturas, pouca coisa, mas que serviu muito. E outro, foi Jorge Viana, que olhou com bons olhos, com carinho para as duas polícias do Estado, a Polícia Militar e a Polícia civil.”
De fato, em muito melhorou a Polícia Civil, houve reposição salarial, Plano Bresser, PCCR, isto já na década de 1990, e entrando em outro milênio(2001), é criado a Lei  Orgânica da categoria, ou das categorias. Logo em seguida, na gestão do governador Arnóbio Marques, tem-se a criação da Secretária de Estado da Polícia Civil, conseqüentemente maior autonomia na gestão dos próprios recursos. Isto, conforme demonstra dados estatísticos, contribuiu para maior na elucidação de crimes. Mas os dados em forma de quadro é um caos, como segue abaixo:
Título do relatório

NATUREZAS
SITUAÇÃO
ABRIL
FEVEREIRO
JANEIRO
JUNHO
MAIO
MARCO
SOMA:
FURTO
CONSUMADO
915
866
913
850
946
866
5356
AMEACA
CONSUMADO
538
485
545
544
483
514
3109
LESAO CORPORAL/AGRESSAO
CONSUMADO
435
438
444
466
394
445
2622
CALUNIA/INJURIA/DIFAMACAO
CONSUMADO
325
306
329
320
327
353
1960
ROUBO
CONSUMADO
132
132
126
139
148
139
816
OUTRAS OCORRENCIAS CONTRA A PESSOA
CONSUMADO
112
106
124
123
142
141
748
DANO/DEPREDACAO
CONSUMADO
112
100
97
88
86
109
592
ESTELIONATO/FRAUDE
CONSUMADO
75
58
85
52
68
79
417
APROPRIACAO INDEBITA
CONSUMADO
41
46
52
51
35
51
276
VIOLACAO DE DOMICILIO
CONSUMADO
48
54
45
52
34
38
271
PERTURBACAO DA ORDEM
CONSUMADO
49
43
36
40
41
42
251
ACIDENTE DE TRANSITO COM VITIMA
CONSUMADO
22
19
27
31
24
19
142
OUTRAS OCORRENCIAS NAO CRIMINAIS
CONSUMADO
22
24
17
14
14
28
119
HOMICIDIO
TENTADO
14
13
26
22
22
17
114
ACIDENTE DE TRANSITO SEM VITIMA
CONSUMADO
23
19
16
16
17
20
111
LESAO CORPORAL/AGRESSAO
TENTADO
12
13
18
12
7
12
74
OUTRAS OCORRENCIAS DE ILICITO PENAL
CONSUMADO
18
7
6
12
14
15
72
PESSOA DESAPARECIDA
CONSUMADO
9
12
13
13
12
13
72
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CONSUMADO
8
9
12
15
14
9
67
OUTRAS OCORRENCIAS CONTRA O PATRIMONIO
CONSUMADO
12
11
13
10
8
11
65
MAUS TRATOS
CONSUMADO
6
10
5
8
7
7
43
USO OU PORTE DE ENTORPECENTE
CONSUMADO
12
3
6
7
4
9
41
ABANDONO DE INCAPAZ
CONSUMADO
5
7
11
8
3
4
38
ESTUPRO
CONSUMADO
5
7
9
3
4
8
36
HOMICIDIO
CONSUMADO
6
3
5
6
6
7
33
PORTE ILEGAL DE ARMA
CONSUMADO
10
4
2
7
5
5
33
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR
CONSUMADO
5
5
4
6
4
4
28
FURTO
TENTADO
4
1
4
7
4
8
28
POSSE/INVASAO DE PROPRIEDADE
CONSUMADO
1
8
8
5
5
0
27
ATO OBSCENO
CONSUMADO
5
2
1
4
4
7
23
OUTRAS OCORRENCIAS COM ARMA
CONSUMADO
6
1
7
2
4
2
22
TRAFICO DE ENTORPECENTE
CONSUMADO
3
2
3
3
5
5
21
ROUBO
TENTADO
4
4
4
2
1
4
19
ESTUPRO
TENTADO
4
2
3
2
3
4
18
OUTRAS OCORRENCIAS COM ENTORPECENTE
CONSUMADO
0
5
5
3
4
1
18
VIOLACAO DE DOMICILIO
TENTADO
3
3
4
1
3
3
17
LOCALIZACAO/RECUPERACAO DE VEICULO
CONSUMADO
4
4
0
0
4
4
16
ATROPELAMENTO
CONSUMADO
4
2
1
6
1
1
15
ACIDENTE DE TRANSITO COM VITIMA FATAL
CONSUMADO
3
1
1
0
3
1
9
AMEACA
TENTADO
3
2
0
2
0
0
7
EXTORSAO
CONSUMADO
0
0
0
1
2
4
7
POLUICAO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS
CONSUMADO
0
0
3
3
0
1
7
EXTORSAO
TENTADO
0
1
3
0
1
0
5
RAPTO
CONSUMADO
2
1
1
0
0
1
5
ESTELIONATO/FRAUDE
TENTADO
0
1
0
0
3
0
4


Título do relatório




FURTO
LESAO CORPORAL/AGRESSAO
ROUBO
TRAFICO DE ENTORPECENTE
Soma:

Janeiro
JANEIRO
24
15
9
2
50

Fevereiro
FEVEREIRO
13
13
9
1
36

Março
MARCO
28
29
10
0
67

Abril
ABRIL
28
20
5
1
54

Maio
MAIO
30
32
3
3
68

Junho
JUNHO
26
19
3
2
50

Julho
JULHO
23
20
8
1
52

Agosto
AGOSTO
22
18
6
2
48

Setembro
SETEMBRO
30
23
15
0
68

Outubro
OUTUBRO
23
13
12
1
49

Novembro
NOVEMBRO
9
10
7
0
26

Soma:

256
212
87
13
568
Título do relatório




AMEACA
CALUNIA/INJURIA/DIFAMACAO
FURTO
HOMICIDIO
LESAO CORPORAL/AGRESSAO
PORTE ILEGAL DE ARMA
ROUBO
TRAFICO DE ENTORPECENTE
USO OU PORTE DE ENTORPECENTE
SOMA
6 DE AGOSTO
159
102
313
5
162
16
101
4
8
870
AEROPORTO VELHO
127
74
213
1
77
4
76
1
7
580
AYRTON SENNA
38
37
52
1
25
3
15
0
2
173
BAHIA NOVA
26
12
39
0
19
0
18
1
1
116
BAHIA VELHA
35
23
36
0
16
0
16
0
0
126
BOA UNIAO
27
8
30
0
18
2
23
0
1
109
BOA VISTA
16
7
13
0
16
0
4
0
0
56
CONJUNTO BELA VISTA
24
15
96
0
17
0
47
0
3
202
CONJUNTO CASTELO BRANCO
15
10
29
0
6
1
27
1
1
90
GLORIA
24
15
40
1
18
1
12
0
2
113
IVETE VARGAS
30
19
41
0
25
1
17
1
1
135
JOAO EDUARDO I
61
39
103
0
29
3
32
1
4
272
JOAO EDUARDO II
49
26
69
1
33
0
15
0
1
194
JOAO PAULO II
15
6
29
0
9
0
8
0
0
67
NOVO HORIZONTE
29
20
28
0
18
0
4
0
0
99
PALHEIRAL
29
20
39
0
13
3
18
0
3
125
PISTA
30
16
49
0
21
2
12
0
0
130
PLACIDO DE CASTRO
20
10
21
0
16
1
8
0
0
76
PREVENTORIO
38
34
77
4
29
3
10
2
5
202
SOBRAL
117
57
219
1
77
2
113
0
6
592
ZONA RURAL OESTE
67
21
126
2
21
2
12
0
0
251
SOMA
976
571
1662
16
665
44
588
11
45
4578

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