MODELO DA GESTÃO PÚBLICA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA ACREANA
A VIOLÊNCIA URBANA EM RIO BRANCO
E (DES)CONTENÇÃO DO MODELO DA GESTÃO PÚBLICA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA ACREANA E OS ÍNDICES DE CRIMINALIDADE EM RIO BRANCO NOS ANOS DE 2004
A 2011.
INTRODUÇÃO
O interesse pelo
referido tema parte das minhas inquietações enquanto estudante do curso de
História pela UFAC, onde somos levados constantemente a discutir questões e
problemática que envolve nossa sociedade; bem como o fato de trabalhar já há
dez anos na Secretaria Segurança Pública..
Contribui para a
escolha de tal enfoque regional mais voltado para os bairros do 2º Distrito,
pois o fato que ter vivido minha vida
inteira na região do 2º distrito, conhecendo, portanto, todos seus bairros.
Além do mais cresci em tal região, e testemunhei o aparecimento de alguns
grupos de criminosos e bandidos que se insurgiram contra a ordem pública, tendo
logo suas vidas ceifadas pela polícia na maioria das vezes. Como muitos acreanos
também repudiei o fenômeno do Grupo de Extermínio, o chamado esquadrão da morte, que felizmente se desfez.
O trabalho de
pesquisa será realizado através da utilização do método de procedimento
monográfico, uma vez que se trata de um trabalho científico que requer
reflexão, ou eventual flexibilidade na estrutura do projeto.
As fontes serão
as entrevistas com detentos; autoridades da área policial e judiciária; com
moradores das periferias que convivem com o crime; membros diversos da
corporação; pessoas acometidas de qualquer tipo de violência urbana; atas do
sindicato da categoria dos policiais civis; queixas-crimes; ofícios;
questionários; pesquisas documentais nos banco de dados e estatísticas da
criminalidade em Rio Branco fornecido pelo Inforpol e pelo Sigo ambos
eletrônicos da Secretaria de Segurança; pesquisa nos arquivos corrente e
permanente da Secretaria de Estado da Policia civil; Pesquisa Junto aos Centros
de Direitos Humanos de Rio Branco; pesquisa no CDIH-UFAC; pesquisa
bibliográfica das principais teses de autores regionais e nacionais relacionado
ao tema; pesquisa de jornais e outras ferramentas, como os sites da internet.
Logo após, a coleta de dados e seleção
das fontes, vamos partir para análise de resultados, seguindo de um relatório
de pesquisa.
Um
trabalho como este deve ter grande contribuição no campo da historiografia
dentro uma História Social Urbana local, bem como paralelo estudo dos
mecanismos de controle dos Aparelhos de poder do Estado. Sofrendo influência,
portanto, deste a História Social Inglesa de E. P. Thompsom e outros pensadores
dessa linha marxista, que pensam a exclusão social e enxergam criticamente as
condições de vida dos trabalhadores e farrapos humanos; aonde muitos se tornam
marginais e vadios por falta de opção.
Também
será utilizados alguns textos de Michel Foucault, mas precisamente aqueles que
tratam da invenção da sociedade disciplinar e os aparelhos de poder do Estado,
e não descartando outros pensadores da área de psicologia e sociologia. Citaremos autores locais, como os
professores Domingo de Almeida Neto e Airton Chaves da Rocha, Daniel Klein e
Eduardo de Araújo carneiro, os três primeiros estudam as questões especificas
da formação da periferia de Rio Branco e o último estuda as relações de poder
no Acre.
Não podemos
descartar obras como de Cesare Beccaria: Dos Delitos e Das Penas, um dos
precursores do direito penal e a obra de
Cesare Lombroso, em seu livro: O Homem Delinquente, de 1876, que
talvez nos dê subsídios para uma
abordagem não generalizada dessa questão.
Capítulo 1
- Medo, Violência e criminalidade urbana: a cidade de Rio Branco e o surgimento
da Polícia Civil do Acre.
Este capítulo
tem como ponto de partida algumas definições sobre o fenômeno da “violência
urbana”, sendo que nessa exposição serão apresentados alguns teóricos com
visões diferentes no trato das origens desta questão, no entanto será feita
opção pela violência no espaço da
cidade, e mais especificamente no 2º Distrito da cidade.
Primeiramente
temos que dizer que existem diversas formas de violência urbana (violência
política, sócio-econômica, das instituições públicas, violência simbólica e
macro e micro-violências cotidianas) e diversos fatores deste mal no Acre e no
Brasil. Porém, delimitaremos nossa pesquisa em alguns casos de violência que
transgridem a lei, a violência criminal propriamente dita, que em seu maior
volume são Crimes contra a pessoa e Contra o Patrimônio, ameaça e outros conforme o Código Penal Brasileiro. Não
podemos negar que a pobreza e o desnível social ou falta da garantia de
direitos, não coloque as outras espécies de violências citadas já acima, como
promovedoras algumas vezes desse diagnóstico de tantos crimes contra o
patrimônio e também contra vida.
Seguidamente, retomaremos um pouco da formação de nossa
cidade que já nasceu no 2º Distrito, deste quando o aventureiro nordestino
Neutel Maia chegou com sua família ao local e iniciou-se sua formação até o abandono,
crescimento desordenado e a encenação de uma violência e medo como pão de cada
dia. Neste mesmo capítulo abordaremos a criação da Polícia Judiciária que
remonta ao Estado Independente de Luis Gálves em 1899, bem como seu papel
Institucional para a sociedade, além de demonstrar as diferenças desta
Instituição com relação a Polícia Militar e vê sua relação com o Poder
Judiciário.
Capítulo 2 - As
estatísticas do crime: a ação da Polícia Judiciária e a (des)contenção da
violência urbana em Rio Branco.
Neste capítulo iremos expor os
índices de violência urbana por ano, tendo como referência à área de
circunscrição do 2º Distrito, que compreende deste as proximidades da região do
panorama, indo até os extremos do
município de Senador Guiomard. Como podemos vê é uma área bastante extensa que
contem diversos bairros periféricos,
muitas vezes esquecidos pelo poder público. Daí dá para se ter uma visão
parcial do universo de crimes urbanos e classificação das violências
prevalentes, conforme registro de B.Os
naquela Regional e do município como um
todo.
Em segundo lugar, vamos demonstrar a dificuldade que vem
tendo ao longo dos anos, o processo de regulamentação da instituição, leis que
a beneficiaram e estabeleceram a instituição. A priori percebemos que os
próprios membros da Polícia Civil ainda não têm conseguido enxergar o fenômeno
da violência como sendo sócio-político e histórico.
A Polícia Civil centraliza de forma mecânica o a
criminalidade como tão somente por falta de leis mais duras, afrouxamento do
Poder Judiciário, sua burocracia de inquéritos, falta de pessoal e recursos
materiais diversos. Sabe-se de fato que desses problemas de falta de melhores
investimentos dos governos nesta instituição.
No entanto, sua
missão simultânea a tentar resolver e arrumar a “casa” deverá ser sempre exercer um policiamento
democrático, cidadão e de proximidade com a comunidade. Por exemplo, o
mapeamento das áreas de exclusão social, dados demográficos e outras
informações obtidas em escola, hospitais são fundamentais para conter o avanço
da criminalidade. Fundamental também é atingir um grau de despejo do entulho
autoritário e passar por um processo de reeducação e incorporação dos ideais dos direitos humanos.
É notório que esta polícia vem se modernizando, e sendo
composta por novos quadros, e um melhor grau de eficiência em seu zeloso dever
de garantir o cumprimento da ordem e da lei. E como diria Foucault, queremos
saber sua eficiência, na apuração das noticias crimes. Quantos criminosos foram
punidos? E Se é um aparelho do Estado eficaz no disciplinamento punitivo, conjuntamente
com outras instituições repressoras? Se a Polícia Civil está sendo eficaz em
aplicar a lei e tornar dóceis os avessos à
moral, ao comportamento, valores e regras da nossa sociedade?
Capítulo 3 - O
povo anda mal e a polícia civil anda “ruim das pernas”: Diálogos inconclusos.
Neste capítulo
iremos fazer uma pesquisa e verificar a relação existente entre e o
aumento da violência e a formação de suas periferias, as classes pobres e
paupérrimas da violência urbana em Rio Branco, que pode ter pouca relação.
Porém percebemos a falta de muitas
garantias de direitos para a população o que vem a contribuir com este
fenômeno.
Nessa fase
desenvolveremos explicações que constatam ou não que a Polícia Civil está ainda
aquém do desejado. O que nos levará certamente a respostas do tipo: Faltam
investimentos do Estado. Contratação de novos profissionais. Modernização
tecnológica. Qualificação de Agentes. Melhorias salariais.
O fato é que a
sociedade civil já não vê a Polícia Civil com bons olhos, devido o sucateamento
que têm sofrido por parte dos últimos governos do Acre, que seguidamente
elaboram em surdina leis “assassinas” contra direitos dos agentes desta
instituição, pois existem desníveis entre seus quadros. Alguns a têm como uma
instituição quase falida. Faltam garantias de direitos, menos micropenalidades,
diminuir a burocracia e o autoritarismo interno e externo, enfim romper com o
entulho autoritário originários da Ditadura.
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